quarta-feira, julho 28, 2010

A polêmica da palmada

A maioria das pessoas que eu conheço dizem que são contra, que há maneiras de disciplinar diferentes, li algumas coisas que falam em tapa na cara e questionam quem irá se mobilizar pelas crianças agredidas. Os que são a favor e acham que o governo tem mais o que fazer, do que ficar querendo regular o que acontece dentro das nossas casas, falam que um tapa na bunda não mata ninguém, que levaram palmadas quando criança e isso os ajudou a aprender os limites e formar caráter.
É muita polêmica que gera o assunto e muito debate irá se desenrolar a partir dos argumentos prós e contras. É sabido que o castigo físico não é a melhor saída. Muitos de nós, criados nos anos 80 e 90, levamos umas boas palmadas para não responder para os mais velhos, para não fazer algo que era errado e até para o nosso próprio bem, como colocar pregos em tomadas ou pular de cima da casa. A maioria dos pais acredita que não é possível educar bem os filhos sem palmadas ou castigos que os privem de algumas coisas que eles gostam. Assim como eles também não concordam com o espancamento das crianças. Muitos admitem utilizarem o método para demonstrar limites e alguns até ressaltam "a vida é doída mesmo".
O projeto de lei 2.654/03 da deputada Maria do Rosário, do PT/RS é uma emenda ao ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) e prevê punição para os pais que submeterem os filhos a qualquer tipo de castigo, mesmo o moderado. Segundo alguns especialistas a lei é absurda. De acordo com a psicóloga Maria Helena Arruda "a palmada é funcional". Ela completa que proibir os pais de dar palmadas não solucionaria o problema. “(...)Obviamente, isso não é a solução. Se isso acontecer, será preciso criar uma outra lei para evitar que os filhos batam nos pais. Sem falar na quantidade de pais limpando chão de colégio porque deram umas palmadas no filho”, analisa.
Pais e amigos meus são praticamente unânimes quando falam sobre a influência que o ECA tem na "falta de educação das crianças atualmente". A educação é uma função dos pais, é deles a obrigação de formar o caráter das crianças, de impor limites, alimentar, proteger e educar. No meu tempo de criança a obrigação do meu pai era manter a casa e a minha estudar e obedecê-lo. Com o ECA, pelo menos o que tem destaque, é que os pais tem as mesmas obrigações de antes, com o projeto de Maria do Rosário, sem poder dar uma palmada no filho e as crianças não tem dever nenhum.
Calma gente não acho que o filho abriu a boca deve levar um tapa na boca ou sei lá. Não é nada disso! Mas acho que tem muita coisa distorcida por aí. As crianças sabem de todos os direitos que tem de cor. Entendem o que é Conselho Tutelar. O pai diz não e o filho segue fazendo porque não pode ser punido. É papel dos filhos ir testando os limites dos pais. Quem teve pais rígidos sabe que um olhar valia por qualquer palavra que pudesse ser dita e o temível "em casa a gente conversa" encerrava qualquer tipo de discussão ou "diabrura" que pudéssemos fazer. Sabíamos quem eram as autoridades. Sabemos hoje e mesmo que a gente não concorde com o que as autoridades dizem... a gente respeita.
O diálogo é sempre o melhor caminho. Ele aproxima as famílias. Mas para haver diálogo tem que existir proximidade e vice-versa. Mas para que se tenha ambos é necessário estar junto dos filhos, conviver, ter horas de lazer, acompanhar na escola. Considero que o cerne da questão é que não se deve agredir ninguém. Ponto. Isto deveria ser senso comum.

As informações e opinião da psicóloga Maria Helena Arruda foram retiradas do site Jornal Opção

Um comentário:

  1. Aprendi uma vez uma expressão com o grande professor de gramática Pascoale que uso para esse projeto de lei água em pó. Ou seja, aquela coisa que não serve para coisa alguma.

    Se havendo leis suficientes para coibir atrocidades bem maiores que palmadas, como então "fiscalizar" se os pais vão bater de alguma forma no seu filho?!?! As criaças sairão da maternidade com o número do conselho tutelar? Todas as casas terão câmeras de monitoramento?

    Acredito que seja um projeto de lei tão imbecil quanto o do deputado que queria instituir o dia do sexo. Será que em vez de foder com a população todos os dias, haveria somente um dia no ano pra enrabar todo o ano?...

    Nem questiono os motivos do projeto de lei que sem dúvida podem ser nobres. Mas o imbecil que é eleito pra fazer lei deveria ao menor ter idéia que determinadas idéias não merecem ser adubadas. De pedra plantada não nasce pedregal.

    Lembro me de um professor de Direito Constitucional que comentou que o Brasil é um país provinciano que gosta de lei pra tudo e que na época do império foi editada um lei proibindo que se comesse determinado prato aos domingos. Baita lei, muito bem redigida. Tá, mas e a eficácia?!?!?!

    No caso das palmadas, a deputada vai fiscalizar.

    A intenção pode ter sido boa, mas de boas intenções do inferno já tá superlotado...

    ResponderExcluir

Comentem pessoal, mesmo que suas opiniões sejam diferentes das minhas eles serão publicados. Só não pode comentário ofensivo, dedo no olho e mordida na orelha. Por favor assine seus comentários, não há porque ser anônimo quando se dá opinião. Comentários sem assinatura não serão publicados!