terça-feira, maio 08, 2007

A polícia e os civis

Fico cada dia mais chocada com a quantidade de pessoas que é ferida a bala no Brasil. Pode ser que para algumas pessoas este fato é láá no Rio de Janeiro, que é um lugar muito distante do Rio Grande do Sul, e parece que vivemos noutro país. Mas não, isto acontece no Rio e acontece em São Paulo, em Salvador, em Minas, em Tocantins e em Porto Alegre também. Não são, como já disse aqui antes, balas perdidas, são balas achadas e que podem ser analisadas. São balas que se pode saber de onde vieram, já que é bem sabido onde chegaram.
Há quem pense que posso ser contra a ação policial, não, não sou. Mas não concordo que:
1 A polícia quando vai entrar numa comunidade pobre, seja ela favela ou bairro de periferia, trate todas as pessoas abordadas como se fossem marginais ou bichos, sem respeito e com desprezo;
2 Que a ação policial aconteça sempre debaixo de bala, atingindo pessoas que não tem nada a ver com a "bandidagem" como dizem;
3 Que trate a todos como se fossem os donos da verdade e estivessem acima da lei, porque trabalham por ela.

Teria muito mais a enumerar, mas creio que estes são os argumentos mais fortes Acho sim que deve existir um trabalho de segurança, mas que seja para todos. É engraçado saber que um bairro pede policiamento e daí passa a aparecer no jornal toda a hora como se a culpa fosse exclusivamente de quem vive lá e quando acontece uma manifestação, seja de camelôs ou de outra minoria, a polícia está toda no calçadão protegendo o comércio, com pose de que está protegendo o cidadão.
Em Porto Alegre um menino foi morto por causa do roubo de um boné. Crime ridículo!!! Banal, como muitas mortes que são noticiadas nos jornais. Outra menina foi ferida a bala num bairro da periferia da Capital, quando a brigada militar entrou no local atirando em alta velocida. A menina, mesmo ferida, teve de sair correndo para dentro de casa e a bicicleta em que brincava foi arrastada pelo carro da BM. Mas os brigadianos não perceberam, não viram nada. E argumentavam que estavam atirando, pois perseguiam um marginal que atirava contra eles. É claro, serão feitas investigações e perícia para determinar de que arma saiu a bala.
Mas e depois o que acontecerá? A menina foi ferida na frente de casa,junto da família, talvez no único lugar onde ela sentia segurança.
É por situações como está, entre outras de abuso de poder muito piores, que a população não sabe se realmente pode confiar na polícia. É claro que eu quero segurança, mas não quero violência. Embora digam por aí, que tem que matar os bandidos, eu acho que mais sábio é educar a população, é dar oportunidade. Até porque na luta contra o crime, nesta de a polícia matar bandido quem morre são os inocentes, quem perde parte da vida, as verdadeiras vítimas são os trabalhadores pobres, que além de todo o trabalho que têm na vida precisam se cuidar para não ser confundidos com um bandido qualquer.
Sempre que vejo a notícia de pessoas mortas de forma brutal, fuziladas, lembro do caso de um rapaz negro, nos Estados Unidos, que foi fuzilado quando pegava a carteira para apresentar os documentos aos policiais. É isso, é tipo Crash, as pessoas estão tão angustiadas, tá tudo tão a flor da pele que não se sabe qual pode ser a reação do outro, qualquer um pode ter uma arma.
Só que a polícia deve saber fazer bom uso delas, são os policiais que são treinados para situações extremas, para situações de perigo e que precisam ter calma para não cometer nenhum erro.
Quem não lembra do caso do jovem tenista que foi baleado enquanto era revistado pela polícia?
São muitas situações de erro de um grupo que é humano, que às vezes erra, mas que tem errado muito e vitimado inocentes.

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