segunda-feira, dezembro 13, 2010

Futebol versus polícia e política

Quando estava na faculdade de Comunicação Social e um professor falou sobre a fragmentação da notícia, pensei: "que baita sacanagem desviar atenção das pessoas de questões importantes e que influenciam tanto sua vida para a novela das oito ou o futebol!". Já me indignava com o pouco tempo dedicado as notícias locais em relação ao que acontecia na capital. Me indigna ver o espaço enorme que se dá ao futebol enquanto as informações que precisamos saber são relegadas a segundo plano. Há muito tempo não assisto a televisão do Dr. Roberto Marinho, e é bem verdade que quando eles querem fazem coisas boas, como "Afinal o que querem as mulheres?" e os especiais dedicados aos grandes nomes da MPB como "Som Brasil." Mas meu pai gosta de assistir ao Jornal do Almoço, coisa que acabo assistindo também.
Hoje pra mim foi absurdo interromper a entrevista do futuro secretário de Segurança do Estado para mostrar o que estavam fazendo os colorados em Dubai. Isto é muito mais do que fragmentação da notícia, seria mais uma "estrassalhização" da informação. Certamente nem o próprio secretário devia lembrar do que estava falando antes de ser interrompido pela Cristina Ranzolin. É lamentável! O Santana cheio de vontade de perguntar o que seria feito para desafogar os presídios e me vem a "onda colorada". Tá certo que o futebol também é notícia, mas depois do dito jornal tem dois, eu disse DOIS programas dedicados a esportes um daqui, apresentado pelo Paulo Britto, que está nos Emirados Árabes e o do eixo Rio-SP, então qual a necessidade de interromper um assunto importante se o assunto da disputa do inter na Árabia seria tratado nos programas subsequentes?
Não entendo porque tirar as pessoas dos seus compromissos para ficar dois minutos, quando muito, em frente a câmera. As pessoas não conseguem se quer formular um pensamento simples e banal e a entrevista está sendo encerrada. Pra quê eu pergunto?
Acho um tremendo desrespeito com o entrevistado e com o telespectador. Um que perde seu tempo e não consegue falar dos projetos que pretende e do outro, que estava interessado em saber o que seria feito para a sua segurança, mas acabou esquecendo, pois o futebol tomou a frente. Como contestar quando dizem que o Brasil é o país do futebol e do carnaval, se qualquer um destes assuntos é manchete de capa, enquanto que absurdos são escondidos em notinhas lá pela página 18 do jornal?

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