Pode parecer antiquado falar assim, aliás, sempre contestei minha mãe quando ela exaltava o passado dizendo no meu tempo não era assim, mãns... observando alguns acontecimentos sou obrigada a parafrasear a véia. Não concordo com a política do medo, quando as pessoas não falam pelo perigo ou a certeza das represálias. No entanto, o que vejo não tem nada de temor e passa longe, muito longe do respeito.
Quando eu era criança e chamava meu pai de TU ou discordava de alguma coisa com ele, tanto minha mãe quanto ele diziam "no meu tempo, ai de mim que falasse assim com meu pai, o respeito estava no olho!". Atualmente, assistindo as notícias ou vendo o comportamento das crianças e adolescentes nas ruas, eles dizem: "hoje, os pais ficariam vesgos, os olhos saltariam das órbitas e o filho, ainda assim não obedeceria". Ainda contesto quando ela diz que tinha que voltar a Ditadura Militar.
Concordo com ela de que não há respeito e isto não ocorre só das crianças para os mais velhos. Acontece dos adultos com os idosos, entre os adultos e os adultos no trânsito, dos jovens com os jovens nas escolas, faculdades. Os cidadãos não respeitam as autoridades legais e estas autoridades, por sua vez, não respeitam os cidadãos e não se dão ao respeito. Claro, há exceções. Poucas.
Quando acontece de uma "autoridade" cobrar uma posição decente e de respeito para com os outros, acaba virando polêmica, como aconteceu com aquela professora lá de Porto Alegre que fez o aluno limpar as paredes da sala que os PAIS haviam pintado voluntariamente. Os pais do guri consideraram aquilo um abuso infantil. Chocaram-se, processaram a professora, mas não disseram a ele, ou em frente as câmeras de tevê, nenhuma declaração de que o filho agiu errado sim e ia ser responsabilizado pelo seu ato. Os pais desautorizaram a professora, vários outros alunos ficaram contra, mas, quem sabe o que é respeito e que a vida não dá moleza pra ninguém, apoiou a professora.
A questão não é castigar fisicamente as crianças, não é nada disso! Já falei algumas vezes sobre isto, o fato é que existe legislação que protege as crianças e os adolescentes, mas eles se sentem apenas protegidos. Eles não tem nenhuma obrigação, ou melhor, dever. Desta forma parece que suas vidas serão uma grande barbada, como costumam dizer. Os pais fazem das tripas coração para dar aos filhos tudo que não puderam ter. Acontece que a falta de limites e a superproteção acaba gerando egoísmo.
Falta respeito sim! Falta educação. Ter preconceito com cor, gênero, tamanho é uma demonstração clara, primeiro, de ignorância e segundo de falta de respeito pelos outros. Fiquei extremamente escandalizada, triste (sei lá como descrever!) quando vi no twitter da Preta Gil o link para uma matéria falando de uma "brincadeira" muito idiota chamada "rodeio de gordas". Chamar de brincadeira, pular sobre as pessoas e agredi-las é, no mínimo absurdo!
É exatamente o argumento que os meninos de Brasília usaram para se defender quando tacaram fogo e mataram o Índio Galdino Pataxó. É muito triste! E acho triste porque na verdade aqueles caras não pagaram uma pena condizente com o crime.
O mais grave é que, de modo geral, os brasileiros não acreditam na punição, não crêem que os criminosos sejam responsabilizados, a menos, é claro, que sejam pobres. Quando presos ou incriminados os culpados não são recuperados, porque não existe forma de recuperar uma pessoa que errou trancando-a numa sela de 2x2 com mais 20, 30, 40 presos, insalubre. Estes dois exemplos são de coisas graves, que chocaram e foram debatidas por todo o país, mas que logo caíram, ou cairão no esquecimento. Por outro lado, questões diárias, como o bullying nas escolas, como as agressões verbais entre casais, a violência no trânsito, enfim, o desrespeito de coisas básicas acabam sendo tidos como coisas normais. Não é normal agredir e xingar o tempo todo. Comece a prestar mais atenção em ti mesmo, perceba se ao sair da garagem com o carro e chegar a esquina tu consegui ir sem se irritar e xingar ninguém. Observe melhor suas atitudes, respeite-se, este é o começo de tudo.
PS.: Pessoal, desculpe se viajei demais, este tema é muito instigante pra mim. Admito meus deslizes antes de mais nada. Não quero determinar nada, apenas quis refletir sobre coisas que ocorrem no dia-a-dia e nos afetam diretamente. E passam sim, passam pelas questões que os candidatos falam e falam em seus discursos, passa pela educação, pelo respeito ao próximo e por aí vai...
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