quinta-feira, janeiro 28, 2010

O discurso do bandido

Tem duas coisas que eu não gosto de assistir, mas vira e mexe eu acabo vendo,é entrevista de jogador de futebol (que é sempre igual, estamos a disposição do professor, vamos dar o melhor de si e buscar os três pontos) e entrevista de bandido quando é preso. São sempre iguais, guardadas as proporções claro.
Mas o que eu gosto mesmo é que, apesar de saber que os marginais dirão que são inocentes e não fizeram nada, eu ainda acho graça nisso. Óbvio né, é o velho ditado "rir pra não chorar". E tem também uma expressão que a minha ex-chefe Iara costumava dizer "é melhor ouvir isto do que ser surdo".

terça-feira, janeiro 26, 2010

Falcatrua da grossa

Não sei se já comentei sobre este fato por aqui. Se já falei, me desculpem, mas me indigna demais e tenho que falar, ou melhor, escrever. Tem uma expressão que diz "dar com uma mão e tirar com a outra". Não há expressão que exprima melhor como agem os políticos. Vejam bem, preste atenção, caso vocês não tenham comprado imóvel, casado ou feito algum financiamento, talvez não saibam que a sua certidão de nascimento não tem mais validade. É sim, aquele documento que teus pais fizeram quando tu vieste ao mundo não vale. Portanto, caso queiras adquirir um financiamento ou casar legalmente terá de fazer uma certidão de nascimento atualizada. Detalhe: ESTA CERTIDÃO SÓ VALE POR DOIS ANOS.
Aham! Isto mesmo, só por 2 anos. Ou seja, se daqui a pouco tu precisares da certidão pra qualquer coisa, inclusive em caso de morte, a certidão tem que ser atualizada. Mas não creia que com esta atualização se dispensa a certidão de óbito. Óbvio que não.
Porque eu digo que "deu-se com uma mão e retiraram com outra"? Simples, o registro de nascimento é gratuito. É assim, quando a gente nasceu, no meu caso lá no século passado, meu pai foi no cartório e pagou para que o cara lá colocasse meu nome, o dia e a hora em que vim ao mundo, nome dos pais, dos avós. Agora, com uma lei o presidente Lula liberou o primeiro registro.
Os cartórios, ou melhor os DONOS, não gostaram da ideia, reclamaram espernearam, mas não teve jeito. O jeito foi começar a invalidar as certidões de nascimento antigas. Ou seja, para um finaciamento via Caixa Econômica Federal o cidadão precisa tirar uma certidão atualizada. Agora eu pergunto: o que é que pode atualizar numa certidão de nascimento? Tu nasceu naquele dia, teus pais e avós são aqueles que estão lá registrados. Não tem o que mudar! claro, num caso de paternidade com testagem de dna e etc. claro, poderia mudar algo, mas sem mais nem menos...
Isto é roubo disfarçado de serviço prestado. Cobrar R$18,40 para imprimir uma nova certidão é um assalto! A certidão já estava lá no computador, prontinha, não mudou uma vírgula. É um completo absurdo, uma falcatrua da grossa. O nome dos cartórios de registros deveria mudar para Cartéis de registro, por que estão mais para a máfia do que para o trabalho sério.

sexta-feira, janeiro 22, 2010

"Fora da caridade não há salvação"

O brasileiro é um povo solidário. E se observarmos os princípios da Doutrina Espírita a sua lei maior é a caridade. Diz-se, inclusive, que "fora da caridade não há salvação" e complementando esta máxima ouvi várias vezes em palestras em centros espírita que "ninguém é tão pobre que não possa ajudar a quem precisa".
Solidariedade e caridade andam juntas, são irmãs gêmeas univitelinas. Mas como todos os gêmeos tem suas diferenças. Podemos ser solidários sem praticar a caridade? Podemos fazer caridade sem termos sido tocados pela necessidade da solidariedade?
Talvez eu não esteja habilitada a dizer nada a este respeito. No entanto, posso dizer o quanto sou solidária ao sofrimento das vítimas do terremoto no Haiti e também todas as vítimas das enxurradas em Angra dos Reis, São Paulo, Santa Catarina, Agudo, Encantado, enfim... Sou solidária, me compadeço das dores e dos sofrimentos destas pessoas. Junto com outras tantas pessoas enviei doações, o pouco que podia, afinal ninguém é tão pobre que não possa ajudar outra pessoa.
Veja bem, eu doei coisas que não me fariam falta, boas para os outros,uma parte do que me sobrava.
Acho bonito as pessoas que se oferecem em trabalhos voluntários e salvam vidas. Assim como apoio que outros países ofereçam ajuda ao haitianos. Só não entendo bem como o presidente Lula pode fazer tanta boa ação se o nosso povo também está passando por problemas. Calma gente! Eu acho que tem sim que ajudar. Mas convenhamos que não é lógico mandar médico do Brasil pra lá quando a população morre nas portas dos hospitais esperando por atendimento. Não é correto enviar profissionais que possam reconstruir aquele país enquanto que por aqui as pontes caem levadas pelas águas e a coisa fica assim, por isso mesmo.
O que me parece é que o presidente entende o governo federal e os governos estaduais como coisas total e completamente separados. Olhando assim a impressão que dá é que os estados são independentes e neste caso é cada um por si. Acho que deve existir solidariedade e, até, caridade internacional, mas deve existir uma atitude real de comprometimento com as questões internas. Porque do contrário o presidente Lula vai ficar parecendo aquele marido alcolista que bate na mulher, mas que na rua é visto apenas como o bom profissional, o homem sério, o homem correto.

