quinta-feira, janeiro 29, 2009

Devolvam as 7 cordas do Milton

Não há espaço que represente mais a boemia pelotense do que o Bar e Restaurante Liberdade. Um boteco maravilhosos que encanta as pessoas que o visitam. É como entrar no túnel do tempo e ser transportada para um momento em que os baleiros giratórios encantavam meus olhos de criança. Lá temos os baleiros, conservas diversas, inclusive ovos, um garçon mau-humorado, que é ilário, cerveja gelada, boa companhia e a melhor música saí do cavaquinho do mestre Avendano junta-se aos sons que saem dos instrumentos dos seus companheiros do regional e invadem o bar completando a atmosfera.
O show não parou, mas os tons estão diferentes desde que o violão de 7 cordas de Milton foi roubado. Não foi apenas o músico que ficou sem o companheiro de décadas, nossos ouvidos também foram assaltados. Contudo Milton Sete Cordas, como é conhecido o músico, não se deu por vencido e continua nos brindando com seu talento e acompanhando o amigo Avendano, com um instrumento emprestado. Como dizem o sow não pode parar.
No entanto, saber que assaltantes, simples ladrões ou usuários de "crack", roubaram as "sete cordas" de Milton, sem saber a mágoa e o desconsolo que causaram nele e o prejuízo que estão levando a música e a boemia pelotense, só reforçam a idéia de que é preciso investir muito mais em educação. Não é justo separar desta forma dois amigos de tantos anos. Nem privar os boemios das notas e tons graves das sete cordas de Milton. Tampouco expor os cidadãos, que como ele trabalharam toda uma vida, a insegurança de um tempo onde a impunidade impera e o respeito ao outro pouco é valorizado.

terça-feira, janeiro 27, 2009

Vila Chocolatão e Carlos Guarnieri

Durante um tempo trabalhei no Serviço de Redução de Danos da Secretaria Municipal de Saúde de Pelotas. Durante este tempo participei de oficinas e reuniões em Porto Alegre com o pessoal que atuava em outros Reduções no estado. Foi quando conheci o Carlinhos Guarnieri, a Rose, o Charão. Guardo sua amizade no coração e uma saudade das reuniões, da troca de experiências, do aprendizado do trabalho e principalmente de vida.
Nas primeiras reuniões a questão que debatíamos era como inserir nosso público, os usuários de drogas, na rede SUS. Nosso trabalho na Secretaria de Saúde era um exemplo pois atuávamos direto dentro da instituição e nosso trânsito dentro do sistema único de saúde era mais fácil. Mas muito dos reduções do estado ainda eram vistos de forma marginalizada. Foi quando o Carlinhos contou do seu trabalho na Vila Chocolatão. Local de muita pobreza que fica bem no centro da capital. O redutor contou que não conseguia, apesar da proximidade com um posto de saúde (se não me falha a memória), encaminhar as pessoas que acessava na vila. Como não se conformou foi até o posto saber o que acontecia e lá soube que era necessário cadastrar as pessoas para que elas fossem atendidas. Mas que não havia pessoal para o serviço. Criou-se um impasse eram muitas pessoas para ir até o posto e o pessoal do posto se sentia inseguro para ir até a vila.
Só que o Carlinhos não se acomodou ou aceitou o situação, conversou com o pessoal da vila, com o "patrão", com presidente de associação e garantiu aos profissionais do posto e estagiários que não haveria problemas de eles irem cadastrar as pessoas lá no Chocolatão. Ele também ajudou a cadastrar o pessoal todo e era adorado pelas crianças. Fez muito mais que seu trabalho de redutor que era ir lá e orientar como reduzir danos causados pelo uso de drogas lícitas e ilícitas e como se prevenir das DSTs e HIV, ele inseriu dezenas de pessoas no SUS, por puro instinto, porque acreditava que podia e precisava fazer.
Para completar o Carlinhos é poeta, escreve coisas lindas e críticas também.
Lembrei do trabalho dele e da tristeza que ele deve estar junto com aquelas famílias lá da vila Chocolatão que perderam suas causas no incêndio que aconteceu ontem. Também me veio a lembrança o que aconteceu na vila dos Papeleiros numa situação semelhante algum tempo atrás. Embora algumas famílias tenham perdido o pouco que tinham, não houve feridos ou mortos.
A situação é difícil pois estas pessoas trabalham com reciclagem e os materiais reciclavéis tem um potencial inflamável o que acaba acarretando acidentes deste tipo. Não há como eles deixarem o seu trabalho. Mas as autoridades ou os bombeiros poderiam fazer uma prevenção com as pessoas que fazem este tipo de trabalho, para evitar situações de risco e acidentes como este. O fato do trabalho deles ser menos glamuroso não o torna menos importante.

