Quando soube da Conversa sobre livros com o Fernando Morais o primeiro pensamento foi... não vou ir, porque sábado sempre estou na colônia. Mas depois de pensar e pensar resolvi ir. E valeu muito a pena! Três horas de uma conversa agradabilíssima, que bem podia ter durado mais três ou quatro ou a madrugada inteira. Inicialmente Fernando me pareceu um "Dom Casmurro", um homem sério, quieto. Enganei-me redondamente. Ele é um homem simpático, alegre, agradável e muito simples.
Contou-nos sobre o tempo que levou e os bastidores para escrever o livro que está lançando Os últimos soldados da guerra fria. E é um contador de histórias encantador!
Suas convicções e ideologias, se podemos assim chamar, são muito bem defendidas por ele. Aliás, como disse um amigo, aquilo é tão claro pra ele que o seu modo de ser transparece.
Eu já tinha alguns livros de sua autoria na listinha para ler, óbvio que o lançamento também entrou na fila. Sua fala sobre jornalismo foi muito boa, pra falar a verdade, foi pra mim um alento, visto que eu penso mais ou menos da mesma forma. Ele falou sobre o quanto os donos dos jornais não percebem que o imediatismo não é mais a vantagem no jornal impresso, visto que a internet faz isto muito mais rápido e com imagem. Nas palavras dele, se ele fosse um empresário de jornal apostaria nas grandes reportagens, investiria num bom repórter que ficaria semanas, meses trabalhando sobre um tema, realizando pesquisas, fazendo entrevistas. Talvez as grandes reportagens sejam a salvação dos jornais impressos.
Eu adorei, pois pra mim é isto que irá ganhar os leitores. Saber o que, o quando, o onde e o quem, já se sabe pela internet. O leitor quer saber detalhes, quem ler sobre as peculiaridades, quer sentir o clima do acontecimento. Fernando Morais também falou sobre a frieza de entrevistar por telefone ou email. Eu sentia muito esta dificuldade quando trabalhei no jornal. Nunca gostei de entrevistar por telefone. Gosto de olhar o entrevistado no olho, ver suas expressões quando pergunto e quando ele responde. Para escrever preciso saber como ele gesticula, se se expressa mexendo as mãos, enfim...
As vezes acho que escolhi a profissão certa para mim, mas na época errada. Devia ter sido repórter na década de 50, 60, 70, por aí!
O que me deixa feliz é conhecer, ver e ouvir os repórteres de antigamente contando suas histórias riquíssimas. Foi uma honra ouvir Fernando Morais.
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