Na minha cidade faz dois meses, ou mais, de vento incessante. Voa tudo pela rua de sacolas plásticas a sacos e papéis jogados pelo chão. Outro dia quase cai observando uma pomba que tentava inutilmente voar contra o vento. Ao contrário da música do Caetano, para ela não teve sentido de liberdade mas de superação. Mas o vento foi mais forte e ela mudou a direção de seu vôo.
Hoje eu lembrei que minha mãe sempre dizia quando ficávamos em casa quando ela precisava sair fazer alguma coisa fora. Quando tinha vento e o tempo estava feio para chuva que nós não saíssemos pra o pátio, pois o vento poderia fazer voar as telhas e uma dela cair na nossas cabeças. E foi justo no momento em que pensei no que ela me dizia que quase fui acertada na cabeça por um pedaço de reboco que caiu do prédio do ICH. Sorte que essa passou de raspão.
Este período de vendaval, que sempre ocorre em Pelotas nessa época, é péssimo pois a poeira toma conta das casas. Bom mesmo só para secar as roupas, isto quando elas não se desprendem dos varais e saem planando pelo ar parando sabem lá Deus onde.
Enquanto o vento não dá trégua segue descabelando as pessoas, levantando as saias das moças, derrubando galhos, empinando pipas. Soprando forte e nos lembrando de que ele está lá e que se muitas das coisas não são mais como antigamente a culpa é nossa.
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