sexta-feira, janeiro 23, 2009

Leite adulterado

Não é só a diferença de cultura que nos distancia da China. Tem é, claro a questão econômica e toda as suas tradições milenares, que entram na cultura do povo. Mas o que me fez pensar nestas diferenças foi a resolução tão diferente de dois crimes bem semelhantes que ocorreram aqui e lá, a adulteração do leite. Lá morreram seis crianças e deixou vários doentes. Dois dos considerados culpados pelo ato foram condenados a morte e outros a prisão perpétua. O leite chinês foi adulterado com melanina.
O leite brasileiro foi adulterado com água oxigenada e soda cáustica. Como se pode ver nesta reportagem do dia 24 de outubro do ano passado, o caso pode ter a conivência dos fiscais e para o presidente da Associação Brasileira de Produtores de Leite (Leite Brasil), Jorge Rubez os pequenos produtores podem ser o ponto onde esta adulteração acontece. No entanto, mesmo sendo um caso tão danoso a saúde e que tanta repercussão teve, as notícias que encontrei no google são todas desta do mês de outubro de 2007. E pelo menos nas que dei uma olhada não falava sobre prisão, julgamento ou pena dos responsáveis pela adulteração ou das empresas, que não eram pequenas propriedades ou micro, mas empresas de renome. Falou-se muito dos possíveis problemas que poderiam surgir com a adição de água oxigenada e de soda cáustica no leite das crianças, mas hoje em dia não aparece mais nada.
A imprensa que faz os ídolos e acaba com eles como num passe de mágica, sequer fez um contraponto com a condenação dos chineses, questionando em que pé estão as investigações ou o caso no Brasil.
A diferença entre a justiça da China e do Brasil é tão grande quando a distância que separa o nosso continente do deles.

quinta-feira, janeiro 22, 2009

Barra Cine

Outro evento bem legal que está acontecendo aqui pelas bandas do sul é o Circuito de Cinema Barra Cine. Este evento ocorre bem ao sul, melhor dizendo no extremo sul do Brasil, lá na Barra do Chuí, nos dias 23 e 24, ou seja sexta e sábado, a partir das 21h, no Museu Ateliê Hamilton Coelho. O pessoal que quiser ir na sexta e ficar por lá pode acampar junto ao museu onde terá uma estrutura de camping e devem fazer as reservas pelo telefone (53) 3503 - 3053 o valor é 10 pila.
No dia 23, antes da mostra ocorrerá o lançamento do livro Maria Baderna, do escritor Roberto Jung.
Estão em cartaz os filmes:
Outubro do futuro, de Chico Maximila, Moviola Filmes - Pelotas; Não é de se jogar fora, produção experimental do curso de Cinema e Animação da UFPel e Moviola Filmes; O caramujo, de Rafael Andreazza, Chico Maximila e Rodrigo Neves, Campos Neutrais Filmes; O solitário Jorge, de Chico Maximila e Rodrigo Neves, Campos Neutrais Filmes; Estacionamento, de Cintia Langie e Daniela Pinheiro, Moviola Filmes; Documentário Pimenta Buena, direção coletiva, Moviola Filmes; Crepúsculo e Duplo, Videoarte de Kelly Xavier, Pelotas; A poesia radical da espera, de Leonardo Peixoto - vencedor do Festival GP do Minuto da UFPel em 2008; e Ocupação, documentário de Lizandro Moura, Porto Alegre.

