quinta-feira, março 26, 2009

"Onda de violência registra 18ª vítima fatal deste ano"

A manchete do jornal Diário Popular de hoje traz um dado perturbador para os pelotenses que julgavam viver numa pacata cidade. Para mim própria que vive algum tempo fora Pelotas reunia duas coisas de que gostava, é uma cidade de médio porte, sem muito histórico de violência e com atrativos culturais. Mas tanto as atrações culturais quanto a o baixo índice de violência estão deixando de ser pontos positivos.
De acordo com a matéria do jornal, no ano passado foram 25 homicídios. Já em 2009 ocorrem 18, e o mais alarmante é que só nesta semana, que ainda não acabou, foram um por dia, desde segunda. Outra informação que causa choque a quem lê as informações dos jornais é a pouca idade dos envolvidos nos crimes, sejam as vítimas ou os homicidas. Nas declarações da polícia civil e da brigada militar o motivo do aumento dos crimes desta natureza é o consumo de drogas.
Há alguns anos, numa aula de ética na faculdade de jornalismo, um professor indagou: "_ qual será o motivo da terceira guerra mundial?". Ninguém arriscou dizer nada, embora cada um tivesse pra si uma ideia qualquer do motivo. E ele respondeu desesperado com um tom dramático "_ As droogas geente! As drogas!"
Durante algum tempo aquela resposta foi uma espécie de deboche entre os alunos, não pela resposta, pois sabíamos da verdade incutida nela, mas pelo tom que o professor deu às palavras.
Hoje posso entender o desespero dele, talvez não tenha sido como quando fomos a casa dele para interceder por um colega, mas sua angústia era real, não uma representação. Tempos depois, trabalhando no serviço de redução de danos da Secretaria de Saúde de Pelotas pude ver com meus próprios olhos a invasão de uma droga que veio como uma avalanche. Tal qual um desmoronamento as pedras de crack tomaram conta da cidade e seus usuários são cada dia mais jovens, suas reações são muito mais violentas, seus estrago muito maior. Em pouco tempo o usuário recreativo ou experimental torna-se um dependente. E, embora existam programas que tentam auxiliar o viciado, não há estrutura nem para tratamento, nem para recuperação.
As palavras chaves continuam sendo prevenção e educação. A droga também é um problema social, traficantes tem que ser tratados com o rigor da lei e o dependente precisa de estruturas adequadas para seu tratamento. Existem exemplos que podem ser seguidos, estes exigem paciência, persistência e interesse.
Além disso uma outra coisa que já está mais que batida também é importante o diálogo em família. Parece piegas e ultrapassado, mas é uma prova de que a comunicação entre pais e filhos faz toda a diferença. Observe a sua volta e tire suas conclusões.

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