É claro que sabemos que assassinatos de pais e filhos, de irmãos e mães por seus próprios parentes acontecem desde há muito tempo. Relata-se na biblía o caso de Caim e Abel. E tem entre os gregos situações como a do Édipo e do próprio Chronos.
Aqui em Pelotas e região é famoso o caso do filho que matou a mãe, com a ajuda do pai e dos irmãs, esquartejou -a e, dizem, fez um arroz de carreteiro com o coração da genitora. O caso do "Deusinho" que aconteceu em 1980, causou muita comoção, pois o então rapaz de 24 anos entrou, assim como toda a família, para uma religião e a partir daí passou a ouvir vozes que diziam que ele devia tirar o capeta, o coisa ruim da mãe. A matança começou pelos cachorros da casa, além da mãe "Deusinho" matou também um irmão que era doente e agrediu as irmãs, deixando uma com os braços quebrados e a outra com a perna. Segundo relataram ao repórter policial do jornal Diário Popular na época, Alvaro Piegas, todos morreriam, inclusive as crianças. De acordo com eles para que um cadáver fosse enterrado outro já deveria estar "pronto".
Estes são apenas alguns exemplos do quanto um ser humano pode ser cruel com sua espécie, ou melhor, com seu próprio sangue. Talvez algum psicólogo possa explicar a apatia que acomete as pessoas que, ajudam ou que simplesmente não fazem nada ao presenciar um assassinato como estes. Quem sabe seja o medo que mova estas pessoas a ajudar, ou talvez sejam tão psicopatas quanto os assassinos. Quem poderá saber?
Fato é que crimes como os que tem sido manchetes nos noticiários de pais e padrastos e mães e madrastas que matam seus filhos não são novidade tão nova assim. Talvez estejam ganhando mais atenção da mídia depois da comoção causada pelo caso Isabella. Ou quem sabe, para a imprensa matar dois filhos, esquartejar e queimar, além de enterrá-los num terreno baldio seja mesmo demais.
Não, não estou dizendo que não devam ser noticiados. Acho inclusive que pessoas capazes de crimes atrozes como estes nos quais vitimam seus próprios filhos não tem direito a prisão especial, tem que ser julgados por juri popular. Afinal, alguém capaz de fazer isso ao próprio filho faria o que com alguém que não é nada dele? Eu teria medo, se fosse a madrasta assassina e co-autora do crime.
A verdade é que estou estarrecida. Quando leio mitologia grega e romana me surpreendo dos absurdos que ocorriam. Parece que coisas como estas estão tão longe da gente, tao distante, perdidas no tempo. Aconteciam porque era início dos tempos, os costumes e a cultura eram outros. Muito tempo se passou... No entanto, o ser humano não conseguiu se livrar de certos vícios, preconceitos e problemas. Só realmente não entendo o que querem dizer quando falam em evolução.
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