terça-feira, janeiro 19, 2010

Carta aberta a Boris Casoy

Prezado senhor, Boris Casoy,
sei que já faz alguns dias que o senhor, muito arrogantemente ofendeu os garis dizendo que eles são a mais baixa classe de trabalhadores no Brasil. Sei também que o senhor desculpou-se. No entanto, senhor Boris gostaria de lhe contar uma história, que é muito diferente da sua que é filho de imigrantes, judeus russos. Sabemos que por aqui muitos imigrantes se deram bem, não vou cometer o mesmo erro do senhor, não se preocupe, muitos se deram bem a custa de muito trabalho e suor. Assim como outros se deram bem escravizando, vendendo escravos, colonizando.
O senhor teve uma vida muito diferente da que têm a maioria dos brasileiros, que lhe assistem no Jornal da Noite. O senhor estudou em boas escolas, adquiriu muita cultura. Mas apesar de superar uma poliomelite e o preconceito da doença não me parece ter se tornado mais humano ou humilde, pois crê que o fato de ser uma pessoa reconhecida nacionalmente o faz um ser melhor do que os garis, que limpam a sua e a minha sujeira pelas ruas das cidades.
Saiba senhor Boris, que o fato de ser um jornalista não lhe faz melhor do que ninguém. Pelo contrário, nossa profissão está mal vista por aí a fora e pessoas sensatas que conhecem a história do país e principalmente a política brasileira olham com desconfiança jornalistas "de primeira linha" como o senhor, como tantos outros, que apostam dizer a verdade e o que pensam. Mas que no fundo, bem lá no fundo, fazem o jogo dos patrões, dos que tem dinheiro ou daqueles que tem só pompa porque jogaram o dinheiro fora por não saberem o quanto custa ganhar.
A história que quero lhe contar senhor Boris é de um jovem que corria pelas ruas de uma cidade pequena juntando o lixo produzido pela população, num tempo em que a coleta era feita com carroças puxadas a burro. Esta história não é de ficção. Ao aprender a ler e fazer contas esta criança ouviu do pai que já não era mais necessário estudar. Segundo este cidadão saber ler e fazer contas eram suficientes para começar a trabalhar. Mas o senhor, seu Boris não sabe o que é isso, pois teve uma vida confortável no meio da sociedade quatrocentona.
No entanto, este lixeiro de quem lhe falo não ficou apático achando que era menos do que qualquer outra pessoa. Foi em busca do seu sonho, trabalhou muito em cada tempinho que tinha para adquirir seu pão e estudou para crescer profissionalmente. Concluiu seus estudos, fez um curso técnico em Contabilidade e passou num concurso público para trabalhar no setor financeiro da Prefeitura Municipal de Pelotas. Naquele setor pessoas que pensavam como o senhor, disseram, isto porque acreditavam, que ele não devia e não poderia assumir o cargo. Veja bem, "isto não é uma vergonha"? Um cidadão concursado não poder assumir o cargo para o qual estava habilitado pelo simples fato de estar num escalão mais baixo, por trabalhar anteriormente como lixeiro? Se não conhecesse bem esta história acharia que o senhor estava trabalhando lá naquele setor.
Mas com o apoio de pessoas decentes, éticas e corajosas ele assumiu. Não se acomodou como um funcionário público com estabilidade e um salário certo no final do mês. Pelo contrário continuou estudando, fez faculdade de Ciências Contábeis. E pagou por ela. Teve a coragem de pedir demissão do município, quando todos o que querem é a comodidade de ter um salário garantido e não ter que fazer muito esforço para isto.
Este moço que começou lixeiro, que fez muitas instalações elétricas para sustentar sua família é um profissional respeitado, dono de um escritório de contabilidade com mais de 15 anos no ramo. Foi presidente do sindicato dos contabilistas e pode entrar em qualquer lugar com a cabeça erguida porque veio de baixo sim, mas não precisou puxar o saco ou se submeter a maracutaias para chegar aonde chegou.
Este lixeiro senhor Boris Casoy é meu pai e tenho muito orgulho de ser filha de um ex-lixeiro, de alguém que lutou para se tornar um ótimo profissional, respeitado e ético. Num país onde muitos o que querem é levar vantagem histórias como estas em que as pessoas lutam e vencem com dignidade e respeito, sem dar rasteira em ninguém devem ser contadas. E vou lhe dizer mais, ao contrário da corrente que diz que no Brasil só tem safados e vigaristas, eu conheço pelo menos mais duas histórias de pessoas que vieram de baixo e venceram com honestidade.
Eu bem poderia dizer que não podemos confiar mesmo num senhor, que fez parte do CCC (Comando de Caça aos Comunistas), que uma pessoa que apoia a direita desde os tempos da ditadura não é mesmo uma pessoa confiável. Afinal, veja o senador Sarney anos e anos no "puder" mandando e desmandando, agindo como se o senado fosse a sua casa e dela ele faz o que bem quer. Mas eu não vou fazer como o senhor, não vou lhe julgar por uma opção política. Mesmo sem concordar eu a respeito. No entanto, o respeito que eu tinha pelo profissional e pela pessoa que o senhor é... bem, este respeito eu não lhe tenho mais. A meu ver o senhor não fez um comentário infeliz, mas expôs grosseiramente a sua opinião sobres os mais pobres do nosso país, só faltou fazer como o personagem Justu Veríssimo, do Chico Anísio e responder para os garis que estavam desejando um feliz ano novo que eles se explodissem.
Espero realmente não ter-lhe tomado muito, do seu precioso tempo.
Atenciosamente,
a filha de um ex-lixeiro, atividade que mudou de nome e atualmente é chamada de Gari.

