quinta-feira, setembro 13, 2007

Animais e outros bichos

Bode expiatório e boi de piranha são expressões comuns da população. Durante muito tempo eu não entendia o que queria dizer, até que no impeachment de Fernando Collor eu descobri. Bode expiatório é aquele animal - cabra, bode, galinha, enfim...- que é dada em sacrífio (pobre bicho, talvez aí tenha sido criada também esta expressão) para a purgação dos pecados, muito comuns na antigüidade para Deus, para os deuses. E boi de piranha é aquela rês que é dada às piranhas (os peixes) para salvar o rebanho.
Ambas expressões demonstram que é o sacríficio de UM em prol de uma MAIORIA. Lá no Congresso Nacional talvez as expressões não sejam conhecidas. Ou, por outra talvez sejam por demais conhecidas e por isto a MAIORIA dos parlamentares tenha resolvido abolir as práticas pagãs de expiar os pecados colocando tudo no pobre do bode ou entregando o boi para as piranhas se deliciarem com suas carnes. Os últimos bois de piranha entregaram muita gente, na verdade não ficaram quietinhos e morreram com a boca fechada buscando o bem comum e pensando que lá no céu dos animais existem 7 cabras virgens - ou vacas - para satisfazerem seus prazeres por toda a eternidade.
Os bodes expiatórios do Congresso sairam por aí dando nome aos bois, contando o milagre e dizendo o santo (outro ditado do qual gosto muito). Zé Dirceu, Roberto Jefferson, Severino entre outros colocaram o bloco na rua, declararam-se culpados ou inocentes mas divulgaram sua "equipe de trabalho", seus colegas de ação. Talvez por isto os deputados federais tenham achado melhor absolver Renan Calheiros, que por causa de uma história pra boi dormir sobre bezerros e vaquinhas não contadas - ou seriam contabilizadas?- foi parar no altar dos sacrifícios. Tudo começou quando o presidente do Senado resolveu pular a cerca com a jornalista Mônica Velloso. Renan fez assim como aquelas ovelhinhas que a gente vê em desenho animado, aquelas que aparecem quando o personagem tenta encontrar o sono contando carneirinhos.
Da relação, ou pulada de cerca, resultou uma cria roubada, para a qual o senador pagou pensão, com aqueles bezerrinhos, lembram?? Pois é, quem pariu Mateus que o embale. Renan bem que tentou fazer tudo de cantinho, mas seu "namoro" com Mônica foi além da história em quadrinhos e resultou num estrago tão grande quanto seria soltar um macaco numa loja de cristais. Mas parte da epopéia do senador teve fenial feliz, por 40 votos a favor e 35 contra seu mandato foi salvo e ele comemorou a vitória junto aos seus pares.
Para o Brasil, para os brasileiros, para a MAIORIA que realmente interessa deu zebra - como diria a zebrinha que apresentava o resultado dos jogos no fantástico. Antes e durante a sessão teve deputado agindo como leões para entrar no plenário, teve quem tenha ficado como uma hiena apenas rindo de tudo, teve quem preferiu fazer como o tatu e ficou dentro da toca bem quietinho. O maior problema é saber, mais uma vez, com confirmação em rede nacional, que não podemos confiar naqueles representantes que escolhemos, pois eles agem como cobras que esperam o rato. Talvez o Ibama, o Ministério do Meio Ambiente ou o Greenpece se comova e tente salvar esta fauna. Eu, por mim e pelos que conheço sei que, aqueles que estão na Arca do Congresso podem entrar em extinsão.
É tanto bicho que sinto até falta da tabela com o nome do bicho e dezena do lado. Ah! É contravenção e dá cadeia. Mas só para os contraventores e para os animais de verdade, porque aqueles que estão lá no Distrito Federal estão protegidos. Só não sei se é pelo Ibama ou se por São Francisco de Assis.

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