quinta-feira, fevereiro 17, 2011

São os trabalhadores que "quebram" o Brasil

Faz tempo estou querendo escrever, mas sou uma trabalhadora assalariada e tenho horas de trabalho a cumprir. Mas toda esta lenga-lenga em relação ao salário mínimo nacional e a argumentação absurda dos defensores do governo, formado hoje por toda a sorte de siglas partidárias, com exceção do PSOL e do PSDB (os mais ferrenhos nas suas críticas), me fez levantar a voz. Podem me chamar de "a esquerda que a direita gosta" ou "extrema esquerda incendiária" por criticar o governo de "esquerda" que comanda o país. Não me importo! Pelo contrário sinto-me lisonjeada, afinal de contas minhas palavras estão causando incômodo a alguém. Faz um mês e 17 dias que a primeira mulher assumiu a presidência do Brasil, ela é remanescente da luta armada contra a Ditadura Militar (que durou 20 anos) foi presa e torturada. Respeito-a pela sua história, creio que atuou de forma ativa na defesa do país. Mas isto foi há mais de 40 anos, hoje ela está coligada com um dos partidos mais combatidos pelo seu próprio partido no passado. Parece loucura! Mas basta abrir os jornais para ver.
Todos estes políticos que estão no Congresso, no Senado, nas Câmaras de Vereadores, nos governos dos estados, nas prefeituras e na Presidência da República foram votados por nós (talvez não diretamente, mas como vivemos numa democracia representativa aonde a maioria ganha...) por defenderem a ideia de melhorias para os cidadãos trabalhadores deste país. Mas os trabalhadores são o verdadeiro problema do Brasil. Vejamos só: nós recebemos um salário mínimo que não chega ao final do mês, contribuímos para a nossa aposentadoria por 35 anos e só podemos usufruir deste "benefício" após trabalhar por 65 anos, pagamos impostos embutidos em todos os produtos que consumimos, precisamos pagar por assistência médica pois o SUS não comporta a quantidade de pessoas que dele necessitam, a segurança é precária e a educação também vai mal. Trabalhamos, pagamos, contribuímos, ralamos para no final, após votar em promessas vãs, somos surrupiados e achincalhados pelos nossos representantes.
FHC disse que aqueles que se aposentaram com menos de 60 anos eram vagabundos! Lula disse que se não vamos procurar aonde tem juros mais "baratos"  (se é que existe juro barato no Brasil) é porque não queremos descolar a bunda da cadeira, em outras palavras somos vagabundos. Sim, vagabundos! Agora deputados e presidência argumentam que um aumento maior para o salário mínimo vai onerar o país. Ou melhor, este aumento "quebraria" o país. Eu no lugar dos representantes do PT em qualquer instância teria vergonha do que está acontecendo. Sim, o partido que se diz "DOS TRABALHADORES" que permitiu que deputados reajustassem seus salários em 60%, argumenta que um SM de R$ 560,00, R$ 600,00 ou R$ 700,00 é uma IRRESPONSABILIDADE.
O que eu entendo de tudo isto? Que a culpa é dos trabalhadores. Somos nós os culpados pelo rombo na previdência, afinal de contas fomos nós que pagamos todo aquele dinheiro que a Jorgina desviou e até hoje não devolveu. É nossa culpa!
Meu pai começou a trabalhar com seis ou sete anos, minha mãe com 14, a maioria dos meus familiares também, assim como os familiares de muitos dos meus amigos e conhecidos, mas se aposentar e aproveitar o período de descanso merecido após 60 anos de trabalho é impossível. Conheço raríssimas exceções que não continuam trabalhando em casa fazendo um artesanato, ou mesmo exercendo a sua atividade. E porque? Porque a aposentadoria não dá. E mais uma vez a culpa é do trabalhador, pois se eles continuam em atividade depois de se aposentar faltam empregos para quem está começando. Essa é a lógica de quem defende o atual governo. Lógica que não existia quando o este governo era oposição, diga-se de passagem.
Proponho que os trabalhadores acabem com este problema que tanto prejudica o Brasil. Que tal se todos nós parássemos de contribuir pagando impostos?

domingo, fevereiro 13, 2011

sexta-feira, fevereiro 11, 2011

Pare a tortura dos familiares dos desaparecidos políticos - Blogagem coletiva #desarquivandoBR

Hoje é o último dia da blogagem coletiva #desarquivandoBR encabeçada pela Niara e o Tsakkov . Juro que eu pensei em muita coisa para escrever e quis muito, muito ter tido tempo para escrever uns 15 posts sobre este assunto. Mas o tempo foi curtíssimo para mim e cá estou eu nos últimos segundos do segundo tempo.
O período da Ditadura Militar, que durou vinte anos, os mais duros (ou pelo menos alguns dos) na história do Brasil sempre me despertaram interesse. O tema e a história do nosso país são muito importantes e me interessam demais, tanto que a censura foi o tema do meu trabalho de conclusão de curso em Jornalismo e a Anistia foi o tema do meu  artigo de conclusão da especialização em História do Brasil. Durante a pesquisa para realizar estes trabalhos eu precisei (e ainda hoje busco muito) ler a respeito dos anos de chumbo.  Li coisas que me chocaram e fizeram chorar tamanha a perversidade utilizada pelos militares para com os presos políticos. Coisas absurdas com nome e sobrenome como pau-de-arara e cadeira do dragão que li no livro "Cale a boca jornalista!" do Fernando Jorge. Mas, para mim, a maior perversidade que ainda resiste no Brasil é esta negação da abertura dos arquivos secretos, o reconhecimento e a punição dos torturadores e (o pior de tudo) ainda existirem desaparecidos políticos e o governo, no caso os últimos FHC e Lula, não tomar uma atitude efetiva de esclarecimento disto.
Não existe tortura maior do que privar as famílias de enterrarem seus mortos, de saberem o que realmente aconteceu com seus entes queridos e saber que talvez a Justiça nunca venha a ser feita . Dizem que precisamos saber e lembrar para que coisas terríveis como a tortura ou o holocausto não se repitam. É terrível saber que funcionários públicos torturavam e matavam cidadãos que se opunham a politica do governo a mando deste mesmo governo.
Quando um homem do povo, sindicalista, presidente do partido dos trabalhadores chegou pela primeira vez a presidência do Brasil muitos pensaram (como eu pensei) que os arquivos seriam abertos e os culpados punidos, mas nada disto aconteceu. Porque este mesmo governo (que se diz) de esquerda mudou muito durante dois mandatos presidenciais. Agora uma mulher, ex-guerrilheira que foi torturada, perseguida e exilada foi eleita Presidenta (como ela gosta e prefere ser chamada) do nosso país. Na minha cabeça, não há, entre inúmeros brasileiros quem queira mais que torturadores sejam punidos do que uma vítima de tortura. Espero sinceramente que isto seja verdade e a nossa presidenta atue para que este desarquivamento aconteça. Haverá pressão dos militares que foram anistiados junto aos presos e exilados, mas Dilma não deve aceitar. Ela deve resistir como aconteceu no passado. E nós continuaremos mobilizados.

quarta-feira, fevereiro 09, 2011

Caminhada de concientização pela doação de medula

Acontece neste domingo, 13 de fevereiro, na praia do Laranjal Caminhada de concientização de Doação de Medula Óssea. A saída será do Shoping Mar de Dentro às 17 horas. Compareça!!!!!!