Fonte: as informações biográficas do jornalista Boris Casoy foram retiradas do Wikipédia.

quinta-feira, janeiro 14, 2010

15/01 o dia que superamos

Ano passado começou meio complicado, não tão diferente deste, com catástrofes naturais e mais várias mortes por conta de acidentes de trânsito e assassinatos.
Mas em Pelotas uma outra tragédia deixou triste a cidade. O acidente com o ônibus da delegação do Esporte Clube Brasil. A galera xavante ficou arrasada por ter perdido um de seus maiores ídolos, o atacante Claudio Milar. Também foram vítimas Giovane Guimarães e Régis Gouveia.
Amanhã, dia que marca um ano deste acidente terrível a xavantada está programando uma mobilização para homenagear estes ídolos que tão prematuramente nos deixaram. Vista sua camisa rubro-negra, vista vermelho, erga sua bandeira e apoie. Seja solidário a seu clube de coração (se for o caso) ou então seja solidário a dor das famílias que perderam muito mais do que ídolos, perderam entes queridos, pais, filhos, irmãos.


"Brasil, Brasil, Brasil

As tuas cores são nosso sangue nossa raça
Brasil, Brasil, Brasil
Força e vontade cheio de graça
Brasil, Brasil, Brasil
Nós este ano, vamos vencer
Salve o Brasil
O campeão do bem-querer
Avante com todo esquadrão
Torcida do nosso campeão
Ele tem seu passado de glória
Tem o seu nome gravado na história
CORO

Lá no estrangeiro
Mostraste ser bem brasileiro
Com os louros da vitória
Trouxeste para nós mais outra glória

CORO 2X"


