Instintivamente eu escolhi o jornalismo. Primeiro porque gosto de escrever, claro que somente gostar de escrever não faz de mim uma jornalista. Mas também tenho muita indignação em mim, não gosto e não fico calada diante de injustiças. E creio que este sim seja a qualidade mais importante para quem quer ser um bom jornalista não calar-se diante das injustiças, do que esta errado. É justamente por me indignar e achar as coisas erradas que acabei não me adaptando ao mundo do jornalismo moderno, empresarial, das matérias casadas com anúncios, etc. Queria sim ter trabalhado em jornais que se faziam de notícias reais, que não tinham medo de colocar a cara e a opinião sobre os assuntos por medo de perder anunciantes. Queria ter sido uma jornalista dos tempos em que o jornalismo todo era boêmio e que as pautas se discutiam nas mesas de bar. Regadas a cerveja e outras bebidas sim, mas muito mais responsável e comprometido do que hoje.
Mesmo apaixonada pelo jornalismo fui sendo excluída deste mundo. Porque não engolu ter que fazer conchavo com políticos safados para conseguir tentar garantir a regulamentação da profissão. É por isto que eu digo, não basta ser curioso e gostar de escrever.
Eu não me adaptei ao mercado de trabalho do jornalismo, não consigo trabalhar na minha área na cidade em que nasci e me criei e também não consegui ir embora e deixar tudo que mais amo para trás. No balanço do que amo, mais fiquei com a família e os amigos.
Continuei estudando história, política e até alguma coisa de jornalismo. No entanto, preciso sobreviver e... mudei de profissão. No sábado eu colei grau em Técnico em Contabilidade, a profissão do meu pai. Durante todo o período da faculdade eu trabalhei no escritório, conheço os clientes e muitos outros colegas de profissão do meu pai, agora meus também. Na verdade, conheço muito mais profissionais da contabilidade do que conheci em 15 anos de formação em jornalismo.
Enfim, como disse o meu amigo Vaz num comentário abaixo, o bom é poder começar o ano qualquer dia. O mesmo vale para as mudanças da vida e a busca da felicidade, podemos mudar a qualquer momento, ou melhor, DEVEMOS mudar quando sentimos necessidade. então é isto, mesmo tendo mudado de profissão continuarei sendo esta imprensa nanica.
Esta página é para quem acredita que um mundo melhor é possível e que o jornalismo deve ser livre, íntegro, revolucionário, questionador e formador de opiniões, ou pelo menos fazer com que a gente pense. Segundo Millôr Fernandes "a função do Jornalista é trabalhar para ser demitido". Eu já estou no 3 a zero. "Livre pensar é só pensar" Millôr Fernandes
segunda-feira, janeiro 11, 2010
Um comentário:
Comentem pessoal, mesmo que suas opiniões sejam diferentes das minhas eles serão publicados. Só não pode comentário ofensivo, dedo no olho e mordida na orelha. Por favor assine seus comentários, não há porque ser anônimo quando se dá opinião. Comentários sem assinatura não serão publicados!
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Já dizia um velho amigo meu:
ResponderExcluir"quem tem ideia fixa é louco..."
Vamos lá, nova contadora dos números, não deixa de nos contar uma boas histórias também!