sábado, outubro 30, 2010

Tá faltando respeito!

Pode parecer antiquado falar assim, aliás, sempre contestei minha mãe quando ela exaltava o passado dizendo no meu tempo não era assim, mãns... observando alguns acontecimentos sou obrigada a parafrasear a véia. Não concordo com a política do medo, quando as pessoas não falam pelo perigo ou a certeza das represálias. No entanto, o que vejo não tem nada de temor e passa longe, muito longe do respeito.
Quando eu era criança e chamava meu pai de TU ou discordava de alguma coisa com ele, tanto minha mãe quanto ele diziam "no meu tempo, ai de mim que falasse assim com meu pai, o respeito estava no olho!". Atualmente, assistindo as notícias ou vendo o comportamento das crianças e adolescentes nas ruas, eles dizem: "hoje, os pais ficariam vesgos, os olhos saltariam das órbitas e o filho, ainda assim não obedeceria". Ainda contesto quando ela diz que tinha que voltar a Ditadura Militar.
Concordo com ela de que não há respeito e isto não ocorre só das crianças para os mais velhos. Acontece dos adultos com os idosos, entre os adultos e os adultos no trânsito, dos jovens com os jovens nas escolas, faculdades. Os cidadãos não respeitam as autoridades legais e estas autoridades, por sua vez, não respeitam os cidadãos e não se dão ao respeito. Claro, há exceções. Poucas.
Quando acontece de uma "autoridade" cobrar uma posição decente e de respeito para com os outros, acaba virando polêmica, como aconteceu com aquela professora lá de Porto Alegre que fez o aluno limpar as paredes da sala que os PAIS haviam pintado voluntariamente.  Os pais do guri consideraram aquilo um abuso infantil. Chocaram-se, processaram a professora, mas não disseram a ele, ou em frente as câmeras de tevê, nenhuma declaração de que o filho agiu errado sim e ia ser responsabilizado pelo seu ato. Os pais desautorizaram a professora, vários outros alunos ficaram contra, mas, quem sabe o que é respeito e que a vida não dá moleza pra ninguém, apoiou a professora.
A questão não é castigar fisicamente as crianças, não é nada disso! Já falei algumas vezes sobre isto, o fato é que existe legislação que protege as crianças e os adolescentes, mas eles se sentem apenas protegidos. Eles não tem nenhuma obrigação, ou melhor, dever. Desta forma parece que suas vidas serão uma grande barbada, como costumam dizer. Os pais fazem das tripas coração para dar aos filhos tudo que não puderam ter. Acontece que a falta de limites e a superproteção acaba  gerando egoísmo.
Falta respeito sim! Falta educação. Ter preconceito com cor, gênero, tamanho é uma demonstração clara, primeiro, de ignorância e segundo de falta de respeito pelos outros. Fiquei extremamente escandalizada, triste (sei lá como descrever!) quando vi no twitter da Preta Gil o link para uma matéria falando de uma "brincadeira" muito idiota chamada "rodeio de gordas". Chamar de brincadeira, pular sobre as pessoas e agredi-las é, no mínimo absurdo!
É exatamente o argumento que os meninos de Brasília usaram para se defender quando tacaram fogo e mataram o Índio Galdino Pataxó. É muito triste! E acho triste porque na verdade aqueles caras não pagaram uma pena condizente com o crime.
O mais grave é que, de modo geral, os brasileiros não acreditam na punição, não crêem que os criminosos sejam responsabilizados, a menos, é claro, que sejam pobres. Quando presos ou incriminados os culpados não são recuperados, porque não existe forma de recuperar uma pessoa que errou trancando-a numa sela de 2x2 com mais 20, 30, 40 presos, insalubre. Estes dois exemplos são de coisas graves, que chocaram e foram debatidas por todo o país, mas que logo caíram, ou cairão no esquecimento. Por outro lado, questões diárias, como o bullying nas escolas, como as agressões verbais entre casais, a violência no trânsito, enfim, o desrespeito de coisas básicas acabam sendo tidos como coisas normais. Não é normal agredir e xingar o tempo todo. Comece a prestar mais atenção em ti mesmo, perceba se ao sair da garagem com o carro e chegar a esquina tu consegui ir sem se irritar e xingar ninguém. Observe melhor suas atitudes, respeite-se, este é o começo de tudo.