Compositor: José Costa
Intérprete: Os Santos

Foto: Papel de parede do site oficial do Brasil de Pelotas

segunda-feira, janeiro 11, 2010

Outra profissão

Instintivamente eu escolhi o jornalismo. Primeiro porque gosto de escrever, claro que somente gostar de escrever não faz de mim uma jornalista. Mas também tenho muita indignação em mim, não gosto e não fico calada diante de injustiças. E creio que este sim seja a qualidade mais importante para quem quer ser um bom jornalista não calar-se diante das injustiças, do que esta errado. É justamente por me indignar e achar as coisas erradas que acabei não me adaptando ao mundo do jornalismo moderno, empresarial, das matérias casadas com anúncios, etc. Queria sim ter trabalhado em jornais que se faziam de notícias reais, que não tinham medo de colocar a cara e a opinião sobre os assuntos por medo de perder anunciantes. Queria ter sido uma jornalista dos tempos em que o jornalismo todo era boêmio e que as pautas se discutiam nas mesas de bar. Regadas a cerveja e outras bebidas sim, mas muito mais responsável e comprometido do que hoje.
Mesmo apaixonada pelo jornalismo fui sendo excluída deste mundo. Porque não engolu ter que fazer conchavo com políticos safados para conseguir tentar garantir a regulamentação da profissão. É por isto que eu digo, não basta ser curioso e gostar de escrever.
Eu não me adaptei ao mercado de trabalho do jornalismo, não consigo trabalhar na minha área na cidade em que nasci e me criei e também não consegui ir embora e deixar tudo que mais amo para trás. No balanço do que amo, mais fiquei com a família e os amigos.
Continuei estudando história, política e até alguma coisa de jornalismo. No entanto, preciso sobreviver e... mudei de profissão. No sábado eu colei grau em Técnico em Contabilidade, a profissão do meu pai. Durante todo o período da faculdade eu trabalhei no escritório, conheço os clientes e muitos outros colegas de profissão do meu pai, agora meus também. Na verdade, conheço muito mais profissionais da contabilidade do que conheci em 15 anos de formação em jornalismo.
Enfim, como disse o meu amigo Vaz num comentário abaixo, o bom é poder começar o ano qualquer dia. O mesmo vale para as mudanças da vida e a busca da felicidade, podemos mudar a qualquer momento, ou melhor, DEVEMOS mudar quando sentimos necessidade. então é isto, mesmo tendo mudado de profissão continuarei sendo esta imprensa nanica.

quinta-feira, janeiro 07, 2010

Esse eu queria ter escrito

Não digo que é inveja, nada disso, é mais aquele "porque não pensei nisso antes?" que nos pega de vez em quando. No caso da piada do Robin Willians sobre as olimpíadas no Brasil eu gostaria de ter escrito algo assim como o que escreveu o Danilo Gentili. "Uma piada para ROBIN WILLIANS" é um texto bem interessante, inteligente e que trata de uma verdade inconveniente. Mas como ele mesmo diz é mais fácil processar, xingar e esbravejar do que tomar uma atitude. Os políticos é que comemoraram entusiasmadamente a escolha do Rio como sede da olimpíada, é que, com certeza deveriam ter sido alvo da piada. O problema é que eles são tão caras-de-pau que nem isto os faria ter vergonha, afinal as pessoas morrem esperando por uma atitude política séria deles e eles não se comovem. Jamais iriam se tocar com uma piada.

terça-feira, janeiro 05, 2010

2010

Ele chegou, como toda a criança recém nascida botando a boca no mundo. Fiquei bem triste com algumas tragédias, já anunciadas, que ocorreram em angra e São Paulo. Anunciads porque há muito sabemos que a natureza tá dando sinais de que a estamos maltratando demais. Começou em Santa Catarina, passou pelo Rio Grande do Sul, passou por São Paulo e agora isto. Muitas pessoas morreram e muitas precisam morrer até que a ficha caia e se perceba que é PRECISO fazer algo. Há muito descaso de políticos, aliás, destes eu nem vou falar agora, porque este ano tem eleições e eles farão o desfavor de se apresentarem na tevê, no rádio, na internet, pelas ruas da tua cidade aonde tu não os vê nunca, mas onde eles surgem pedindo votos e se colocando a tua disposição.
A mensagem de 2010 é semelhante a de 2009, vamos cuidar da natureza. Vamos deixar sim um mundo melhor para nossos filhos e, isto é tão importante quanto a primeira máxima, vamos deixar filhos melhores para o mundo. E quando digo filhos não é necessário que sejam aqueles paridos por ti, ou feitos por ti. Vamos ajudar a melhorar as crianças que não são filhos de sangue, vamos ajudar a melhorar a todos, inclusive nós mesmos. Vamos nos reciclar, reciclar sentimentos, colocar fora o que não serve, mas no lugar adequado. Vamos doar o que não utilizamos. Quem sabe nos melhorando conseguimos evitar que 2011 chegue do mesmo jeito que 2010?