Arte daqui

É um projeto bem legal que está na terceira edição e é uma iniciativa da RádioCom (tem um link para o blog deles alí do lado). E hoje, às 21 h, na Casa da Música, avenida Bento Gonçalves, Shopping Lobão, acontece o lançamento do CD Arte Daqui. Terá a participação de várias bandas, instrumentistas e compositores. O melhor de tudo é que a entrada é franca.

quarta-feira, janeiro 21, 2009

7 coisas que a maioria das pessoas não sabe sobre mim

Eu gosto de memes porque é uma forma de pensar sobre mim mesma. Acabo lembrando coisas que nem lembrava e percebo outras que não fazia idéia.
1. No primário eu fui o pinheirinho numa fetinha de final de ano do colégio. Foi lindo, contava a lenda de como começou o costume de enfeitar os pinheiros no natal. A história conta que cada árvore ofereceu um presente para o menino Jesus que estava nascendo, a oliveira seu óleo para hidratar o corpo do garoto, outra serviu seu frutos como alimento, mas o pobrezinho do pinheiro não tinha nada para oferecer. Então as estrelas, vendo o sofrimento do pobrezinho desceram do céu e o enfeitaram, fazendo com que ele brilhasse muito e foi este o presente que o pinheiro deu a Jesus. Lindo não!? Eu chorei na apresentação, mas ninguém viu, porque eu estava segurando uma cartolina cortada em feitio de pinheiro, igual aqueles que a gente desenha sabe?

2. Eu queria ser bailarina, professora e escritora. De todos o único que ainda acho que tenho chnaces é ser escritora. Para bailarina, apesar de ter feito umas aulas de jazz na pré-adolescência, não fiz mais nada. Agora o que me restam são as danças de salão e outras que não necessitem ficar na ponta dos pés. Acho que não tenho talento para ser professora. E depois de ter todas estas idéias descobri que tenho muito talento para trabalhos manuais, sim trabalhos manuais, aqueles que nossas avós prendadas aprendiam para ser boas esposas.

3. As gurias de quem roubei a meme, no caso Anucha e Pinta, falaram em fardas, em ser bandeirantes e outras cositas más. Eu nunca usei farda e tenho verdadeiro pavor de uniforme. Nunca usei uniforme quando criança na escola e em apenas um dos lugares que trabalhei era exigido o uso, mas era roupa comum, calça preta e camisa cor de laranja. Além de não gostar de fardas e uniformes, não consigo, de jeito algum usar os tais terninhos e "taiers".

4. Sou batizada na igreja, na terreira e em casa. De todas estes batismos os padrinhos que mis encontro são os de casa, sendo o padrinho um tio e a madrinha a vó. Os dindos da terreira vejo com relativa periodicidade, pois sempre vou no centro espírita tomar passe e eles trabalham lá. quanto ao batismo na igreja, foi coisa da minha mãe, que teve que brigar com os padres, pois eles não queriam me batizar pelo fato de meus pais não serem casados. Quem me batizou foi o padre Scharamm, que conhecia a mãe desde novinha. E ela só fez todo este empenho porque achou que um dia eu iria querer casar e precisaria do tal sacramento. Eu até já pensei neste negócio de casar, mas com certeza não seria na igreja, a menos que o moço fosse carolíssimo. do meu lado a cerimônia de união seria ao ar livre, no meio do mato que temos lá no sítio e pensei que meu padrinho na terreira poderia dizer algumas palavras (ele fala muito bem). Ah! Estaríamos de pés descalços.

5. Minha personagem preferida na infância era a Cuca. Adorava vê-la na frente do espelho arrumando os cabelos e dizendo: "lindona! Lindona!". E minha brincadeira preferida no colégio era "mamãe tô morta". Sim, parece macabro, mas era uma espécie de "cela paralítica" e outras brincadeiras de pegar. Se escolhia uma mamãe, fazia o "enterro" dela no jardim da dona Leonídia (servente da escola) e ela começava a pegar as "filhinhas", quem fosse sendo pega ia ajudar a mamãe a pegar as irmãs. Era assim a famosa brincadeira mamãe tô morta!

6. Tenho um lado bem brega. Adoro o Abba, Elymar Santos, Bee Gees, Elvis Presley e músicas dos anos 60, 70 e 80. Tive uma época em que gostava de música sertaneja, Dominó e New Kids. Eu sei, é difícil de acreditar, mas é verdade. Fazia coleção de fotos, reportagens, pôsters e tudo mais. Não sei se vou conseguir encarar alguns amigos mais alternativos depois dessa revelação. Hoje em dia adoro samba, alguns pagodes, música sertaneja de raiz, aquelas do Almir Satter e outras mais alternativas.