PS.: Pessoal, desculpe se viajei demais, este tema é muito instigante pra mim. Admito meus deslizes antes de mais nada. Não quero determinar nada, apenas quis refletir sobre coisas que ocorrem no dia-a-dia e nos afetam diretamente. E passam sim, passam pelas questões que os candidatos falam e falam em seus discursos, passa pela educação, pelo respeito ao próximo e por aí vai...
Comentem, mesmo que a gente discorde o comentário será publicado. Apenas não são publicados ofensas! Obrigada!

quarta-feira, outubro 27, 2010

Obtuários

Morreu ontem Romeu Tuma, ex-delegado e senador, será sepultado hoje.
Hoje morreu Néstor Kirchner em consequencia de um ataque cardíaco.

segunda-feira, outubro 25, 2010

Vladmir Herzog

Há 35 anos atrás morreu o jornalista Vladmir Herzog. Vlado, como era conhecido, foi morto após ser convocado para esclarecimentos sobre seu envolvimento com o Partido Comunista, foi torturado e morto nas dependências da DOI-CODI. Neste período o Brasil vivia dias negros. Perdoem o lugar comum, mas ainda, mesmo com muita pesquisa, ainda não consegui encontrar outra maneira de descrever o período da Ditadura Militar, que foi sangrendo aqui e em tantos outros países da América Latina.
O assassinato de Vlado (pois não há outra forma de denominar tal acontecimento) foi determinante para o fim da ditadura militar.
"Lembrar para não esquecer. Lembrar para não repetir". Creio que esta  frase representa bem a importância da apresentação da reportagem especial que será apresentada hoje, no Jornal da Cultura às 20h 50min e lembra os 35 anos da morte do jornalista Vladimir Herzog, como já dito, morto pela Ditadura.

sábado, outubro 23, 2010

Sapo vira rei vira sapo

Fiquei em dúvida se este texto tem mais a ver com este blog ou com o outro. É que neste procuro colocar apenas as coisas de opinião, meus estudos, minhas pesquisas e no outro Luna em fases  no qual conto histórias, lembranças e algumas fantasias. Resolvi contar  aqui porque talvez esta peça de teatro tenha sido muito importante para a minha formação crítica enquanto eleitora. Claro que junto a estas peças também havia os ótimos programas da TVE, que eram os educativos mais legais do planeta. Bambalalão, Pandorga, Cocoricó, e assim por diante. Ainda bem, que alguns resistiram as mudanças. Sinto pena mesmo é de não conseguir assistir a programação da teve, já que esteve fora do ar por vários meses aqui no Estado e agora, voltou, mas ainda está com o sinal muito ruim. E como eu não tenho tv a cabo nem parabólica, assim como milhares de pessoas, fico refém da programação dos canais abertos. (Na verdade não fico refém nada, porque tenho assistido muito pouca tv).

Voltando a lembrança que tive do teatro... Lembro perfeitamente da minha fascinação entrando no Teatro Sete de Abril!!! Nunca vou esquecer como fiquei impressionada com aquele lustre gigante pendurado no meio do teatro. O coração pulsava numa excitação tamanha, que mais um pouco saia aos pulos pelo chão do Sete. Fui com o colégio, o teatro estava lotado, crianças de várias escolas. Ficamos num camarote, via o lustre bem na minha frente e aquelas contas brilhantes. As cortinas vermelhas fechadas não nos deixavam antever o espetáculo, até que entra a "menina" no cenário, se não me falha a memória brincando com uma bola. Era a princesinha, a bola lhe escapa das mãos e ela vai atrás. É quando encontra o sapo.
A peça segue com muitas coisas engraçadas, como a tentativa do sapo de fazer com que a princesa o beije.

Lembro também de como fiquei revoltada com os soldados do rei obrigando uma senhora a andar descalça, porque segundo uma lei não se podia usar calçado num determinado dia. O texto da estória foi escrito por Ruth Rocha,  é uma adaptação. A peça era para as crianças mas traz uma lição muito importante a qual nunca esqueci que é a de que o poder muda as pessoas. É como aquela clássica frase do Lincoln "quase todos os homens são capazes de suportar adversidades, mas se quiser por à prova o caráter de um homem, dê-lhe poder." Abraham Lincoln. Esta é a mensagem da peça, esta é a lição que aprendi.

