segunda-feira, agosto 17, 2009

Tamiflu ou "tamô fú"?

Algumas pessoas dizem que esta pandemia de gripe é invenção da mídia, e não foi o senador quem falou isto não, é gente na rua, que insiste em viajar para a Argentina, compra remédios no Paraguai e deve acreditar que frio e fome são psicológicos.
Não sou paranóica, mas acredito que o retorno as aulas, principalmente para as crianças, não é uma boa ideia. Não só porque elas irão enfrentar ônibus lotados, não. Sabemos que um dos principais métodos de prevenção contra a influenza A é a higiene, lavar várias vezes as mãos, com água e sabão. É sabido que em escolas particulares a limpeza acontece com frequência adequada, que nos sanitários tem sabonete líquido, toalhas de papel e papel higiênico. No entanto, e falo com conhecimento de causa, pois estudo em uma escola estadual no período da noite, o cuidado nestas escolas não é o mesmo. Primeiro porque falta pessoal para a higienização das salas, corredores e banheiros. Não há sabonete. Não há papel higiênico, tanto que isto faz parte das listas de material escolar das crianças do pré. E como falei, falta pessoal para a limpeza.
Na escola que eu frequento a situação ainda é pior, porque além de sermos do turno da noite, somos inquilinos de uma outra escola estadual. A limpeza nas salas em que estudamos é a que a outra escola fez, considerando que depois desta higienização teve dois turnos de aula para crianças e adolescentes. Caso tenha uma lâmpada queimada ou problema estrutural temos que falar com a direção e aguardar que ambas as escolas façam alguma coisa.
Sendo assim, e creio que a maioria das escolas estaduais estejam em situação semelhante, será bem difícil evitar o contágio do vírus H1N1. Basta dizer que há três ou quatro meses atrás houve um surto de hepatite A em algumas escolas, na minha sala uma colega ficou doente e a orientação da direção foi que trouxéssemos água em garrafas de casa e não bebêssemos do bebedouro. Com certeza, além do papel higiênico que levamos na bolsa, também deveremos levar álcool em gel, toalhas de papel e sabonetes líquido, talvez até algum material de limpeza para higienizar o vaso sanitário antes de fazer aquele xixi básico.
Na verdade o problema não são os alunos adultos do noturno, mas as crianças que passam quatro horas do seu dia nos bancos escolares. Quem irá se responsabilizar? Vamos tomar tamiflu, se tiver na rede pública, é claro, ou "tamô fú", até porque as próprias autoridades informam que pelo acompanhamento da entrada do vírus na região é exatamente este o período provável de maior contágio.

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