7. Durmo sempre sem meias, sem sutiã e sem calcinha. Mas no inverno uso pijama. Também sempre sou acompanhada de um cachorro de pelúcia, snif,snif que chamo de Romário. É, também gosto do Romário, eu disse que era brega. E o pobrezinho do Romário sofria muito, pois meus irmãos faziam com ele o mesmo que o Cascão e o Cebolinha faziam com o Sansão, amarravam suas orelhas. Hoje quem faz isso é minha sobrinha Larissa.

Enfim, estas são as sete coisas que a maioria das pessoas não sabe sobre mim. Agora não sei se alguém vai ficar sabendo, afinal eu não sei se tem alguém me lendo por aí.

terça-feira, janeiro 20, 2009

Posse de Obama

É hoje a posse do primeiro presidente negro dos EUA. Vamos esperar para ver o que de realmente novo com o mister Barack Hussein Obama.

segunda-feira, janeiro 19, 2009

Desrespeito, tragédias de toda ordem

Que as crianças de hoje em dia estão bem mais difíceis de lidar do que as de antigamente, isso não há dúvidas. Mas há muitos professores que eu realmente não entendo porque cargas d'água escolheram o magistério como carreira. Quando eu estava na escola o professor em sala de aula era a lei, não se respondia para ele e nossa obrigação era ficar quieto, fazer os exercícios e obedecer. Meus pais também impunham respeito e se houvesse alguma queixa dos professores é bem provável que a culpa fosse minha. Então eu ficava quieta o quanto podia, e não era muito, porque sempre falei "pelos cotovelos" ou como diz meu pai, "pelas tripas do diabo".
Os professores também eram de outra espécie. Apesar de sempre terem recebido pouco e serem desvalorizados. Mas havia amor entre alunos e professores. E mesmo quando não gostávamos deles e debochávamos dos seus achaques e manias, tinha respeito por eles serem mais velhos. Hoje não tem muito disso não, todo mundo responde pra todo mundo e o respeito foi pras cucuias. Tanto professores como alunos acabam marginalizados.
Existem relatos terríveis de professores agredidos pelos alunos em sala de aula. Aqui mesmo em Pelotas uma professora perdeu o olho separando a briga de dois alunos. E de outro lado tem os professores que acreditando que estão educando acabam humilhando e fazendo os alunos passarem por situações traumatizantes como o caso de uma sôra que para corrigir uma criança que bateu no coleguinha fez todos os outros baterem no rosto dele também. E o mais grave, que me deixou chocada, que foi o caso de um menininho que havia, segundo o bilhete da professora enfiado o dedo no ânus de um coleguinha, como castigo ela mandou que todos os amiguinhos fizessem o mesmo com o garoto, avisando a mãe do ocorrido por um bilhete.
Minha avó diz que o mundo tá perdido, que ninguém respeita ninguém e que não sabe onde vamos parar. Eu por outro lado acho que teve um momento em que perdemos alguma coisa e da rigidez extrema passou-se a uma liberalidade total.

sexta-feira, janeiro 16, 2009

Tristeza para a Galera Xavante

Eu nunca fui no campo de futebol ver meu time jogar. Mas acordei várias vezes ouvindo a batucada da Garra Xavante aos domingos durante os jogos do Grêmio Esportivo Brasil, o Xavante. A torcida é marginalizada, é verdade, no entanto tem um amor incomensurável, e eu diria até inexplicável, por este time. Talvez seja explicado pela letra do hino que diz: "Brasil as tuas cores são o nosso sangue e a nossa raça" e nesta simples e poética frase demonstre o quão importante e forte são estes marginalizados, que são a base do nosso país, que participaram ativamente da construção da nossa cidade e que mesmo sem nome de família tradicional está na história. Está na história sem nome, sem rosto, como a nação xavante, que em dia de jogo não se chama Miguel, Luiz ou José, chama-se apenas Xavante.
Mas hoje a batucada da garra está soando baixo, os gritos de gol deram lugar a um choro silêncioso de tristeza pela perda de três integrantes da delegação Claudio Milar, Regis e Giovani.
O acidente ocorreu no final da noite desta quinta-feira (15/01) na BR-392. Segundo relatos o ônibus não venceu a curva e rolou por um barranco de cerca de 40 metros de altura. As perdas são irreparáveis, são sofridas, devem ser choradas e com certeza serão superadas. Ficaremos com a lembrança da alegria dos gols do Milar e a consciência de que ele foi cedo, mas tá guardado em centenas de corações para sempre.

