segunda-feira, abril 30, 2007

Mundo insano

Depois de um atentado, na verdade vários atentados de jovens que matam e se suicidam. O mais recente, amplamente noticiado foi na Virgínia, nos Estados Unidos, dentro de um alojamento da Faculdade de Engenharia. O rapaz que cometeu o crime e se suicidou em seguida enviou gravações feitas por ele para as autoridades, numa das gravações ele se dizia "inspirado" nos assassino e suicidas de Columbine. Isto foi uma situação horrível, as pessoas se sentiram fragilizadas, os jornais e programas de televisão entrevistaram vários especialistas no assunto para tentar explicar o fato ou o que levou ao jovem sul-coreano a cometer os homicídios e suicidar-se depois.
No Brasil não há fatos assim, mas há violência urbano de forma apavorante. Fico pensando, se não é possível atestar a sanidade mental dos policiais para portar armas, imagina se o Estado conseguiria controlar a sanidade das pessoas que querem portar uma arma. Não existe mecanismos de controle pra nada por parte do Estado. O que encontramos e vemos na saúde, os desvios de verba, os benefícios que não chegam nas pessoas que precisam porque ficam nas mãos dos burocrátas ou são repassados para laranjas ou roubados mesmo na mão grande.
É inacreditável ver o quanto um hospital recebe de pessoas feridas a bala no Rio de Janeiro, coisa de país em guerra.
As balas continuam sendo chamadas de perdidas, mas sempre encontram alguém em seu caminho. É triste a realidade que vivemos no nosso país e é apavorante, pois não basta estar em casa com os filhos, é preciso ter grades nas janelas e manter as portas sempre chaveadas. Caso contrário nos tornamos vítimas potenciais como ocorreu com uma mãe e seus três filhos que foram feitos reféns por mais de 32 horas.
E mesmo assim, mesmo com as grades e as portas fechadas precisamos blindar paredes etc, pois, as balas, aquelas perdidas, podem achar a gente lá dentro de casa, dormindo.

quinta-feira, abril 26, 2007

Lei de Murphi

Ontem e na madrugada de hoje choveu. Caiu a temperatura e o calorão foi embora, agora até que tem um pouquinho de sol, mas o vento continua friozinho. O saco são os pingos que caem na cabeça e na roupa da gente quando passamos embaixo das marquises. Quando está calor são os pingos do ar-condiconado que teima em pingar sempre na cabeça ou no nariz do passante. Quando chove é o pingo das calhas, dos canos usados para escoar a água dos telhados.
O pior é que eles sempre pingam em mim. E quando se está com TMP isto é uma verdadeira tragédia grega!!!!!

sexta-feira, abril 20, 2007

Todo o dia era dia de Índio!!!!!

Para mim o dia do Índio lembra a música da Baby Consuelo, porque quando ela cantava esta música ela ainda era Baby Consuelo, agora é Baby do Brasil, evangélica de uma igreja bem peculiar fundada por ela.
Mas não importa porque:
"Todo diaaaa era dia de Índio!!!".
E minha maior lembrança do dia do Índio, além do terrível assassinato do índio Galdino Pataxó em Brasília por um grupo de garotos de classe média alta que não foram condenados a prisão, mas pagaram cestas básicas por algum tempo, é justamente o clipe da música da Baby Consuelo, que depois eu imitava no pátio de casa, dançando como uma maluca. Hoje meu cabelo é vermelhão, talvez por alguma influência da Baby que tinha cabelos cor-de-rosa.
Enfim... minha sincera homenagem aos verdadeiros donos da terra e que a música se torne realmente "todo o dia, dia de índio!".

terça-feira, abril 17, 2007

Onze anos do massacre Eldorado dos Carajás

Como era de se esperar eu estou fazendo um protesto sobre o Eldora dos Carajás, protesto contra o massacre. E como também não podia deixar de ser tô colocando a música de duas pessoas a quem eu admiro muito e que escrevem muito bem: Pedro Munhoz e Martim César Gonçalves. Eu adoro o trabalho destes dois caras, não porque é bonito, mas porque através da arte eles trabalham o social. De alguma forma as suas canções nos despertam.
É pena que os culpados não tenham sido punidos, que o Brasil não tenha mudado, que a reforma agrária não tenha acontecido e que a revolução não tenha feito com que todos nós sejamos iguais.

