Taí uma doença que não me acomete e acredito que jamais acometeria. Embora me preocupe com a saúde e a beleza do corpo nunca deixei de comer para ficar magra. Aliás acho que isto é trauma de infância, quando eu era muito magra e minha família inteira me chamava de raquítica, magrela e outros apelidos menos agradáveis.
Na adolescência os hormônios dominaram e... eu virei a gordinha. Na verdade, eu tinha corpo, tipo peito e bunda, coisa que meninas de 12 anos naquela época, 18 anos atrás, não era comum. É claro que para me manter bem "fornida" ( eu sempre esperei o momento para usar esta palavra, que em outros tempos considerava quase um palavrão) contei com o apoio da minha mãe, que é muito magrinha e traumatizada com sua magreza.
Enfim, no tempo em que fui adolescente as pessoas ainda não tinham que ser esquálidas e tão magras. Talvez pela região do país em que eu vivo, onde a carne e as comidas pesadas são mais freqüentes isto seja uma coisa recente. Até porque não lembro das minhas colegas deixando de comer para ficar magrinhas.
Mas a anorexia me preocupa. Sim, porque conheço meninas de 12 ou 13 anos que já estão fazendo greve de fome para ficar em forma... em forma de "palito". Não só me preocupa como me assusta ver gurias tão jovens perdendo o viço, prejudicando a saúde e acabando com a beleza. A sociedade foi se transformando de tal maneira que para ser "bonito" tem que ser magro. Impôs um padrão que só serve para discriminar. Como se beleza não fosse subjetiva, como se ficasse restrito a um corpo magro, dentro de medidas padrões. Para quem não lembra, a proposta da raça ariana também era baseada em padrões, talvez não de beleza, mas também haviam medidas que determinavam se o vivente era ariano ou não.
Toda esta magreza exposta nas passarelas está preocupando as pessoas. Na Itália, país de mulheres grandes, de uma beleza rechonchuda, iniciaram uma campanha contra a anorexia e estão exigindo um peso mínimo para as tops. O publicitário Oliviero Toscani é responsável pela campanha "No anorexia", que vem causando polêmica por expor uma modelo francesa Isabelle Caro, de 31 quilos nua . Embora haja polêmica, a campanha da grife Nolita tem o aval do Ministério da Saúde Italiano. A luta contra a anorexia e a bulimia é uma prioridade para o governo do premiê Romano Prodi.
É difícil ver a fotografia e não se chocar, mas é necessário chocar para que se pense no mal que representam estas doenças.
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