quarta-feira, janeiro 14, 2009

A crise chegou

Eu não entendo absolutamente nada de economia, mas ao ver montadoras demitindo e outras empresas dando férias aos funcionários me parece que a crise chegou. O governo diz que não, tá se preparando para enfretar o que vem por aí, mas sei lá...
Como disse eu não entendo nada de economia.

terça-feira, janeiro 13, 2009

Passionais

Assisti a uma entrevista uma vez, em que uma advogada falava que a maioria dos crimes passionais são cometidos pelos homens. Esta advogada chamada Luiza Nagib Eluf é autora do livro A paixão no banco dos réus, que trata de forma cronológica crimes passionais famosos no Brasil e a solução que foi dada a eles.
E o que me preocupa é o quanto tem ocorrido de crimes passionais ultimamente. Não sei se sempre foi nesta base, mas o fato de ver estampado nos jornais e alardeado pela televisão me deixa chocada.
É amor demais? É amor de menos? Não dá pra saber, apenas se percebe a perturbação e o sentimento de posse sobre a outra pessoa, geralmente mulher. Mesmo com a nova legislação, a Maria da Penha, os crimes tem ocorrido de forma brutal. Há poucos dias uma guria de 23 anos foi assassinada pelo ex-namorado na academia de ginástica onde trabalhava. Mesmo após ter registrado dois boletins de ocorrência por ameaça e ter entrado com uma representação contra o ex-namorado ela não foi protegida. É claro que eu entendo que a lei tem um tramite legal, mas via de regra, e isto é uma observação informal sem base, quando os homens ameaçam suas ex-mulheres, ou namoradas estas acabam como suas vítimas.
A minha dificuldade em avaliar o que leva estes homens a cometerem os crimes é a mesma que, muitas vezes, não deixa entender porque as mulheres não denunciam a violência e os abusos. Porque entendo o amor como algo suave, sereno, maduro, como uma troca. Enquanto que a paixão é arrebatadora, é exuberante e descontrolada, chegando a ser considerada por alguns estudiosos como uma doença, um vício. Não tenho base científica, ou psicológica, para dizer isto, mas o que sei é que matar e manter alguém cativo não é amor. Tá mais próximo da definição de paixão, que dizem (e está em alguns dicionários) ser um amor ardente que afeta a razão. Seria muita insensibilidade não considerar a dor que estes homens sentem, no entanto considerar que isto que eles sentem é dor pelo amor também não está correto, tampouco lhes dá direito de matar.
O reflexo mais importante e mais assustador é de que talvez a gente não esteja preparado para amar. Não temos estrutura para nos doar, temos medo, insegurança e sofremos tantas cobranças que vamos perdendo coisas importantes pelo caminho. Talvez tenha chegado a hora de parar de olhar para nós como potencias, como profissionais, como adultos promissores. Para enxergar dentro de nós as pessoas, a humanidade.

terça-feira, janeiro 06, 2009

Litera-meme

Bem, eu gosto de memes porque nos faz pensar em coisas nossas, reflexões e às vezes em bobagens. E falar e pensar bobagens também é bom. E esta é legal porque é de literatura. E eu adoro!
1 - livro/autor (a) que marcou a infância:
Devo confessar que os livros que li quando criança foram poucos. Entre eles estão os contos de fadas dos irmãos Grimm e os maravilhosos livros do Ziraldo. Comecei com o menino maluquinho, e todos aqueles que falam das partes do corpo, dos pés, dos joelhos, enfim. Eu só não lembro os nomes. Também lia bastante gibis, tipo turma da Mônica e Luluzinha.


2 - livro/autor da adolescência:
O pequeno príncipe de Antoine de Saint-Exupéry e Meu pé de laranja lima de José Mauro de Vasconcelos. Amei ambos! Depois li vários daqueles obrigatórios dos quais gostei de Dom Casmurro, do Machado de Assis, Helena, do mesmo autor. Neste caso, acaba que o Machado de Assis torna-se o autor da minha adolescência, mas os livros que me marcaram mesmo são os dois primeiros.

