quarta-feira, agosto 19, 2009

A volta as aulas

Então voltamos. Na segunda feira fomos recebidos pelo diretor da escola, todos bem juntinhos no saguão apertado, para receber instruções e explicações. A instrução que mais me agradou foi a de que devemos utilizar o banheiro apenas quando estritamente necessário. Eu, como uma mijona assumida pensei: quem é que usa o banheiro quando não é necessário?? Depois ele explicou que não haverá álcool em gel em corredores ou banheiros, como ocorre em escolas particulares, assim como também não haverá sabonete líquido nos banheiros. Pois são gastos pelos quais a escola, no caso da minha as escolas, não terão como pagar. E o Estado, bem o Estado diz não ter dinheiro para tal.
Aliás a secretária de educação estadual disse que não se deve criar uma necessidade, que o álcool em gel é uma necessidade que criamos, e que água e sabão cumprem bem o papel de nos livrar dos possíveis vírus e bactérias com o quais, talvez, entremos em contato. No entanto, senhora dona secretária nas escolas estaduais a própria limpeza é precária por falta de pessoal, não há sabão ou sabonete nos banheiros e a água, em alguns locais, também não é confiável pois as caixas não são limpas com a regularidade que se espera. Portanto...
Até agora nenhuma novidade, visto que no post anterior eu já "advinhava" como seria. Uma coisa que o diretor da escola também falou foi que nós somos adultos, sabemos que em caso de alguma gripe, mesmo que não a suína devemos guardar repouso e avisar o SOE. Também sabemos que são os hábitos de higiene que primeiro contribuem para evitar o contágio deste vírus e de outros tantos. Mas minha pergunta continua sendo feita e as crianças? Sei de fonte segura que aqui na região as professoras e diretoras de escolas públicas não estão mandando seus filhos para a aula. Os filhos dos outros podem correr riscos? Os netos da governadora certamente estudam em colégios particulares. Ela jamais permitiria que eles passassem pelas mãos de, como ela se referiu aos professores, "torturadores de criancinhas", mesmo que estes profissionais façam parte do quadro funcional do Estado que ela própria administra. Claro que não.
Lá vamos nós, levar o nosso papel higiênico, sabonete e álcool para a escola. Vamos orientar as crianças a ficar sentadinhos nas salas com janelas escancaradas, mesmo com o frio que volta. Vamos cuidar da gente, pois sabemos que os poderosos não irão cuidar. É impossível ver as coisas que acontecem e não lembrar daquela personagem do Chico Anisyo, o Justo Veríssimo, lembram, ele sempre dizia "quero que os pobres se explodam!" Qualquer semelhança com os dias ou políticos atuais é mera coincidencia.

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