Agora, como diria Raul, "dois problemas se misturam". O caso é que começam as olimpíadas de Pequim, na China. A galera do jornalismo, e aqueles que não são jornalistas, mas que apresentam e entrevistam só porque tem uns corpinhos esculturais e o rostinho fofo, estão afivelando as malas para a festa do esporte pela paz. Calha destacar que não é apenas questões gastronômicas e culturais que fazem da China um lugar diferente. Entre algumas questões está a invasão do Tibet, que tem seu governo exilado, entre eles o Dalai Lama. Confesso que não sei muito da história do Tibet, ou da China, além do fato de esta última ter sido comunista, ter sido liderada por Mao Tsé Tung e outras coisas como o fato de os chineses apreciaram carne de cachorro e outros animais.
Posso estar errada, mas imagino que o povo tibetano seja um povo pacífico. Mas ser pacífico não quer dizer submisso, omisso e eles portestam contra a opressão chinesa em seu território. Muitos tibetanos deixaram o país. O próprio Dalai Lama está exilado desde 1959.
Mas os problemas que se misturam é o fato de as Olimpíadas serem na China, a televisão irá dedicar 99% se sua programação a cobertura dos jogos e disputas, que ocorrerão em sua maioria na madrugada brasileira. Neste período, coisas relevantes como aprovação de alguma lei que sacaneia o povo brasileiro passará despercebida nas redações televisivas e, talvez, tenha algum espaço nos jornais e revistas. Além de deixar os cidadãos do Brasil saturados de tanta olimpíada, vai ser quase impossível que se toque no assunto subjulgo do Tibet, a menos que haja alguma manifestação durante alguma disputa, em frente as câmeras de televisão do mundo.
Assim como as notícias aqui do nosso país que chegam fragmentadas, mal elaboradas, sem crítica e quase sem crédito, as notícias de Pequim serão sobre o glamour da abertura dos jogos, da moda e dos costumes chineses. Os repórteres perseguirão os atletas brasileiros para saber qual foi a comida mais estranha que eles comeram ou ouviram falar que existe. O pior serão as repostagens da RBS que irá se ater a perseguir os atletas gaúchos durante os jogos, querendo saber se eles levaram o chimarrão na bagagem, se estão sentindo saudade do frio e do poncho e coisas do gênero. Com certeza também irão correr atrás de pessoas, ou melhor gaúchos e gaúchas, que estejam vivendo na China e tenham aproveitado algum momento para ver algum dos atletas.
Em suma, será um grande festival, tal como os chineses, com desfile de dragões de tecidos, muito coloridos, alegres e felizes. Bem no fundo escondendo aquelas questões importantes que nos atingem em cheio. Enfim, será como acontece desde a Roma antiga*, "pão e circo", neste caso mais circo do que pão.
*Pão e Circo Com o crescimento urbano vieram também os problemas sociais para Roma. A escravidão gerou muito desemprego na zona rural, pois muitos camponeses perderam seus empregos. Esta massa de desempregados migrou para as cidades romanas em busca de empregos e melhores condições de vida. Receoso de que pudesse acontecer alguma revolta de desempregados, o imperador criou a política do Pão e Circo. Esta consistia em oferecer aos romanos alimentação e diversão. Quase todos os dias ocorriam lutas de gladiadores nos estádios ( o mais famoso foi o Coliseu de Roma ), onde eram distribuídos alimentos. Desta forma, a população carente acabava esquecendo os problemas da vida, diminuindo as chances de revolta. (fonte: www.suapesquisa.com.br/imperioromano)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comentem pessoal, mesmo que suas opiniões sejam diferentes das minhas eles serão publicados. Só não pode comentário ofensivo, dedo no olho e mordida na orelha. Por favor assine seus comentários, não há porque ser anônimo quando se dá opinião. Comentários sem assinatura não serão publicados!