terça-feira, julho 13, 2010

Sexo, drogas e violência

Não tenho tanta experiência de vida assim, mas ainda sou de um tempo em que se respeitava os mais velhos, cedíamos lugar para eles no ônibus, não respondíamos aos professores, vizinhos ou seja lá quem fosse, desde que tivesse pelo menos 10 anos mais que a gente. Sou do tempo em que, quando éramos advertidos pelos professores em sala de aula levávamos castigo quando chegávamos em casa.
Os pedagogos, psicólogos, e entendidos no assunto vão dizer que as pessoas cresciam reprimidas e com problemas. Mas não eram como os problemas de hoje que se apresentam cada vez mais cedo e de uma forma cada vez mais violenta e absurda. A palmada e o castigo mostravam para nós, crianças, que havia um limite a ser respeitado. Que as coisas erradas que fazíamos tinham uma conseqüência que tínhamos que assumir.
Apesar de algumas coisas serem escondidas, de as famílias terem problemas jogados para debaixo do tapete, de maneira geral, nunca houve dúvida, principalmente para os pais de que: o pai era o pai, a mãe a mãe e os filhos os obedeciam até saírem de casa e serem donos dos seus narizes. Mesmo que os adultos não estivessem certos, impondo algumas coisas eles nunca deixaram de assumir a responsabilidade por nós, crianças. Eles nos obrigavam a comer as verduras, a fazer os temas, a escovar os dentes e tomar banho, a ir a escola, a estudar para as provas, a dizer aonde estávamos, conheciam nossos colegas, amigos e os pais destes. É claro que erravam. É sabido que haviam malucos e tarados que faziam mal para as crianças. Isto é uma coisa que pai ou mãe nenhuma quer para os filhos, mas também eles não podem impedir que existam, só podem tentar proteger e orientar.
Não estou dizendo que rigidez excessiva seja bom. Não! Mas algumas coisas que quando criança eu via como exagero, hoje, alguns aninhos depois vejo como proteção e cuidado. Coisas que foram de extrema importância na formação do meu caráter, da minha moral e fazem parte da minha conduta. Depois da minha geração, uma geração hoje com 30 e poucos anos o que vejo são pessoas cheias de problemas psicológicos, dificuldades de relacionamento, gente mal resolvida a beça. Também não estou dizendo que minha geração é a boa, não sou dona de verdade alguma. Pelo contrário dentro conheço muita gente da minha idade ou mais velha que não se encontrou, que tá perdida num universo paralelo que não é Matrix. Estou apenas comentando que de um período pra cá a coisa parece que foi degringolando. Talvez o fato de os pais estarem numa situação melhor de vida, os conceitos terem evoluído e os tempos mudado um pouco. Só que a geração que nasceu ali pela década de 90 ficou meio confusa. Gente! Em 90 eu era adolescente!!! E eu tinha total consciência do certo e do errado. Drogas, cigarro e álcool eram ruins. Nas festinhas da nossa turma de escola não tinha coquetel de frutas com champanhe.
A desestrutura da família, o afrouxamento na criação dos filhos, a ausência dos pais que precisam trabalhar fora, a violência generalizada, as facilidades para praticar sexo e as drogas formaram uma geração que assusta.
Sei que o texto parece de uma velha saudosista que está dramatizando as coisas de forma excessiva. Posso até estar exagerando e generalizando algumas coisas. Mas estou assustada. Nunca escutei falar tanto de mortes, ou melhor de assassinatos violentos como escuto agora. A morte virou uma banalidade! Mata-se por um cigarro!
As gurias acham que ser livre é fazer sexo cada vez mais cedo, com quem quiser, sem compromisso, sem cuidado, sem proteção.
Os estudiosos vão dizer que a questão é outra mas pra mim é a ausência da família que faz a coisa ficar assim. Os pais desta geração adolescente hoje, foram filhos de pais rígidos (para alguns tiranos) e para não incorrer no mesmo erro o que fizeram? Utilizaram uma outra metodologia para criar os filhos, menos rigidez e muito mais liberdade. No entanto, uma criança não tem condições de, sozinha, diferenciar o certo e o errado. Para completar os pais, muito ausentes atualmente, por causa do trabalho acabam tentando compensar o carinho com presentes e fazendo as vontades dos filhos. Eu não sou mãe, mas pelo que vejo dos orientadores por aí dizer não é necessário.
É óbvio que não se pode colocar as crianças numa redoma de vidro. Também não quero generalizar e dizer que todos os adolescentes são monstrinhos e fazem apenas coisas erradas. Tem gente com boa cabeça sim, tem gente inteligente com futuro brilhante pela frente. Mas não posso fazer de conta que não vejo que cada vez mais jovens as meninas iniciam a vida sexual, sem ter a menor orientação, sem saber prevenir gravidez e DST's. A gurizada cada vez mais cedo começa a beber, a fumar e a fazer uso, primeiro recreativo de substâncias tóxicas, e mais adiante estão dependentes. E sabemos que o tráfico e a necessidade de dinheiro para a droga e a própria falta dela gera violência. Não estou fazendo querendo dizer que sou a favor da palmatória, dos castigos com milho ou coisa assim. Mas acho necessário sim rever as reformas escolares, as formas de educar as crianças. Do jeito que está em pouco tempo viveremos como bárbaros novamente, num mundo aonde as leis não valem, aonde o mais forte toma na marra o que quer, as mulheres voltarão a ser objetos e seremos arrastadas pelos cabelos para dentro das casas dos homens que acham ter direito sobre nós. Cada um terá sua arma para defender seu território e as diferenças serão resolvidas em duelos nas ruas. As casas, prédios públicos, monumentos não existirão porque tudo estará depredado.
Imaginem, as pessoas eram contra o sexo, drogas e rock and roll, contra o movimento hippie que pregava a paz e o amor. O preconceito era notório em relação aos cabeludos. Na busca pela evolução será que pegamos algum caminho errado e voltamos para a barbárie?

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