Olhando nossos políticos e alguns aspirantes a cargos públicos, com tanto poder e com tanta liberdade, percebo que algumas pessoas se quer  precisam chegar ao poder para mostrar o seu caráter. Ainda estamos longe de termos uma sociedade mais justa. Sinto é que aqueles medíocres, que agem como agiu o sapo não possam ser castigados como o Rei Sapo o foi. É pena!!!

terça-feira, outubro 19, 2010

Esperança no futuro

Foto de divulgação, fonte site http://www.portocultura.com.br/
Histórias como esta me comovem! Também me fazem ter esperança. Não é por acaso que as pessoas tem esta ou aquela história. Exemplos como o do Jorge Luis Martins são uma demonstração clara de que o meio influência, mas não é determinante no carater de uma pessoa.
Desejo a ele sucesso com seu livro, muita paz e muita luz na sua caminhada. Agradeço pelo exemplo!

Ainda se cala a imprensa a bala

Estamos vindo de um passado recente em que a imprensa era calada a força. A censura instituída durante o regime Militar não pode ser negada, tampouco esquecida. A repressão que se fazia para que tudo se mantive-se "em ordem" também não pode cair no esquecimento. Afinal de contas não foi pouco o sofrimento, nem as mortes e ainda existem desaparecidos, feridas abertas que a atual democracia ainda não conseguiu encarar de frente. Talvez porque mexer nisso reacenda questões que foram, simplesmente abafadas.
Hoje não sofremos mais aquela censura. Mas existem outras. E em alguns lugares do país existe o coronelismo e o crime organizado que calam a bala quem não lhes agrada, foi assim com Chico Mendes, com Doroty Stein, com Tim Lopes e ontem com Francisco Gomes de Medeiros. O radialista havia denunciado a compra de votos. No entanto, esqueçam as dentaduras, os chinelos de dedos, as cestas básicas. F. Gomes denunciou a troca de votos por crack. É isto mesmo, por pedra! É absurdo, mas é a pura verdade.
Infelizmente creio que ainda levará tempo para que coisas como estas não aconteçam. Ainda falta um maior comprometimento da imprensa com as questões sociais. Sinceramente, às vezes tenho a impressão de que aqueles que lutaram com tanta garra para mudar o Brasil, para conseguir vencer a ditadura e a censura não deixaram sementes. Parece que o objetivo era lutar para que cada um dissesse o que quisesse sem nenhuma responsabilidade. E o pior é que a coisa foi ficando de tal jeito que se diz de acordo com o valor pago, apenas isso E COMO O PAGANTE QUER.
Fico profundamente consternada ao saber que pessoas comprometidas com a verdade e com um ideal sejam assassinadas covardemente. Pior que isto só saber que crimes como este acontecem e muitas vezes não são solucionados, levam tempo demais perdido nas teias da Justiça.

