quarta-feira, setembro 26, 2007

Anorexia

Taí uma doença que não me acomete e acredito que jamais acometeria. Embora me preocupe com a saúde e a beleza do corpo nunca deixei de comer para ficar magra. Aliás acho que isto é trauma de infância, quando eu era muito magra e minha família inteira me chamava de raquítica, magrela e outros apelidos menos agradáveis.
Na adolescência os hormônios dominaram e... eu virei a gordinha. Na verdade, eu tinha corpo, tipo peito e bunda, coisa que meninas de 12 anos naquela época, 18 anos atrás, não era comum. É claro que para me manter bem "fornida" ( eu sempre esperei o momento para usar esta palavra, que em outros tempos considerava quase um palavrão) contei com o apoio da minha mãe, que é muito magrinha e traumatizada com sua magreza.
Enfim, no tempo em que fui adolescente as pessoas ainda não tinham que ser esquálidas e tão magras. Talvez pela região do país em que eu vivo, onde a carne e as comidas pesadas são mais freqüentes isto seja uma coisa recente. Até porque não lembro das minhas colegas deixando de comer para ficar magrinhas.
Mas a anorexia me preocupa. Sim, porque conheço meninas de 12 ou 13 anos que já estão fazendo greve de fome para ficar em forma... em forma de "palito". Não só me preocupa como me assusta ver gurias tão jovens perdendo o viço, prejudicando a saúde e acabando com a beleza. A sociedade foi se transformando de tal maneira que para ser "bonito" tem que ser magro. Impôs um padrão que só serve para discriminar. Como se beleza não fosse subjetiva, como se ficasse restrito a um corpo magro, dentro de medidas padrões. Para quem não lembra, a proposta da raça ariana também era baseada em padrões, talvez não de beleza, mas também haviam medidas que determinavam se o vivente era ariano ou não.
Toda esta magreza exposta nas passarelas está preocupando as pessoas. Na Itália, país de mulheres grandes, de uma beleza rechonchuda, iniciaram uma campanha contra a anorexia e estão exigindo um peso mínimo para as tops. O publicitário Oliviero Toscani é responsável pela campanha "No anorexia", que vem causando polêmica por expor uma modelo francesa Isabelle Caro, de 31 quilos nua . Embora haja polêmica, a campanha da grife Nolita tem o aval do Ministério da Saúde Italiano. A luta contra a anorexia e a bulimia é uma prioridade para o governo do premiê Romano Prodi.
É difícil ver a fotografia e não se chocar, mas é necessário chocar para que se pense no mal que representam estas doenças.

quarta-feira, setembro 19, 2007

A cadeira

Será que com o salário que ganha não daria para comprar uma espreguiçadeira? Um puf daqueles superfofinhos ou talvez uma super poltrona ultraconfortávelem que se pode ficar horas e horas de pernas para o ar?
Com certeza o salário do presidente do Senado, Renan Calheiros dá para comprar uma dúzia de cadeiras importadas e com muitos detalhes, talvez em ouro, com pedras ou coisas que o valham. Mas é claro que nenhuma destas cadeiras daria ao dito senador o retorno que aquela, lá de Brasília lhe dá. A cadeira através da qual preside o senado, esta sim, tem um ótimo encosto, é fofíssima e rende muito, muito lucro, algum prestígio e mas com toda a certeza muito poder.

"Amai ao próximo..."