Música: Procissão dos retirantes
CD: Cantigas de Andar Só
Autor: Pedro Munhoz / Martim César

Terra Brasilis, continente
Pátria-Mãe da minha gente,
Hoje eu quero perguntar:
- Se tão grandes são teus braços,
Por que negas um espaço
Aos que querem ter um lar?

Eu não consigo entender
Que nesta imensa nação
Ainda é matar ou morrer
Por um pedaço de chão!

Lavradores nas estradas
Vendo a terra abandonada
Sem ninguém para plantar
Entre cercas e alambrados
Vão milhões de condenados
A morrer ou mendigar

Eu não consigo entender
Achar a clara razão
De quem só vive pra ter
E ainda se diz bom cristão!

No Eldorado do Pará
Nome indio: Carajás
Um massacre aconteceu.
Nesta terra de chacinas,
Essas balas assassinas
Todos sabem de onde vêm

É preciso que a justiça
E a igualdade sejam mais
Que as Palavras de ocasião.
É preciso um novo tempo
Em que não seja só promessa
Repartir a terra e o pão
(a hora é essa de fazer a divisão!)

Eu não consigo entender
Que, em vez de herdar um quinhão,
Teu povo mereça ter
Só sete palmos de chão!

Pátria amada do Brasil,
De quem és, ó mãe gentil?
Eu insisto em perguntar
Dos famintos das favelas
Ou dos que desviam verbas,
Pra champagne e caviar?

Eu não consigo entender
Achar a clara razão
De quem só vive pra ter
E ainda se diz bom cristão!

quarta-feira, abril 11, 2007

Cine Pelotense

Ontem foi a primeira vez que entrei no Supermercado Cine Raditke. Este super foi instalado no antigo cine Pelotense, o meu cinema preferido em Pelotas, que tinha tantos cinemas enormes, com mais de 300 lugares para os cinéfilos.
Pra mim foi bem emocionante e olha, já fazia tempo que o cinema estava fechado. Também vi matérias do pessoal comprando as cadeiras para deixar em casa um pedacinho daquele lugar sempre vivo na sala. Fiquei triste porque não comprei nenhuma cadeira e também não pude dar de presente para minha amiga Anucha que ama cinema.
E ontem eu tive a prova de que eu também amo cinema. Eu me formei em um. E quase chorei quando entrei n'outro que virou mercado.
Fiquei pensando nos filmes da minha pré-adolescência, os trapalhões, os filmes de ação e aventura, os filmes que vi com meu ex-namorado, a primeira vez que fui ao cinema sozinha foi no Pelotense. Tanta lembrança... tantos risos, tantas lágrimas e agora lá no lugar tem várias prateleiras com arroz, feijão, enlatados.
O mais emocionante pra mim, foi que pela primeira vez eu me senti como se tivesse realmente entrando no cinema, eu vi tudo como da última vez em que fui lá para assistir a um filme.
Acho que estou ficando... nostálgica. Será crise prá 30?

segunda-feira, abril 09, 2007

Amazônia

Não assisti a minisséria inteira. Na verdade sequer consegui acompanhar a história das personagens. Vi alguns capítulos do início por causa do Wilker, que eu amo. Mas não consegui deixar de me emocionar com o Chico Mendes vivido por Cássio Gabus Mendes. Lembrei da história dele, do que lembro da minha infância e adolescência na época da morte do seringueiro. 1988, eu tinha onze anos e estava na quarta série do primeiro grau, hoje ensino fundamental.
Mas o que mais me doeu foi saber que ele, o Chico Mendes não se importava de morrer se a sua morte significasse algum progresso pra sua causa. Ele só pedia justiça e paz para os trabalhadores e os povos da mata. Levou uma bala no coração que calou sua voz, mas não a luta. E a sua história não serviu de exemplo e não impediu outras vidas de serem tiradas da mesma forma e com o mesmo intuito.
Os "donos" da floresta e os coronéis continuam resolvendo seus problemas a bala. E a reforma agrária justa, a justiça social ainda nem foi para o papel. São feitos uns assentamentos aqui outros acolá e o povo, vai cada vez sendo mais massacrado sem saber em quem acredita, sem saber se pega em armas ou se confia na polícia.
Chicos, Dorotis, Vladmirs continuam sendo mortos, Marias e Clarices continuam chorando.