segunda-feira, outubro 18, 2010

Segundo turno Independente

Gosto da discussão política que visa a melhoria do coletivo. Gosto das pessoas engajadas que fazem da sua vida a própria luta, um exemplo de como é importante que cada um faça a sua parte. Adoro gente que defende suas opiniões e mesmo que aquilo pareça demasiado utópico não deixa de defender e seguir dentro da sua ideologia com coerência.
Mas não gosto de pessoas que defendem uma ideia condenando todas as outras. Não gosto do que vejo na política brasileira. Corrupção, desrepeito com os cidadãos, desinteresse, acusações e conchavos. Não acho nada coerente combater durante anos partidos de "direita" como oposição e agora estar junto, no mesmo palanque, na mesma chapa. Sei que não se trabalha pelo coletivo sozinho, é preciso um grande grupo e vontade para fazer. O Partido dos Trabalhadores, a oposição mais raivosa que tivemos no país, aprendeu a duras penas. E tanto mudou que perdeu toda a sua característica de esquerda. Perdoem-me meus amigos partidários, mas olhando de fora é isto que eu vejo. Uma vez situação tudo mudou e as desculpas esfarrapadas tão criticadas outrora passaram a ser corriqueiras. E aquelas pessoas que eu via carregando bandeiras, participando de caminhadas e bandeiraços não estão mais no meio da multidão. Nestas eleições vi muita gente sacudindo bandeira, mas estavam recebendo para isto. Eu mesma participei muitas vezes, e não me arrependo, acreditava no que ouvia. Já hoje não é mais a mesma coisa.
Mesmo não me identificando tanto com o PT hoje em dia, ainda não estou azul. Jamais concordei com a forma um tanto quanto preconceituosa de se dirigir aos concorrentes do PSDB. O bico afiado não parece de um tucano. E a coisa é tão maluca que daqui a pouco voltarão a dizer que os comunistas comem criancinhas! (Quando sabemos que quem faz isso são aqueles caras...) A musiquinha que diz que o Serra é do bem insinua claramente que a Dilma é do? Do? Alguém??
Sinceramente? Pensei que tivéssemos passado desta fase, que tínhamos evoluído e discutiríamos ideias, ideais, propostas, projetos.
É por isto que me identifico mesmo com o PSol e com o PV. O primeiro por ser uma ala dissidente do PT, que não aceitou os conchavos e negociatas. E com o segundo pela sua coerência e linearidade. O PV sempre foi o PV, sempre foi verde, sempre defendeu as mesmas propostas, não mudou no cerne. No primeiro turno votei Marina. Por isto não gosto de ver o Serra usando o nome dela na sua propaganda política como se ela o apoiasse.
Gostei muito da declaração de independência no segundo turno. Óbvio que ela votará em alguém, ao contrário de mim que estou decidida a anular meu voto. Mas é importante deixar claro, tanto Marina, quanto o PV sua posição de neutralidade, o seu não apoio a ninguém. Embora na minha opinião o mais coerente é que quem tenha votado na Marina e no Plínio, pela característica política dos partidos, vá votar na Dilma no segundo turno. Mas o povo não é lá muito lógico. E acaba que a política fica parecida com o futebol, "uma caixinha de surpresas"!

segunda-feira, outubro 11, 2010

Analfabetismo vira polêmica, mas ninguém dá uma solução

Num país de muitos milhões de analfabetos, inclusive muitos considerados analfabetos funcionais (aqueles que sabem ler e escrever, mas não entendem e não conseguem interpretar) é polêmica eleger um deputado federal que não saiba ler e escrever. Sim, o mínimo que se espera de um legislador é que o dito cujo saiba, pelo menos, "acolherar" as letrinhas compreendendo a proposta dos colegas de Câmara. É óbvio que a questão em torno da eleição de Tiririca vai muito além do fato do comediante não saber ler.
Discordo  do voto de protesto porque acho muito importante colocar como nossos representantes pessoas que tenham comprometimento e demonstrem capacidade de redigir leis que beneficiem o povo. No entanto, considero muito mais importante que o eleito tenha bom caráter, seja honesto e trabalhador. Se ele não souber redigir uma lei ou não conseguir entendê-la pode pedir auxilio para alguém. O problema é ele entender tudo isto e usar de má fé.
Neste comparativo o palhaço Tiririca está muito a frente da maioria dos eleitos para o mesmo cargo. Mesmo que ele seja analfabeto, saí na frente tendo a ficha limpa, pois que se saiba não há contra o comediante nenhum processo crime, nem denúncias de calotes, processos trabalhistas etc. Já não se pode dizer o mesmo dos políticos profissionais que se consideraram ofendidos por ter que dividir o "picadeiro" com ele.
Acho que os deputados federais deveriam ficar ofendidos sim. Deveriam ficar tão ofendidos a ponto de renunciar seus mandatos agora, já, antes de serem empossados (alguns pela segunda ou terceira vez). Na minha opinião eles deveriam ficar envergonhados e saírem da vida pública, afinal a eleição de Tiririca demonstra claramente que o povo cansou. Cansou de ser feito de PALHAÇO por gente tão bem "educada", tão bem nascida, com tão bom nome, com grana.
A atitude dos nossos representantes contra Tiririca demonstra como eles nos vêem. Para eles somos menos, não temos o direito de estar aonde eles estão. Quando eles precisarem, bem, aí sim podemos ir até eles, ou melhor, os próprios vem até nós, nos abraçam, fazem promessas, dão tapinhas nas costas, depois disso voltam para seus "palácios" fecham as portas e nos deixam do lado de fora, como se fôssemos nós que precisassemos deles.
Tiririca foi o deputado federal mais votado. Porque não impugnaram a candidatura dele se não havia toda esta desconfiança? Porque no rastro dele, na sobra de seus votos, vieram outros. Deveriam se indignar e agir de forma real para a erradicação do analfabetismo ao invés de ficarem protestando e falando e falando... Mas é óbvio que não há interesse de erradicar este mal. Pois desta forma, o quadro político não teria sido de um palhaço analfabeto eleito, mas sim de uma limpeza total e uma corja de politiqueiros que teria sido expulsa.