Minha sobrinha Larissa certa vez brigou com a vó dela - minha mãe- porque não queria mais ser a próxima, queria ser a primeira. Na cabeça de uma criança de três ou quatro anos ser a próxima pode significar que as balas acabarão e ela, sendo a próxima, ficará sem as guloseimas. Também pode ser que naquela brincadeira a de trás seja presa na porteira do "passa-passará".
Nos principíos do catolicismo não é permitido cobiçar a mulher - ou homem - do próximo, principalmente se ele estiver próximo.
Para os seguidores de Jesus Cristo o mandamento é: "amar ao próximo como a ti mesmo".
Já na política brasileira se o próximo pode ser muito bom. Recebe-se o cargo, um alto salário, benefícios referentes as funções que exercem e etc. O vice, que por sua vez é o próximo - em caso de morte do titular ou cassação - pode herdar alguns pepinos. Tipo o que aconteceu com Itamar depois do impeachment do Collor. José Sarney ficou marcado como o primeiro presidente civil depois da abertura política.
Lá nos Estados Unidos o próximo presidente a ser eleito com o término do mandato de George Bush terá uma herancinha macabra, que se chama "guerra do Iraque". O próximo presidente americano terá que contabilizar perdas financeiras, mas principalmente perdas humanas. Com certeza não será nada fácil limpar a sujeira deixada pelo Cowboy Bush. O mais interessante disto tudo é que George é declaradamente temente a Deus, é escancaradamente católico, inclusive denominou sua luta contra Sadam como uma guerra santa, do bem - no caso ele próprio- contra o mal - este Sadam.
Os ensinamentos de Jesus devem ser seguidos e a reflexão provocada pela minha sobrinha Larissa não deve ser esquecida, pois quando se trata de balas ou brincadeira de criança ser o próximo é ruim mas não reserva tantos problemas. No entanto, ser o próximo no momento pelo qual estamos passando na política brasileira ou em EUA pode não ser nada bom.

quinta-feira, setembro 13, 2007

Animais e outros bichos

Bode expiatório e boi de piranha são expressões comuns da população. Durante muito tempo eu não entendia o que queria dizer, até que no impeachment de Fernando Collor eu descobri. Bode expiatório é aquele animal - cabra, bode, galinha, enfim...- que é dada em sacrífio (pobre bicho, talvez aí tenha sido criada também esta expressão) para a purgação dos pecados, muito comuns na antigüidade para Deus, para os deuses. E boi de piranha é aquela rês que é dada às piranhas (os peixes) para salvar o rebanho.
Ambas expressões demonstram que é o sacríficio de UM em prol de uma MAIORIA. Lá no Congresso Nacional talvez as expressões não sejam conhecidas. Ou, por outra talvez sejam por demais conhecidas e por isto a MAIORIA dos parlamentares tenha resolvido abolir as práticas pagãs de expiar os pecados colocando tudo no pobre do bode ou entregando o boi para as piranhas se deliciarem com suas carnes. Os últimos bois de piranha entregaram muita gente, na verdade não ficaram quietinhos e morreram com a boca fechada buscando o bem comum e pensando que lá no céu dos animais existem 7 cabras virgens - ou vacas - para satisfazerem seus prazeres por toda a eternidade.
Os bodes expiatórios do Congresso sairam por aí dando nome aos bois, contando o milagre e dizendo o santo (outro ditado do qual gosto muito). Zé Dirceu, Roberto Jefferson, Severino entre outros colocaram o bloco na rua, declararam-se culpados ou inocentes mas divulgaram sua "equipe de trabalho", seus colegas de ação. Talvez por isto os deputados federais tenham achado melhor absolver Renan Calheiros, que por causa de uma história pra boi dormir sobre bezerros e vaquinhas não contadas - ou seriam contabilizadas?- foi parar no altar dos sacrifícios. Tudo começou quando o presidente do Senado resolveu pular a cerca com a jornalista Mônica Velloso. Renan fez assim como aquelas ovelhinhas que a gente vê em desenho animado, aquelas que aparecem quando o personagem tenta encontrar o sono contando carneirinhos.
Da relação, ou pulada de cerca, resultou uma cria roubada, para a qual o senador pagou pensão, com aqueles bezerrinhos, lembram?? Pois é, quem pariu Mateus que o embale. Renan bem que tentou fazer tudo de cantinho, mas seu "namoro" com Mônica foi além da história em quadrinhos e resultou num estrago tão grande quanto seria soltar um macaco numa loja de cristais. Mas parte da epopéia do senador teve fenial feliz, por 40 votos a favor e 35 contra seu mandato foi salvo e ele comemorou a vitória junto aos seus pares.
Para o Brasil, para os brasileiros, para a MAIORIA que realmente interessa deu zebra - como diria a zebrinha que apresentava o resultado dos jogos no fantástico. Antes e durante a sessão teve deputado agindo como leões para entrar no plenário, teve quem tenha ficado como uma hiena apenas rindo de tudo, teve quem preferiu fazer como o tatu e ficou dentro da toca bem quietinho. O maior problema é saber, mais uma vez, com confirmação em rede nacional, que não podemos confiar naqueles representantes que escolhemos, pois eles agem como cobras que esperam o rato. Talvez o Ibama, o Ministério do Meio Ambiente ou o Greenpece se comova e tente salvar esta fauna. Eu, por mim e pelos que conheço sei que, aqueles que estão na Arca do Congresso podem entrar em extinsão.
É tanto bicho que sinto até falta da tabela com o nome do bicho e dezena do lado. Ah! É contravenção e dá cadeia. Mas só para os contraventores e para os animais de verdade, porque aqueles que estão lá no Distrito Federal estão protegidos. Só não sei se é pelo Ibama ou se por São Francisco de Assis.

