sexta-feira, setembro 30, 2011

Protesto em São Paulo pela alteraçõa no projeto da Comissão da Verdade

>"São Paulo - O Comitê Paulista pela Memória, Verdade e Justiça promove manifestação nesta sexta-feira (30) para pressionar o Senado a promover modificações no projeto que cria a Comissão da Verdade. O ato está programado para as 16h30, no vão livre do Masp, na avenida Paulista, região central da capital paulista. Ativistas de direitos humanos, ex-presos políticos, parentes de mortos e de desaparecidos políticos são esperados no protesto."

quarta-feira, setembro 28, 2011

Descriminalização do Aborto

Já falei por aqui que sou contra o aborto, principalmente pelo fato de existirem métodos anticoncepcionais eficazes para evitar a gravidez. No entanto, não posso deixar de ser solidária e de pensar no enorme número de mulheres e meninas que ficam gravidas sem estarem preparadas, sem saber, sem poder ou ter suporte para parir e criar dignamente seus filhos, enfim...
A questão do aborto é de saúde pública, tal qual o é o problema das drogas, e só serão solucionados com políticas públicas sérias, eficazes e reais. Politicas estas que passam pela educação, para citar apenas uma.
Das mulheres que eu sei que fizeram aborto, pelo menos as que assumiram ter feito, todas tiveram filhos depois da primeira gravidez interrompida. Uma fez aborto com uma parteira e precisou ser socorrida no hospital para curetagem. Outra, embora tenha tido auxilio de um médico, precisou recorrer ao hospital por conta das dores horríveis que sentiu. Nenhuma delas se orgulha de ter recorrido a este método. Algumas dizem-se arrependidas. Mas todas defendem que é preciso descriminalizar o aborto.
Também como no caso da descriminalização do uso da maconha, descriminalizar o aborto não quer dizer que todas as mulheres sairão por aí realizando tal procedimento. Porque, ao contrário do que pensam algumas pessoas com as cabeças tortas, para crerem nisso, o aborto é uma coisa traumática, seja para aquela mulher que não quer ser mãe, seja pr'aquela que sofre um abortamento espontâneo.
Eu posso dizer muitas coisas e usar inúmeros argumentos, inclusive hoje li vários textos muito bonitos de mulheres (algumas mães) defendendo a descriminalização do aborto. Mas o texto mais completo e com o qual eu mais concordei é de um homem. O doutor Dráuzio Varella tão conhecido defende primorosamente as mulheres. E, concordo com ele especialmente neste parágrafo:
"A questão do aborto está mal posta. Não é verdade que alguns sejam a favor e outros contrários a ele. Todos são contra esse tipo de solução, principalmente os milhões de mulheres que se submetem a ela anualmente por não enxergarem alternativa. É lógico que o ideal seria instruí-las para jamais engravidarem sem desejá-lo, mas a natureza humana é mais complexa: até médicas ginecologistas ficam grávidas sem querer."

quarta-feira, setembro 21, 2011

Queremos uma Comissão da Verdade DE VERDADE!

Faz um tempinho que não posto nada meu por aqui. É que aconteceram alguns problemas e o tempo ficou escasso. Mas não poderia deixar de atender ao chamado da amiga Niara, para a blogagem coletiva em apoio a aprovação da #ComissãoDaVerdade no Congresso Nacional. Daqui a algumas horas a Ministra Maria do Rosário irá apresentar , junto com entidades defensoras dos Direitos Humanos, o projeto da Comissão da Verdade. A cerimônia ocorrerá às 16h.
Obtivemos muitos avanços, elegemos um sindicalista e a primeira mulher à presidência. Mulher esta que hoje fez um discurso na ONU, a primeira mulher a discursar na abertura da assembleia geral das Nações Unidas (ONU). É um grande avanço para um país emergente. Mas ainda há muitos esqueletos no armário, em covas rasas em cemitérios clandestinos e jogados no fundo do mar. Não é possível esquecer o passado e não é possível admitir que não existam explicações sobre os desaparecidos políticos.
Nossa presidente foi da luta armada, sabe das coisas que aconteceram por ter sentido na pele a dureza da Ditadura Militar. Veio a anistia, mas ainda existem famílias que não sabem dos seus entes queridos, desaparecidos naquela época.
Creio que investigar e esclarecer os atos que violaram os Direitos Humanos entre 1946 e 1988 é o mínimo que um país justo pode fazer. Ativistas, ex-presos, perseguidos políticos durante a ditadura militar e familiares criaram um manifesto para solicitar alterações ao texto do projeto. O referido manifesto alerta para a possibilidade de um engodo em relação a #ComissãoDaVerdade. Todos nós esperamos que, além de investigar, examinar e esclarecer, os atos de violação dos Direitos Humanos sejam punidos, os arquivos secretos sejam abertos, e os desaparecimentos sejam solucionados. Pois de outra forma, de que adiantaria?
Queremos uma #ComissãoDaVerdade DE VERDADE, que desarquive nosso país de vez e abra definitivamente as portas do Brasil para a Democracia que ele merece. Chega de não punir erros!

