sexta-feira, abril 18, 2008

Quem decide a importância da notícia?

Tanta coisa acontece nestes dias, mas apenas uma notícia ouvimos sair pela boca dos apresentadores de telejornal, a morte da menina Isabella. Realmente é um caso muito triste e, eu mesma, já comentei aqui no blog. Comentei que deveríamos, como mídia, embora nos pareça evidente a culpa dos suspeitos, que ainda não os podemos acusar ou julgar.
Achei bem interessante algumas matérias que a Rede Record realizou e debates que promoveu falando sobre estes cuidados, o trabalho da perícia e o comportamento da população.
No entanto, acho impertinente e massante a overdose que recebemos cada vez que o casal Nardoni se movimenta dentro de casa ou quando sai para comprar pão.
Com a cobertura voltada quase que só para este fato e o noticiário dando pouco espaço para outros assuntos ficamos sobrecarregados do caso Isabella e desinformados sobre outras tantas coisas. É claro que quando falo nós, estou me referindo a população comum, o povão que recebe as notícias via tevê, rádio e jornal. O jornal impresso e a internet são espaço mais plurais, vamos dizer assim, nos quais para encher páginas precisam de vários assuntos.
Sendo assim, a galera fica sem saber sobre a tal CPI dos cartões corporativos, sobre a prisão do jornalista Roberto Cabrini, entre tantas outras coisas que estão acontecendo e são tão importantes quanto o assassinato de uma menina de cinco anos.
É preciso lembrar também, que o caso teve tanta repercussão pelo fato de ter acontecido numa família de classe média, pois sabemos que coisas assim ocorrem nas periferias das cidades, em bairros pobres e não tem a mesma visibilidade na mídia.
Sei, não só como telespectadora, mas como profissional do jornalismo, que é importante e que as pessoas querem saber tudo o que está ocorrendo em fatos importantes. No entanto, a forma como determinados assuntos são tratados chega a ser ridículo, parece que não acontece nada mais no país, na cidade, no mundo. Foi assim com o caso do assassinato do casal Richthofen, com a visita do Papa, enfim... Ficam batendo, batendo na mesma tecla depois esquecem dela e quando temos interesse em saber algo mais não temos uma notícia sequer.
A importância das matérias jornalísticas é muito relativa, depende do momento, do editor, do lugar. Mas também depende da repercussão, do quanto rende economicamente e até como ficam questões políticas.
Fica mais ou menos como aquele ditado popular: "pão e circo". Fico triste por que no final das contas o papel de palhaço quase sempre fica com o cidadão.

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