quarta-feira, setembro 12, 2007

"Eu também vou reclamar"

Ultimamente o que mais tenho ouvido é: "pensa pelo lado positivo, tu estás bem, tens saúde, família que te ajuda com casa, comida...". É claro que eu penso no lado positivo, só que só pensar neste lado seria possível se todo o movimento do mundo não cobrasse que eu produza, que eu contribua $$$$. Seria ótimo pensar só por este lado se o relógio não me mostrasse a todo o momento que o tempo está passando, que não sou mais adolescente, que não posso me dar ao luxo de viver nas casa dos meus pais. E eu pergunto porque não? Porque teus pais não viverão para sempre responde ele, O TEMPO.
Sou feita de matéria perecível... como todos vós. E embora pareça, não sou ingrata, pelo contrário agradeço todas as noites pelas graças que tenho. Agradeço pelo abrigo do meu lar, pelo cobertor, comida, saúde, capacidade para o trabalho, família que me apóia. Sou grata por cada segundo, por cada respiração. Sou realmente grata por tudo.
Só que estar grata por viver e ter o básico não dá o direito de outras pessoas me sacanearem. Não é porque tenho casa e comida que podem explorar meu trabalho sem pagar.
Não é porque tenho saúde, casa e comida que não posso me indignar com situações em que eu deveria ser tratada com respeito, já que nunca faltei com o respeito ao outro.
O fato de ter saúde, casa, comida, família me deixa ver com mais clareza o quão miserável é a situação de tantas pessoas neste país. É a gratidão por casa, saúde, comida e família que me permite lutar, gritar, me indignar com a situação de injustiça porque passam tantas pessoas.
Às vezes eu me sinto culpada por ter tanto se comparada a outras gentes e ainda assim me sentir triste, infeliz. Só que o justo é que todos tenhamos o melhor. Satisfazer-se com isto e acomodar-se é tudo o que os sacanas querem. Observem como as coisas são e funcionam no Brasil.
Agora coloque que todas as gentes agradecendo pelo que tem e permitindo que quem tem mais continue lhes sacaneando. Ah! Já funciona assim? Sim, mas ainda há quem se revolta, quem se indigne.
O melhor seria se todos pensássemos como Gandhi e pegássemos apenas a parte que nos cabe, o necessário. Só que o mundo te cobra que queiras mais, cria novas necessidades. Ninguém mais aproveita o que tem porque assim que consegue o que quer já quer outra coisa, mais moderno, mais potente, com mais bits, com mais watts, com mais metros quadrados, com air bag e importado. Sempre mais caro, é claro!
Em 30 anos de vida é a primeira vez que sofro de insônia, e para chamar o sono escrevo. Insônia... e olha que não tenho aluguel pra pagar, nem compras para fazer no supermercado, nem criança pra sustentar ou cuidar. Mas devo no cheque especial, porque fui para um teste noutra cidade e tive que morar uns dias num hotel; e desde lá fui negociando, renegociando até que agora não deu mais pra re-re-renegociar. Devo o transporte, devo o curso de alemão - afinal é preciso se aprimorar, criar um diferencial para ser um bom profissional. "Devo não nego, pago quando pudeR$".
Graças a Deus e ao meu pai não devo mais pra UCPel. É bom nem falar nisso, pois é capaz de eles refazerem alguns cálculos e descobrir mais alguma dívida.
Viu? Desvirtuei o assunto, devia ter continuado falando na gratidão, em continuar apesar de ter tido uma decepção, mas não... estou confessando minhas dívidas... e dúvidas.
Minhas dívidas, que podem me levar ao SPC/Serasa e minhas dúvidas em relação à bondade dos homens - aqui como seres humanos e não como pessoas do sexo masculino. Mais uma vez Raulzito me salva e me faz compreender que "dois problemas se misturam a verdade do universo e a prestação que vai vencer". E a todas estas... "eu tenho medo" de virar "meu amigo Pedro".