terça-feira, outubro 05, 2010

Ainda tem sujeira nas ruas

Passando de ônibus por alguns locais da cidade percebi que ainda tem muito lixo eleitoral rolando por aí. Na Juscelino com Rafael Pinto Bandeira, por exemplo, nas imediações do "abriguinho", tem vários santinhos sujando a calçada. Na mesma Juscelino, só que próximo ao Colégio Dom João Braga também. Não bastasse todo o entulho que os candidatos jogaram rua afora em busca de votos ainda tem algumas pessoas que depositam o seu lixo em local indevido. Vamos ter mais educação e jogar o lixo em lugar adequado e devidamente separado, não custa nada e a natureza agradece. Aliás, tu, teus filhos e netos agradecerão no futuro!

Bandeiras

Gostaria apenas de fazer o registro de uma constatação que fiz nesta eleição. Não foi feita pesquisa,não há método científico nada, apenas observei que o Partido dos Trabalhadores perdeu sua força. Calma gente! Eu sei que quase elegeram em 1º turno a primeira presidenta do Brasil. Mas... Em eleições anteriores via-se pessoas que carregavam bandeiras, levavam no peito o símbolo do partido, colocavam a legenda na cabeça em bandanas e bonés. Não é mais assim. Observei atentamente e não vi aquelas pessoas, universitários, professores, gente comum que fazia sua campanha silenciosa e inundavam de vermelho as ruas da cidade.
Haviam bandeiras tremulando nas esquinas. No geral todas nas mãos de gente que estava sendo paga para estar ali. Notei uma visível queda na militância espontânea.

Discurso e prática

Há que se ter muito cuidado ao falar, escrever e, principalmente, ao criticar o cantor, apresentador e agora senador Netinho de Paula. Isto não tem nada a ver com os comentários de que ele pode ser agressivo. Mas ressalto a importância de se ter cuidado porque ele costuma se vitimizar demais. Respeito sua defesa da raça negra, assim como não serei hipócrita de dizer que não há o que defender. Há sim, tem muito o que se defender no Brasil, que embora um país mestiço tem seus preconceitos arraigados e disfarçados sim. No entanto, Netinho porta-se como se fosse realmente uma vítima, um perseguido, um coitado que faz tudo certo, mas forças externas, interesses poderosos querem o destruir. Ele é representante de um grupo social, foi escolhido e se colocou lá espontâneamente, não se pode negar. Só que não é o dono da verdade. Agredir a esposa ou repórteres é um fato, alguns estão documentados, isto demonstra uma personalidade agressiva. Ele não é uma vítima, ninguém esta inventando coisas a respeito dele. E se ele exige respeito, porque não respeitou a mulher e o jornalista que estava fazendo o trabalho dele?


Tem algumas coisas que me desagradam muito, como eleitora, em alguns discursos de esquerda. Acho patético o presidente Lula se colocar como um perseguido, não só pelas elites, como pela a direita quando ele está de mãos dadas tanto com um quanto com outro. Ele teve uma história de lutas no período da Ditadura Militar como um representante sindicalista. Outras personalidades foram muito mais perseguidas, sofreram e perderam muito mais do que ele no mesmo período. Outras pessoas foram presas, torturadas, exiladas, banidas pelas suas opiniões e pela sua luta, no entanto, não se colocam sempre no papel de pobres coitados. Eles assumem que sofreram tudo isto por defender ideias, por que queriam mudar o mundo. A própria candidata do governo a presidência é assim. Dilma tem uma postura muito clara e bem resolvida em relação ao que aconteceu no passado. Foi guerrilheira, foi, pegou em armas, sim e assumiu tudo, aguentou e aguenta o repuxo sem posar de vítima. Foram as escolhas dela e ela estava consciente do que fazia.

