quinta-feira, novembro 26, 2009

Finalmente um posicionamento firme

Um dos principais problemas do Brasil, segundo sociólogos, antropólogos e estudiosos, é a má formação intelectual. Sempre dizemos que há muitos problemas na educação, saúde, segurança, aqueles cinco "esses" do FHC, que elegeram o Lula e fizeram parte do projeto de campanha de vários outros candidatos e continuarão nos planos de muitos outros na próxima eleição com certeza.
Criaram-se alguns métodos avaliativos das universidades, realizam algumas provas também no ensino fundamental e médio. Criou-se o prouni, que dá bolsas de estudos para estudantes carentes em faculdades particulares. É claro que existem alguns pré-requisitos para ser selecionado, além de uma ótima colocação no Enem. Mas, tal como o Fies e o crédito estudantil, que na época que entrei na faculdade era o que beneficiava estudantes carentes, no prouni também acontecem aqueles pequenos desvios, para dizer o mínimo. Nestes casos, acabamos vendo na faculdade gurias bem vestidas, frequentando muitas festas, dirigindo carros do ano e sendo financiadas pelo governo federal dentro da universidade particular, com recursos que deveriam beneficiar uma pessoa com baixa renda. Dou o exemplo das gurias, mas também tem muitos guris que na verdade nem estão muito interessados no estudo e tal como elas frequentam as melhores e mais caras baladas, sempre impecáveis no vestir.
No entanto, hoje li uma notícia que muito me agradou. Foi realizada uma malha fina pelo Ministério da Educação, que cruzou dados do CPF dos bolsistas com informações da Rais, do Renavam e a base de dados das universidades. A partir da investigação foram suspensas 1766 bolsas de estudo e 15 universidades foram desvinculadas do programa por fraude. Isto é muito bom! Fico realmente feliz em perceber que o MEC está tentando moralizar estas questões. É sabido que nas faculdades federais muitas vezes só conseguem a vaga pessoas com melhor poder aquisitivo, algumas porque fizeram um bom cursinho, outras porque possuem um bom nível financeiro e não precisam trabalhar podendo dedicar-se aos estudos em tempo integral, enfim, são inúmeros os motivos e não sou contra ao fato de eles ocuparem estas vagas. Sou contra, e neste caso muito contra, o fato de que pessoas que podem custear seus estudos tirem a oportunidade de outras que são realmente carentes e que muitas vezes se dedicariam com muito mais afinco a sua formação superior.
Parabenizo ao MEC pela atitude de levar a sério esta questão e espero que a operação seja, realmente, realizada anualmente.

Fonte: Jornal Diário Popular

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comentem pessoal, mesmo que suas opiniões sejam diferentes das minhas eles serão publicados. Só não pode comentário ofensivo, dedo no olho e mordida na orelha. Por favor assine seus comentários, não há porque ser anônimo quando se dá opinião. Comentários sem assinatura não serão publicados!