segunda-feira, setembro 10, 2007

Indignação

Não bastasse eu viver num país onde os crimes mais hediondos, como o desvio de verbas públicas que faria uma reforma verdadeiramente social e mudaria a vida de muitos miseráveis, não são punidos eu ainda arrumei um trabalho, noutra cidade, acumulei gastos e não recebi.
Não que as coisas tenham muito a ver, mas estão todas relacionadas, já que os culpados pelos desvios se concnetram na capital federal e o meu ex-chefe foi para lá assim que contratou a mim e mais duas jornalistas e uma outra menina como secretária. Dia 18 de setembro completa dois meses que ele foi para Brasília e desde que foi para lá ficou alguns dias sem nenhum contato conosco. Enquanto tínhamos como ir e nos manter durante o horário de trabalho lá (pois não tínhamos auxílio com transporte nem com alimentação) fomos e realizamos o trabalho de forma profissional e séria. Hoje faz 13 dias que enviei um e-mail para ele pedindo o pagamento do salário do mês de julho para continuar indo trabalhar, mas ele se quer respondeu e tampouco pagou. Agora já venceu o segundo mês de trabalho e nenhuma explicação foi dada.
Além de indignada fico chocada com tal situação. Aliás, choque é o que todos tem ao ouvir a minha história. Mas o meu caso é "fichinha" se comparado com a situação de uma outra colega neste mesmo trabalho.
Já não basta o desemprego ser um problemão ainda existem pessoas que se aproveitam do desespero alheio para se dar bem. A lei do Gérson continua imperando no nosso país!!! Isto é muito triste!!
O que me conforta é que embora pareça que todas estas coisas acontecem sem a menor chance de punição eu sei que o universo, que a energia cósmica, que os carmas, que Deus, Oxalá, ou Buda - tu podes dar o nome que quiseres- irá cobrar destas pessoas. Pode parecer que eu tenha ficado uma maluca carola, mas não... estou no meu juízo perfeito, com a razão e a lucidez comandando minha vida. Vivi algum tempo e posso dizer com conhecimento de causa que pode demorar, pode custar mas o que aqui a gente faz, aqui a gente paga.

terça-feira, setembro 04, 2007

Mil coisas...

Tanta coisa tem acontecido que fico sem saber por onde começar. Não sei se começo contando minha última decepção, que não foi amorosa, mas profissional. Pois é, estava trabalhando num jornal, com uma equipe muito legal, pessoas interessadas, cabeça aberta, livres, inteligentes e competentes, mas... sempre tem um "mãns". Pois é, a questão é que a re-estruturação do jornal ficou se estendendo, estendendo até não ter mais para onde ir. O chefe, por outro lado, sabia bem para aonde ir, calma... não foi pr´aquele lugar escuro e úmido não, embora também pudesse ser. Na verdade ele foi pra Brasília, disse que voltava dentro de 15 dias, só que até hoje esperamos por ele. Pra mal dos pecados o jornal parou de sair e ficamos sem saber o que fazer, além de... é claro não termos recebido. Mazelas de trabalhadores do mundo todo... agora, mais uma vez, desempregada.
O lado bom e poder voltar a me dedicar aos amigos, estudos e a este blog que ficou de ladinho por um tempo.
Além disso - desejem-me tudo de bom - estou completando mais um aniversário. Desta vez o número é redondinho 30. Vocês sabem que andei em crise e o Carecone me deu alguns conselhos, me animou e consolou. hahaha Foi muito legal ter uma palavra amiga!! Agora estou convencida que é apenas um número, com energia e poder, mas um número. E como todo o número novo, a energia nova, faz as velhas irem embora e as coisas boas chegarem.
Vamos recomeçar, com ânimo e boa vontade, um dia as coisas engrenam e eu paro de entrar em furadas. O bom é que mesmo nas furadas eu acabo encontrando amigos, e desta vez não foi diferente.
Grande beijo a todos e não me abandonem, please!