sexta-feira, setembro 16, 2011

Sábado Resistente - QUARENTA ANOS DO MASSACRE DE BURITIS

QUARENTA ANOS DO MASSACRE DE BURITIS


Homenagem a Carlos Lamarca, Zequinha Barreto, Otoniel Campos Barreto e Luiz Antônio Santa Bárbara



O Sábado Resistente de setembro vai debater sobre a operação implacável de caça aos militantes instalados na região de Brotas de Macaúbas (BA).

A chamada “Operação Pajuçara” – iniciada em fins de agosto de 1971, que tinha como alvo maior Carlos Lamarca, militante histórico da VPR e destacado comandante da guerrilha urbana no Brasil – transformou a cidade de Buritis em campo de concentração, torturou populares em praça pública e assassinou vários militantes diante dos olhos da população.

O encerramento dessa barbárie terminou em 17 de setembro daquele ano com a execução do Capitão Carlos Lamarca, Zequinha Barreto, Otoniel Campos Barreto e Luís Antônio Santa Bárbara.

Há dez anos, a população local, com a ajuda da Igreja Católica, relembra esse massacre de ‘Buritis Cristalino’, como ficou conhecido na região, com missas, inaugurações de monumentos e eventos populares. Comemoram-se, a cada ano, o espírito tenaz e resistente dos que ousaram lutar contra a ditadura militar na busca por uma sociedade democrática com justiça social e valores humanitários.

Venha conhecer um pouco mais a respeito desta chacina ocorrida há exatamente 40 anos e outras repercussões dessa luta de resistência.

No encerramento, será feita uma homenagem especial a Carlos Lamarca, comandante da VPR.



PROGRAMAÇÃO -  24 de setembro, das 10h às 17h30

10h00 – Boas vindas de Kátia Felipini (coordenadora do Memorial da Resistência de São Paulo)

10h15 – DEBATE “A Militância Clandestina contra a Ditadura”

Coordenação: Ladislau Dowbor - professor titular da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, dirigente da VPR, foi preso e libertado em 1970 na troca pelo embaixador da Alemanha (terceiro vôo da liberdade). Tem diversos livros publicados e é consultor da ONU

Participação:

- Roberto De Fortini - operário italiano, militante da VPR, preso e libertado na troca pelo embaixador da Suíça (quarto vôo da liberdade), Assessora atividades e cooperativas de agricultura familiar e tem diversas experiências de economia solidária.

- Aluizio Palmar - brasileiro, jornalista, militante político, preso em janeiro de 1969, libertado e banido em janeiro de 1971 pela troca do embaixador da Suíça (quarto vôo da liberdade), integrante da VPR. É autor do livro “Onde foi que vocês enterraram nossos mortos?”

- Dolantina Nunes Monteiro - brasileira, gaucha, camponesa, exilada política desde 1971, ativista de movimento feminista e popular na Argentina.

- José Carlos Mendes - militante da VPR, exilado político de 1971 a 1979.

11h30 – Depoimentos de militantes da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR)



INTERVALO

14h00 – Boas vindas de Kátia Felipini - coordenadora do Memorial da Resistência de São Paulo

Apresentação e Coordenação de Ivan Seixas - Núcleo de Preservação da Memória Política

14h30 – Exibição do documentário “Massacre de Buritis”, de Maria das Graças Sena

15h00 – Palestra de Roque Aparecido Silva, diretor do Instituto Zequinha Barreto sobre os eventos deste ano em Brotas de Macaúbas

15h30 – Debate

16h30 – Apresentação musical

17h00 – Homenagem a Carlos Lamarca
 
Fonte: Memorial da Resistência de São Paulo

Largo General Osório, 66 – Luz
Auditório Vitae – 5º andar