quarta-feira, fevereiro 25, 2009

O carnaval e o futebol

Tem duas grandes paixões que são indiscutíveis para a maioria dos brasileiros o carnaval e o futebol. A questão é que ambos têm deixado o espetáculo de lado e dado lugar a violência. Nos campos uma das idéias é diminuir o espaço para as torcidas adversárias. No carnaval vão sendo criados bretes onde o folião é colocado para assistir aos desfiles. A questão propriamente dita da violência não é resolvida.
Ok! Sabemos que esta questão vem de muitos anos, está ligada a educação, a uma certa divisão de renda, entre outras coisas mais que sempre se fala e se critica, mas que não muda quase nada. No entanto, aprisionar as pessoas e deixar solto as gentes de conduta violenta e ligada ao crime não é a solução.
Quem sabe com o novo ano letivo começando os governos e nós passemos a dar mais valor a educação.
A mudança começa agora.

quinta-feira, fevereiro 19, 2009

Ausência involuntária

Eu fiquei alguns dias "fora do ar", por conta de trabalho. Quero me dedicar mais a este blog, porque gosto muito de escrever. Mas meu tempo tem sido curto e o fato de estar sem computador em casa atrapalha a coisa toda.
Enfim...

Neste período aconteceram muitos fatos pelo mundo. O que mais me chocou foi a tal brasileira agredida por neonazistas na Suiça. O fato de ela ter mentido ou não, de ter distúrbios psiquicos não foi o que mais me chocou e sim a atuação dos jornalistas tanto no Brasil quanto fora. A primeira notícia dizia que uma brasileira havia sido agredida por neonazistas e por conta disso havia perdido as filhas gêmeas. Com o passar do tempo e a moça no hospital as coisas foram mudando e a suposta vítima passou a ser tratada de forma um tanto desconfiada. Não que eu concorde com a mordaça, pelo contrário, sou totalmente contra, mas há casos, como investigações policiais, por exemplo, em que o jornalista precisa ter bom censo ao noticiar os fatos. É ridículo primeiro dizer que a mulher foi agredida e perdeu as filhas gêmeas e depois dizer que nada daquilo era verdade. Se desde o início tratassem a questão como um fato que estava sendo investigado e que havia indícios de que a coisa havia ocorrido de tal jeito, ficaria menos feio. E estes comportamentos são o que me decepcionam no jornalismo, porque no afã de dar um furo de reportagem os fatos não são bem apurados, as perguntas não são respondidas de forma adequada e o repórtar acaba supondo.
Nunca vou esquecer uma frase de um professor de redação na sala de aula ao ler uma matéria minha. Ele perguntou quem tinha me dito tal informação e eu disse que ninguém tinha dito que eu tinha concluído, suposto que era assim. Então ele me olhou e disse: "Jornalista não supõe nada, não concluí nada".
Isso sempre me serviu como base para as matérias que eu ia fazer. Quando por acaso tudo apontava para uma coisa mas não havia declaração, ligava e confirmava. Tinha receio de dar uma informação errada ou mentirosa. Também nunca quis dar uma notícia parcial e ser usada como "massa de manobra" (como dizem o ativistas políticos) por isso que invisto na malícia, porque jornalista tem que ter malícia.
A última notícia que vi a poucos minutos sobre o caso da brasileira Paulo Oliveira foi de que ela já tem um advogado, que foi noticiado que ela confessou a polícia ter mentido sobre a gravidez e as agressões. A comoção nacional se dissolveu, algumas pessoas acusam Paula de louca, outros sentem-se envergonhados pelo que uma conterrânea fez noutra terra. O fato que me intriga agora é que todos estão contra a moça, afirmando que ela mentiu. Não se cogita mais a possibilidade de agressão, pouco se diz sobre o que a polícia tem sobre o inquérito. Parece que primeiro usou-se uma parte da história, depois trabalha-se outra, mas nunca é feito um trabalho com ambas versões para que os leitores ou telespectadores possam ver os fatos e tirar suas próprias conclusões.

sexta-feira, fevereiro 06, 2009

Consciência ecológica

Tem um ditado que diz: "depois da tempestade vem a bonança". No caso de Pelotas, e imagino que nas cidades da região também atingidas pela enchente, depois das chuvas vem o lixo. Eu sou solidária com as pessoas que perderam o pouco que tinham e que perderam entes queridos, mas não posso deixar de falar o que vejo na cidade. Embora existam garis que varrem as ruas a cidade permanece suja, porque as pessoas que vivem da reciclagem muitas vezes jogam o que não precisam ou não querem na rua, os moradores de rua reviram conteiners e latas de lixo e também jogam o que não necessitam na via e o pior de todos os casos, pra mim, é que pessoas que tem casa e trabalho e muitas até uma boa formação escolar jogam seus papéis, garrafas plásticas e sacolas na rua.
Tá certo que nossa cidade é cercada de arroios e água por "todos os lados" e uma chuva como a última que tivemos, com mais de 200 milimetros é difícil de dar vazão. No entanto, se cuidássemos bem da nossa cidade, conservássemos limpa, não desmatássemos a coisa seria diferente e talvez os estragos fossem menores. Na rua por onde passo para ir para o trabalho é o encontro da canaleta da Argolo e do Pepino (um canal) depois que a chuva parou e a água baixou ficou cheia de sacolas plásticas presa no capim e nas plantas que tem em volta.
É preciso ter consciência egológica logo. As pessoas reclamam das mudanças do tempo, dos calores insuportáveis, das chuvas que arrasam lavouras ou da seca, mas continuam derrubando árvores, desbarrancando os arroios e riachos, deixando sujeira e lixo que poderiam levar pra casa ou colocar no lugar adequado. A culpa do mundo estar assim é das grandes indústrias, da poluição, dos gases tóxicos, das grandes potencias mundiais e nossa, sim nossa, que achamos que a prefeitura tem mais é que juntar o lixo que jogamos nas calçadas.
Eu não jogo lixo na rua, separa latas, vidros, plástico, papéis, tento controlar o gasto de água. Tô tentando fazer minha parte. E fico completamente indignada quando vejo gente toda posuda jogando lixo nas calçadas. Pela atitude deles eu imagino que eles devam abrir a janela das casas deles e jogar o lixo sem nem olhar onde cai. Estas atitudes devem mudar ou do contrário acabremos morrendo soterrados no lixo ou afogados n'alguma enchente com água contaminada.