Eu não quero que o ex presidente Lula faça o tratamento oncológico dele pelo Sistema Único de Saúde. Quero sim, e anseio muito, que todos os cidadãos brasileiros tenham o mesmo tratamento dispensado a ele, ao José Alencar, a Dilma ou ao Mendes Ribeiro Filho. Desejo a verdadeira igualdade. Não quero que nenhum deles sofra na pele o descaso com que muitos administradores públicos e políticos tem com o povo. Gostaria que eles agissem de forma mais efetiva para que, todos os recursos arrecadados para a saúde, sejam realmente investidos na saúde, contratando e pagando dignamente os trabalhadores da área, equipando hospitais, qualificando postos de atendimento, agilizando atendimentos e exames. De nada me adiantaria, e a nenhum de nós, que o Lula ou quem quer que seja morra agonizando numa fila do SUS. Pois morrem diariamente centenas de pessoas, outras tantas ficam mofando nos corredores por falta de leito e mais uma penca se quer consegue sair de casa tamanha sua debilidade física e adianta algo? Muda ou mudou alguma coisa?
Acaso aconteceria uma mágica ou milagre se alguma dessas pessoas, qualquer delas, fossem realizar seu tratamento nos hospitais públicos? Alguém crê que mudariam as coisas realmente?
Nosso sistema de saúde é muito falho, tem poucos trabalhadores de saúde (médicos, enfermeiros, auxiliares), faltam hospitais, equipamentos, enfim... São horas de filas para uma consulta de minutos. São muitas denúncias de desvios e corrupção. Sem falar em equipamentos defasados.Sofremos com o sucateamento das ambulâncias para transporte de pacientes. E ainda tem a tão falada central de leitos, os agendamentos de consultas que parecem impossíveis, mantendo o atendimento por ordem de chegada, como se fosse possível comparar uma enfermidade com outra. Colocando nas mãos de alguns médicos a decisão de que vida salvar.
Trabalhei na Secretaria Municipal de Saúde de Pelotas, com uma médica psiquiatra apaixonada pelo SUS. E a defesa dela é muito clara e correta. Pois a base do Sistema Único de Saúde, no papel, se assemelha ao sistema público de saúde de Cuba, no qual todos tem atendimento com médicos qualificados, sem distinções e com rapidez.
Posso falar com conhecimento que, no caso de algumas doenças, o atendimento funciona bem, como é no caso da tuberculose e do HIV/Aids. Em ambos, os medicamentos são dados gratuitamente na rede pública, bem como o diagnóstico e o acompanhamento. No caso do HIV está incluído o atendimento psicológico que é de suma importância, visto que a epidemia da Aids ainda representa um grande monstro na nossa sociedade, apesar dos avanços no tratamento da doença. Com certeza, a um cidadão proletário, caso da maioria dos brasileiros, não seria possível cobrir as custas do tratamento com seu mísero salário. Pelo que pude constatar, bem de perto, no caso do HIV e da tuberculose o tratamento é sim de primeira.
Padecemos de outros males que fogem do campo atendimento médico. Ainda existe muitos problemas de infra estrutura, saneamento básico, tratamento adequado de água, que causam moléstias "menores" mas não menos graves e letais.
Eu quero a igualdade de todos! Mas não que os que tem mais sofram as mazelas pelas quais os que tem menos passam. Quero o contrário, desejo que todos nós tenhamos as mesmas oportunidades, as mesmas chances e os mesmos direitos. Minha visão de igualdade é que os mais pobres sejam tratados como o Lula, com as mesmas "regalias" e com a mesma qualidade.
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