segunda-feira, junho 25, 2007

Garotos de classe média

Não é novidade que garotos de classe média tem todas as suas vontades realizadas pelos pais. Geralmente eles estudam, ou estudaram, em bons colégios, tem grana para festas, tem um carro para badalar, moram em condomínios de luxo, convivem com o que os colunistas socias chamam de "nata" da sociedade. São estes mesmos garotos que ficam por conta da empregada doméstica ou da Babá, que não podem corrigir sua má criação, nem colocar de castigo por causa das coisas que disse ou das brigas em que se meteu na escola. Os pais... os pais acham que dar tudo de bom e de melhor é criar bem um filho, não cobram nada, não sabem quem são os filhos depois que saem pela porta. Nunca pensaram que a gorda mesada pode bem ser a chave para abrir a porta do mundo das drogas.


Já ouvimos estarrecidos que: meninos de classe média queimaram um índio Pataxó, no dia do índio, que dormia em um ponto de ônibus, queimaram mendigos nas ruas, atropelam e fogem com a conivência do pai que está do lado e para completar, na época era ministro, como punição o pagamento de algumas cestas básicas e pronto. Agora a novidade é que os garotos de classe média pararam o carro num ponto de ônibus, roubaram a bolsa da empregada doméstica Sirlei Dias Carvalho Pinto e a agrediram de forma brutal, fraturando os ossos da face. O primeiro argumento dos garotos é de que pensram se tratar de uma prostituta. Começaram mal, muito mal. Fosse ela prostituta, mendiga, índia, moradora de rua, qualquer coisa nesta vida, ainda assim ela seria um ser humano. E estes garotos não têm o direito de agredir ninguém, de matar ou tirar satisfação sobre o que este alguém faz na rua de madrugada. Eles é que deveriam estar em casa dormindo para não fazer mal a ninguém.
Pior do que o argumento dos rapazes é um dos pais dizendo que os garotos serão presos com bandidos comuns, sendo eles estudantes, trabalhadores e de bom caráter. O que que é isso!!! Se tivesse sido o filho dele agredido, com certeza, ele iria querer a pena máxima não é?
A mulher estava esperando o ônibus para ir a uma consulta médica, era trabalhadora. E aí vem um pai dizer que o filho é um coitado!!!! É um coitado por não ter sido repreendido quando precisava, por não ter ficado sem mesada quando aprontou pela primeira vez.
O mais certo é o pai da moça agredida que disse pouco mas disse bem: "os pais estão dando muita mordomia e não estão querendo saber o que os filhos andam fazendo fora de casa".

Eu digo o seguinte, se fossem garotos pobres da favela, que cresceram numa condição social de miséria, que sofrem na pele preconceitos dos mais variados, que não têm muitas chances na vida, que vem de uma família desestruturada onde, geralmente, a mãe cria os filhos sozinha sofrendo privações e tendo de enfrentar os problemas de criação e educação dos filhos; poderíamos entender que eles roubavam para comer ou que o lugar onde eles vivem os levou ao vício das drogas e por isso roubam. Se fossem meninos de rua poderíamos dizer que a fome fez com que eles roubassem. Mas eram garotos que vivem em condomínios e prédios de luxo, são classe média alta, tinham carro, porque fizeram isso?
Por brincadeira como argumentou a advogada de defesa dos assassinos do índio Galdino Pataxó?
Estes garotos têm apenas um problema foram mal criados pelos pais que acharam que dar o videogame e os brinquedos caros que eles pediram, que estudar em escola particular substituiria o amor e o olhar da família. Aí está, agora eles brincam de agredir pessoas, de matar índios, de incendiar mendigos e moradores de rua, gente que nem passaram perto das oportunidades que eles têm de ser pessoas bem sucedidas, pessoas que não dormem na cama quentinha que eles tem, nem se alimentam bem como eles, pessoas que precisam trabalhar, e muito, para adquirir algo de seu, enquanto estes garotos recebem de mãos beijadas dos pais.
Eles devem ser punidos severamente, devem ser presos sim, porque, com certeza, tomando como base o primeiro argumento apresentado por eles de que: "pensaram se tratar de uma prostituta"; é um índicio de que esta não foi a primeira vez que tão adoráveis seres humanos cometeram atos de violência contra pessoas que sequer conheciam.
"Mas isso aqui ôô é um pouquinho de Brasil iaia" e com certeza eles irão prestar algum trabalho para a comunidade ou pagar algumas cestas básicas e o povão... o povão já acha que será assim e nem vai se mobilizar para que seja de outro modo.

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