quinta-feira, abril 04, 2013

Religião não se discute

A religiosidade e a sua expressão, seja em forma de culto ou de um simples pensamento, é um direito assegurado pela constituição federal no Brasil, que se diz um estado laico. Sabe-se que numa época atrás algumas manifestações religiosas eram  proibidas. Mas hoje existe liberdade para que as pessoas creiam no que mais lhe agrada o coração. No entanto ainda falta respeito a escolha alheia. Desde criança eu nunca gostei ou frequentei igrejas, sejam elas católicas ou evangélicas. Minha mãe me permitiu fazer a escolha que se adequava a mim. Batizou-me, depois de ter que confrontar o falecido padre Schramm sobre o merecimento de uma criança em receber um sacramento ou não pelo fato de  os pais não serem casados. Ou seja, "pais pecadores" filhos pecadores por tabela!
Eu disse a ela que não precisava nada disso, mas ela acreditava que, talvez um dia eu pudesse querer casar e como tal deveria ter os "santos sacramentos". Por outro lado ela mesma não se diz católica, na juventude frequentou a igreja, mas só naquela época e é bem provável que a recusa inicial em me batizar tenha sido um dos motivos do seu afastamento.
Eu respeito os dogmas da igreja, embora não concorde com eles. Argumento sim que, em muitos casos não há lógica em certas coisas. Mas não tem lógica pra mim, pra tantas outras pessoas tem. Assim como os evangélicos seguem a lei mosaica e interpretam a bíblia a seu modo. Eu respeito a opção deles. Mas não concordo nenhum pouco como a maioria das igrejas evangélicas, pois elas se dizem perseguidas mas quem impede, julga, aponta e desrespeita a individualidade dos outros são eles querendo impor a sua verdade. Discordo da forma como ser cristão é interpretado por certos seguimentos, principalmente por dizerem que seguem Jesus e fazem tudo completamente diferente do que ele pregou. Com certeza alguém há de questionar  se Jesus realmente existiu. O importante é que a sua mensagem de  amor.
O que a gente vê por aí a fora, são pessoas falando em Jesus e apontando os erros alheios sem jamais olhar para os seus. Foi Jesus quem disse "jogue a primeira pedra aquele que não tiver pecado!" E convenhamos, é preciso muita soberba (um dos pecados capitais) pra se crer sem pecados né? É fácil interpretar a ira de Deus para os outros e a condescendência consigo.
Devemos nos mirar em pessoas que pregaram o amor, a paz e a caridade como Jesus, Gandhi, Madre Tereza, Chico Xavier. Tirando Jesus Cristo, que não teve e nem pregou religião nenhuma, todos os outros tinham a sua. E dentro da sua religiosidade pregaram o amor e praticaram a caridade e o bem. Estes praticaram os mandamentos de Jesus "amaram Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmos". Um budista  (Gandhi), uma católica (Madre Tereza de Calcutá) e um espírita (Chico Xavier).
Mas quais exemplos evangélicos que temos deste tipo de amor? Dizem que "amam o pecador e não o pecado", mas isto é uma falácia, porque só esta forma de se referir ao outro como "pecador" já é uma forma de discriminar.  Amar é respeitar o outro na sua individualidade e diferenças. Ninguém precisa ser igual ao outro, mas tem sim que respeitar. Eu respondo por mim, eu preciso corrigir a mim mesmo e só a mim posso modificar.
A gente costuma dizer que religião não se discute e eu bem concordo com isto em parte. Não devemos discutir no sentido de brigar, mas devemos debater sim para conhecer a religião que professamos. Acatar o que diz um líder religioso sem pensar por si de forma cega é fanatismo. E o fanatismo não é um bom conselheiro.

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