3 - Autor que mais admira
Esta é meio óbvia pra quem me conhece pois eu amo de paixão as histórias do Gabriel García Marquez e venho lendo tudo que acho dele, além de comprá-los também. Também adoro Nelson Rodrigues, Erico Veríssimo, Mario Quintana, Cortázar e Isabel Allende. Hummm... na verdade literatura latino-americana em geral.

4 - Autor contemporâneo
Puxa neste eu tô meio por fora, mas vejamos... gosto do Carpinejar. Li um livro emprestado pela Anucha, chamado o Anatomista, de Frederico Andahazi e gostei bastante. Eu gosto de ler, se a leitura é envolvente eu devoro o livro.

5 - Leu e não gostou
Vou deixar claro que, de forma geral acabo os livros que começo, mesmo passando anos. Mas ultimamente tenho me dado ao luxo de não terminar leituras de que não gosto, a menos que sejam obrigatórias, claro. Neste caso tem um livro que comprei bem baratinho numa feira do livro chamado A Seta do tempo, comecei e não consegui terminar. Também ganhei um de presente de um ex-chefe, não lembro nem o nome. Mas o que me deixou meio triste foi não ter conseguido ler A Erva do Diabo, do Carlos Castaneda. Este foi bem recomendado pela minha amiga Jacque, mas achei muito chato e pouco atrativo. Li mais ou menos um terço do livro, mas não deu. Ia lendo na esperança de que algo revelador viesse em seguida, no entanto nada. Parei de ler. Quem sabe eu tento novamente numa outra ocasião.

6- Lê e relê
O pequeno príncipe, estou relendo agora. Todos os do Gabo, Memórias do Cárcere, com exceção dos que não gostei todos os que estão na minha estante.

7 - Manias
Bem, adoro livro novo. Não dobro das página que nem revista e me dá uma dor quando vejo alguém fazendo isso com um livro. Não risco, a não ser que sejam os de estudo. Organizo em ordem alfabética. Já separei por estilo, mas são bem poucos, então em ordem alfabética funciona melhor. Só empresto pra Anucha e pra Camila. Tenho sim ciúme dos meus livros. E quando empresto pra colegas de aula ou outras pessoas além das gurias anoto o nome numa agenda pra não esquecer. Acho que é isso!

Se não quiser colocar no blog pelo menos pensa nos livros que te marcaram, é um ótimo exercício.

O ano não começou

Regra geral no Brasil o ano só começa depois do carnaval, junto com o período letivo e outras cositas más. È claro que quem trabalha já está ou ainda está no batente, fazendo a roda girar, mas a verdade é que tudo gira mais lento, devagar, se arrastando para se impulsionar mesmo lá em março.
Eu tô voltando ao trabalho, a caixa de emails está cheia sendo atualizada devagar e sempre como diz o ditado. Durante os dias de férias entre o natal e ontem tomei muito pouco conhecimento das coisas do mundo. Me isolei num ambiente de natureza, ar puro e pouco movimento. Não assisti ou li jornal, na verdade vi duas retrospectivas na televisão a da Record e do SBT. Mas reservei meu tempo a ler, dormir, comer, beber e tomar banho de arroio e de sol com meus sobrinhos. Mas durante este tempo pensei muito na vida e no que quero para o ano que inicia.
E numa escapadela vi algumas notícias que me deixaram meio tristes, como o grande número de acidentes nas estradas e a nova chuva e alagamentos em Santa Catarina, desta vez em outro lado do estado, mas causando tanto estrago quando a anterior. Também fiquei um pouco chocada com algumas notícias que vi sobre a posse de prefeitos que tiveram de arrombar as portas das prefeituras para poder assumir seus cargos. Mas a que me deixou mais chocada foi a daquela cidade onde forma destruídos a prefeitura, o cartório eleitoral e praticamente toda a cidade. Nesta parece-me que o prefeito havia sido cassado e estava sendo empossado o segundo colocado. Em outra, no estado do Maranhão, os servidores públicos também causaram danos ao patrimônio da cidade em protesto pelo não pagamento dos salários.
Além disso, tiveram vários conflitos no Oriente Médio. Vamos voltando pouco a pouco as nossas funções, sempre desejando paz neste ano que começa.