Já vi várias pessoas falarem sobre o criança esperança. Ouvi falarem de bem e de mal. O que mais me deixa preocupada é que, olhando assim, sem muita atenção, parece realmente a melhor coisa do mundo para adolescentes e jovens carentes. Só que para mim vale o que diz a doutrina Espírita, "não saiba tua mãe esquerda o que faz a direita". Acontece que a rede globo faz muita propaganda do criança esperança e suas ótimas ações em vários cantos do Brasil. Apenas não explica que a sua doação não pode ser deduzida do imposto de renda, mas (sempre tem um mas), pode e é deduzida do imposto da empresa. Interessante não? Eu fico pensando que com o apoio de tantas empresas e com tantos e tantos artistas se apresentando de forma voluntária, onde os cachês devem se reverter em doações (se não se revertem, deveriam), porque a doação mínima é de R$ 7,00. Porque não há doações de um ou dois pila?
Eu particularmente desconfio de pessoas ou instituições que gastam verbas para divulgar o quanto são bons e como fazem bem aos outros. Acredito que quem faz as coisas com o coração puro, porque realmente busca mudar alguma coisa no mundo o faz sem a necessidade de que outros saibam de suas ações. Um exemplo verdadeiro disto é o piloto Airton Senna. Sua iniciativa com o Instituto Airton Senna é um exemplo de seu desprendimento, visto que antes de sua morte quase ninguém sabia de seu trabalho beneficente. Ele fazia as doações, realizava trabalhos, mas nunca chamou a imprensa para mostrar o quanto estava dando ou divulgar o quanto era bom para os menos favorecidos. Inclusive o instituto criado após a sua morte.
Pode parecer pãodurice deixar de dar sete pila, mas não é não. Tem muito dinheiro sendo doado por aí, o peixe esta sendo dado, e só. Não há interesse em formar cidadãos de verdade, em dar uma boa educação, em formação profissional, intelectual ou política. Nada disso. O governo dá o bolsa família, mas não sabe realmente se as crianças vão a escola, se são alimentadas e vestidas com aquele dinheiro. E sempre foi assim, quando o Sarney foi presidente ele dava tiquetes para o leite, no entanto éstes eram trocados por erva mate, carteiras de cigarro e até cachaça. Eu concordo que medidas paliativas como estas são necessárias, só que elas devem ser temporárias e não permanentes. Quem é que vai querer trabalhar se recebe, por pouco que seja, todo mês certinho o dinheiro, em casa, sem fazer nada? É claro que tem gente que usa esta grana direito, mas tem muita gente que pega e vai pro bingo jogar. A questão não está só no dar, mas é preciso saber o que esta sendo feito com o que foi dado. É como a reforma agrária ou como acabar com os sem teto, dar um terreno, uma casa ou um pedaço de terra é tudo que se quer e é tudo o que muita gente precisa para mudar de vida. E também pode ser apenas mais uma forma dos 171 da vida continuarem enganando os trabalhadores.
Sou a favor da solidariedade, da parceria, da ajuda ao próximo, mas na prática de ensinar a pescar e não apenas dando o peixe.
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