Acho de uma tremenda arrogância dizer que: "sou o único presidente que não tem diploma universitário e fui o que mais fez universidades". Ele está tentando ser "humilde" dizendo que não tem diploma, mas ele poderia ter. Não tem porque não quer. Teve uma juventude difícil, teve, é fato! Não pode estudar é verdade, mas quantos outros vários brasileiros tiveram uma infância dura, trabalhando e foram estudar adultos?

Existem preconceitos no Brasil, tem muita coisa para mudar eu concordo. Discordo é que tendo mudado tanto a sua postura diante das coisas, como aconteceu com o próprio presidente Lula, ainda se queira dizer que tudo é culpa das elites ou que acontecem por defesa de interesses poderosos. Ele está no poder, ele é o presidente do país. Acaso existe alguém mais poderoso que o presidente da nação?

Minha crítica é em relação a isto. Reconheço o trabalho do governo Lula, embora não concorde com alguns conchavos que aconteceram. O que critico é esta coisa de continuar se pondo como vítima, tentando passar para as pessoas mais humildes que é igual. É o mesmo que faz o Netinho. No discurso eles estão junto do povo, próximos, no mesmo nível. Mas só no discurso!

Sei que vai ter muita gente a me criticar. Apenas quero refletir o seguinte, se a esquerda mudou tanto, se aceitou se moldar e juntar com outros partidos (que outrora eram inimigos de “morte”) para governar porque não adequar também o discurso as suas atitudes? Sem essa de somos blindados e faremos do nosso jeito, somos diferentes e conseguiremos sem ninguém. Provaram que não há como governar sozinhos e defendem que as mudanças eram necessárias para a nação. Neste caso, deixem o discurso raivoso da esquerda radical e assumam um discurso compatível com as ações e coligações.

segunda-feira, outubro 04, 2010

Depois das eleições a sujeira

Cumprido o dever do voto e apurada em tempo recorde a votação, restam nas ruas a sujeira feita pelos candidatos na última tentativa de conquistar o eleitor. Entendo que a campanha é um momento de tentar tudo, é o tudo ou nada de quem busca uma vaga na Assembleia Legislativa, no Congresso Nacional, no Senado, na presidência ou no governo do estado. Mas depois de tudo fica a papelada rolando pelas ruas qual feno vagueando pelas em cidade fantasma do velho oeste.
Embora eu saiba que muitas pessoas jogam, sem culpa, o seu lixo nas ruas, não consigo conceber que todos os que passaram por cada local de votação displicentemente atiraram no chão os santinhos que não queriam receber. O mais plausível de acreditar é que este eleitor, que talvez já tenha candidato ou que não queira nem saber de mais um encarte atulhando sua bolsa, se recuse a pegar o papel oferecido. Parece mais é que os panfletistas jogam para cima os materiais de campanha para, quem sabe, pegar algum desavisado, que não sabia em quem votar.
Teria sido interessante que os candidatos dessem mais um dia de emprego aos cabos eleitorais e levassem seus exércitos para rua fazendo a limpeza das calçadas e pátios dos locais de votação. O Instituto Assis Brasil estava cercado do lixo eleitoral ainda pouco. Mesmo que a equipe de limpeza contratada pela prefeitura esteja se empenhando em executar bem sua função, o vento, característico nesta época do ano, insiste em levar para longe as caras sorridentes de quem pedia um votinho que fosse. Quem sabe os candidatos adotem esta ideia, juntar seu lixo, ou o lixo dos correligionários e até dos adversários, para realmente fazer a diferença dando em primeiro lugar uma lição de cidadania e respeito para com a cidade e os eleitores pelos quais eles juram e prometem que irão trabalhar, pensar e defender... se forem eleitos, claro!