terça-feira, dezembro 18, 2007

Túnel do tempo!

Esta coluna traz os comentários mais retrógrados que vi até agora nas minhas pesquisas. Segue abaixo a íntegra da COLUNA DE PORTO ALEGRE, assinada por Carlos Coelho e publicada no diário Popular de 27 de fevereiro de 1975. Se ele tentou usar de ironia para dizer o que queria não alcancei sua intenção. Na minha opinião o senhor Coelho é escreveu de forma extremamente clara sua opinião em relação ao meio ambiente e a ação de proteção tomada pelos estudantes e pelo diretor da Escola de Engenharia. Este fato também teve como desdobramento a convocação do presidente da AGAPAN, na época, o ambientalista José Lutzemberger, para prestar esclarecimentos no DOPS gaúcho. Lá Lutzemberger solicitou a retirada dos nomes dos estudantes, que impediram a derrubada das árvores no Parque da Redenção, das fichas do DOPS.
Os universitários foram espancados pela BM e fichados no DOPS.
Ação subversiva
Dona Darcy Furtado, há pouco mais de uma semana, declarou-se, em reunião da Comissão representativa da Assembléia Legislativa, partidária da revogação do Ato Institucional nº 5 e do Decreto -Lei 477. Os acontecimentos de Porto alegre, anteontem, mostram como a ilustre parlamentar da ARENA está no caminho errado. se, em plena vigência do AI-5 e do DL 477, estudantes se arrogam o direito de tentar impedir a derrubada de velhas e imprestáveis árvores do Parque da Redenção, o que não fariam não fora a vigência daqueles diplomas repressivos?
sou de opinião que os estudantes devem ser enquadrados no Decreto-Lei 477, expulsos da Universidade e processados criminalmente nos termos da Lei de Segurança Nacional. Igualmente, o diretor da Escola de Engenharia deve ser enquadrado nos diplomas legais pertinentes, pois sua atitude, trepando na árvore, para dialogar com os universitários, configurou ato típico de incitação à subversão. Por muito menos do que isso um irmão do ex-ministro Luís Fernando Cirne Lima foi excluído do magistério universitário, faz alguns anos.
Igualmente é necessário e punir exemplarmente os fotógrafos, jornalistas, radialistas que tentaram documentar parcialmente e impedir a ação dos bravos brigadianos comandados pelo tenente Jesus, os quais, com risco da própria vida, em número de 20, enfrentaram uma mulher e dois rapazes, todos os três periculosos subversivos,usando tão somente porretes e preparo físico, embora portassem armas de fogo.
Mas não adianta reprimir a subversão antes de eliminar as causas. Está provado que o Parque da Redenção é agora o mais novo argumento dos inimigos da civilização cristã e ocidental. O remédio, portanto está na eliminação da causa: derrubemos as árvores; as que forem aproveitáveis pela Borregarrd, a esta sejam vendidas; as demais, transformadas em carvão vegetal. Após, salgue-se o terreno, para que ali mais nada possa vicejar. Na área, além de necessárias vias expressas, implante-se um estacionamento para automóveis, arrasado também o Auditório Araújo Vianna, obra suntuária e demagógica do conhecido subversivo Cândido Norberto dos Santos. Onde se viu desperdiçar terreno tão altamente valorizado com transas de cultura, privilégio de países economicamente desenvolvidos.
tomadas essas providências saneadoras, é preciso não esquecer de erigir ao centro do antigo Parque da Redenção uma coluna de concreto de 50 metros de altura, no topo da qual se plantará uma estátua equestre do engenheiro Telmo Thompson Flores - I e único. E assim como o monumento a Júlio de Castilhos,na Praça da Matriz, é guardada por perdigueiros de bronze, o em louvação do atual alcaide poderia ser cercado por pequenas estátuas pedestres do coronel Danesi, do tenente Jesus, do Brigadiano Desconhecido, dos engenheiros Plínio Almeida e Hélio Meira, respectivamente secretários municipais de Obras e Viação e Transportes.
Se, porém, as nossas sugestões não forem tomadas na devida conta, preparem-se, a atual e a futura administrações municipais, para o sucesso de novas intentonas subversivas. É preciso não esquecer que, mesmo após a Revolução Democrática de 1964, um conhecido agitador, já falecido de nome Adel Carvalho, impediu que o saudoso prefeito Célio Marques Fernandes derrubasse as Palmeiras da Avenida Oswaldo Aranha e desse à cidade mais uma maravilhosa pista de alta velocidade.
ao invés de dar força a entidade tais como o Instituto dos Arquitetos, Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural, vulgo AGAPAN, e quejandos, as autoridades precisam ouivr (sic) mais as sábias advertências da secção riograndense da Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade. Agir contrariamente é fazer política de avestruz. (Carlos Coelho, especial para o DIÁRIO POPULAR).

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