sexta-feira, abril 03, 2009

Mais uma vez

A votação da revogação da Lei de Imprensa no STF foi adiada mais uma vez. Conforme disse em post anterior, precisamos ficar atentos. A lei é antiga, é arbitrária, é desatualizada? Sim, ela é fruto de um momento histórico de restrições, de censura. Por outro lado, assim como defende a Fenaj, é necessária a existência de uma legislação que regulamente a atuação do jornalismo. Não pelo simples fato de que alguns defendem a obrigatoriedade do diploma e outros não, mas para conter abusos.
O jornlaismo é uma profissão regulamentada por lei, e pela própria lei é feita a exigência do diploma. Não é uma questão de medo de quem atua sem diploma, tampouco é desmerecer o trabalho de bons profissionais, sérios e éticos que aprenderam na prática o jornalismo. Mas é pela defesa da profissão que em alguns lugares muitas vezes é prostituída. Sim, em vários lugares o patrão paga o quanto quer e muitos "profissionais" não tão capacitados acabam se rendendo a chantagem e aceitam submeter-se a condições ruins de trabalho e a salários inferiores ao mínimo.
Claro que irão rebater meus argumentos, no entanto eu vi isto acontecer, eu presenciei. O mercado do jornalismo é escasso, é restrito e tem muitos problemas sim, não podemos dizer o contrário. Cabe a nós profissionai defendermos nossa profissão, lutar por ela, valorizá-la.
toda a profissão regulamentada tem exigência de diploma para que a função seja exercida. É assim na medicina, na contabilidade, na economia, na engenharia, na arquitetura, enfim... ninguém vai contratar um engenheiro que não passou pelos bancos acadêmicos. Porque podem existir sim bons engenheiros vendendo cachorro quente e outros canalhas como Sérgio Naya, que utilizava material irregular e impróprio, mas na construção da tua casa, com certeza vais querer o melhor profissional. Assim como médico, dentista ou farmacêutico. Ninguém entrega a contabilidade da sua empresa, por menor que ela seja, a alguém que não seja pelo menos técnico em contabilidade. A contabilidade não só tem sindicato, como também tem conselho, que fiscalizam a atuação dos profissionais e os pune em caso de trabalhos irregulares e antiéticos.
Porque é que no jornalismo não pode existir? O conselho não restringe a ação dos profissionais, não impede que trabalhem, como alguns defendem. Mas pune, multa. E no jornalismo algumas vezes precisamos disso, porque a lei prevê liberdade de expressão e exercício do jornalismo e tem como crime a calúnia e difamação. Não podemos fechar os olhos e fazer de conta que no nosso meio não ocorra isso. E mais, assim como um mau contador pode fazer uma empresa falir, um mau jornalista pode acabar com a vida de uma pessoa. Uma informação mentirosa, não apurada pode provocar estragos irreparáveis e para isso temos um exemplo que não canso de lembrar "A escola base".
Temos que defender a profissão, querer o melhor. Não que as escolas de comunicação não estejam defasadas, não que o diploma vá fazer de um medíocre um profissional excelente. O que importa realmente é que a categoria tenha garantias e que não perca as poucas que já tem.

PS.: Algumas boas informações podem ser acessadas no Comunique-se, assim como bons debates são feitos por lá. Participem. Neste link, tem uma matéria sobre o adiamento da votação da lei de imprensa.

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