terça-feira, junho 08, 2010

Correrias da vida

Estas duas últimas semanas foram corridas, muitos assuntos para comentar e pouco tempo. Pouco tempo! No trabalho as coisas se acumulam, são envelopes de pagamento para datilografar (ainda se faz isso em alguns lugares), notas fiscais para lançar, caixas para fechar. O tempo fica curto pra fazer tudo e mais blogar, tuitar, buzzar, etc.
Mas muitas coisas foram acontecendo, afinal o tempo não pára, e eu louca da vida querendo comentar, discutir, falar o que penso. Caso trabalhasse num jornal o tempo seria ainda menor e... os fatos que vou comentar já estariam pra lá de velhos e ultrapassados. No entanto, como o blog é meu, posso comentar os assuntos mais batidos do mundo sem culpa. Até porque vou expor minha opinião, que pode não ser a mesma dos leitores, mas que é diferente de muitas por aí a fora.
Começo falando no Adriano. É amigas, eu gosto de futebol, tenho um defeito horroroso para uma mulhérzinha. Se bem que... eu não sou mulhérzinha, apesar de pequenina. Gosto de futebol, mas não sou fanática. Não fico no sábado ou domingo na frente da televisão para ver o jogo. Assisto quando tenho companhia, gosto de ver o jogo ao vivo, converso com os guris sobre o assunto. Mas tenho boas noções da coisa em si, compreendo como funcionam os campeonatos, geralmente sei quem está na frente (ou em cima) nas tabelas. Gosto de acompanhar e observar a vida e o desempenho dos atletas. E os corpitchos, claro!!!! É por isso que começo falando no Adriano, não pelo corpo, que até acho interessante, mas pelas polêmicas. Eu entendo que como garoto pobre que venceu na vida a pessoa queira dar a si e aos amigos e familiares coisas que jamais daria se continuasse sendo o cara pobre da favela. No entanto... o atleta que se destaca nos campos vira pessoa pública, tanto quanto o ator da novela, o cantor ou o político. É pena que o político seja tão desinteressante para nós brasileiros que cobramos tão pouco deles e ficamos reclamando cada um em sua casa. Ao passo que o ator, ou cantor, ou jogador de futebol tem uma vida movimentada, cheia de altos e baixos no campo e fora dele e assim nos entretém muito mais. É pena! Seria muito mais produtivo para o país que tivéssemos o interesse de forma inversa.
Foquemos o assunto no Adriano, ele é um jogador de destaque internacional. É conhecido pelo desempenho e pelos escândalos ocorridos fora de campo. Começa que voltou para o Brasil por conta de problemas com álcool e para se recuperar de lesão (se não me falha a memória) e reerguer a carreira. Jurou amor eterno ao São Paulo, depois foi para o Flamengo e agora está indo para o Roma. Uma das principais coisas que acontece com os jogadores, assim como com as modelos, é que eles começam a vida muito cedo. Quando digo cedo não é pela idade simplesmente, é pela falta de maturidade e muitas vezes de estrutura psicológica para governar suas vidas longe da família, às vezes, também desestruturada. Falta de maturidade e muito dinheiro faz com que a pessoa acredite que pode tudo. Não conhecem limites, são donos de suas vontades. Daí começam os excessos de todo o tipo, desde álcool até drogas e sexo. Alguns chegam a desenvolver dependências, alterações de personalidade e problemas psicológicos.
Temos exemplos de "bons meninos". O Kaká nunca se envolveu em escândalos desta ordem. É um exemplo, tem carisma e segundo dizem é um ótimo jogador, já tendo sido escolhido como melhor do mundo. E o que há de mais marcante no comportamento do Kaká, que não vemos em muitos outros? Sim, ele vem de uma família estruturada. Este poderia ser o fator determinante, mas não é a meu ver.
Para mim, a humildade é o que determina a maneira de ser, o destaque e o sucesso, sem altos e baixos, na carreira de Kaká. Não há como comparar comportamentos e personalidades diferentes, óbvio. Kaká e Adriano são água e cachaça.
Mas o comportamento dentro e fora de campo tem que ser coerente. Um atleta não pode ter mais destaque na vida privada do que no esporte. É isto que os jogadores não entendem. Eles podem, eles TÊM todo o direito a uma vida particular, no entanto devem fazer seu trabalho de forma competente. Como qualquer profissional. Uma secretária que enche a cara e vai trabalhar de ressaca ou de virada não rende, erra mais e causa prejuízos a empresa. Será repreendida pelo chefe se o fato for recorrente. O que dizer de um atleta, que depende da boa saúde para render no trabalho?
Os jogadores querem levar uma vida normal, foi o que me disse um rapaz que se diz jogador na Rússia e amigo íntimo de Daniel Carvalho. Só que levar uma vida dita normal, não passa por fazer com que as pessoas permitam tudo só porque eles têm dinheiro. O respeito vai bem além deste quesito e quem se faz impor por ele acaba adquirindo a famosa pecha de arrogante. O negócio é dosar as coisas. É manter o bom desempenho em campo, assim a vida pessoal tem menos destaque. E sabe né? Jornalista é que nem urubú, independentemente da editoria em que trabalha, e os das revistas de fofoca então nem se fala. Só estão esperando uma escorregada para jogar o cara na lama. É como dizem, a mídia cria, mas também derruba.
Então... voltando ao Adriano. Ele é um bom jogador, só que noitadas, brigas com a ex-namorada e as suspeitas quanto ao seu envolvimento com o tráfico de drogas atrapalham muito a sua imagem. As fotos empunhando armas e fazendo a sigla do comando vermelho, mesmo sendo antigas não pegaram bem. Tá certo que tu nasce na favela, conhece o pessoal que foi criado contigo, mas fotos e apologia é outra coisa. É como ter amigos que fumam, não é por isso que tu vai tirar foto posando com o cigarro.
Mas como disse anteriormente, eles começam a comandar suas vidas muito cedo, eles ganham muito dinheiro muito jovens, sem a personalidade formada e acabam acreditando que o fato de ter dinheiro os safa de tudo. E até safa. A gente sabe que eles não iriam pro cadeião como os pobres. Só que a recriminação moral e o julgamento público acontecem e pra quem tem, a consciência é o pior acusador.
Espero que de volta a Europa ele se encontre, organize a mente e volte a ser um bom jogador de futebol. Não queremos imperadores, queremos pessoas que dão bom exemplo pelo trabalho e a eficiência. No passado já tivemos imperadores e imperatrizes, monarcas que não eram tão bons exemplos assim. Queremos pessoas comuns... Chicos... Terezas, gente simples mostrando que cada um tem seu talento e a humildade é o maior deles.

2 comentários:

  1. Queria que o pessoal parasse um pouco de focar tanto na vida pessoal dessas pessoas "públicas". São coisas que na maioria das vezes não tem naada a ver com a profissão delas e só serve pra botar pressão, pro indivíduo fazer tudo certo o tempo todo. Que perda de tempo!

    Beijão, Dani :D

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  2. Com certeza Bia! E quando a pessoa tá mal preparada só aparece as coisas não tão boas. É muito injusto!!!!! Valeu pelo comentário!

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