Faz um certo tempo que não presto atenção no Jornal do Almoço. Tenho até um certo trauma deste telejornal! Sim, quando eu era criança ninguém podia falar na mesa na hora do comentário do Mendes Ribeiro. É o pai do deputado de mesmo nome. Eu detestava aquele homem que me impedia de fazer qualquer pergunta, de falar qualquer coisa na hora em que estávamos todos reunidos para almoçar. Quando os comentários dele pararam e ele morreu já não dava mais muita bola pro que tava passando na televisão ao meio-dia e como já estava um pouco maiorzinha...
Com a ressalva do comentarista que eu detestava e do Paulo Santana, que me parecia sempre bêbado, o restante do jornal eu até encontrava algum interesse. Mas nos últimos tempos a coisa tá braba, como dizemos por aqui. Cada tragédia ocorrida no mundo obrigatoriamente tem que ter um gaúcho! Tá, eu também carrego meu barrismozinho aqui dentro, mas tem dó! Além disso, as reportagens com mais tempo de duração são as que falam sobre os novos programas da rede de televisão ou sobre amenidades, geralmente exibidas depois de uma matéria de cunho importante, como o caos na saúde, uma denúncia de corrupção ou a segurança precária, entre tantos outros assuntos polêmicos e importantes para o país.
Para mim a fragmentação da notícia e a disposição dos temas na programação é perceptível devida a minha formação em Comunicação Social. No entanto, a grande maioria das pessoas não percebe e acaba ficando com a análise rasa e fútil muitas vezes do problema mais grave e com muitas informações inúteis sobre os novos personagens da novela.
Vez por outra, e aqui tenho que ser justa, o telejornal faz uma série de reportagens interessantes com a participação da população. Hoje foi encerrada a série "Blitz dos buracos", com a participação do secretário municipal de serviços urbanos e a série foi encerrada sem nenhuma explicação decente por parte da prefeitura em relação aos buracos nas ruas. Segundo o secretário 500 buracos é tolerável, pra uma cidade como Pelotas. A gente até entende, a cidade é extensa, não dá pra fechar todos de uma só vez, mas tem buraco que já fez aniversário! Crateras para quem a população cantou parabéns!
Quando questionado por moradores sobre ruas que constam como asfaltadas e que, ao vivo, seguem de chão batido o secretário disse que "as pessoas tem direito de saber o que consta na Prefeitura". Tá ok, a gente já sabe que lá na papelada da secretaria constam como ruas asfaltadas, na vida real não estão, qual atitude que a prefeitura vai tomar em relação a isto? Dizer que o asfalto tá lá há 200 anos e a gente não vê por que já desencarnou? Ou será que vai jogar, simplesmente, para a gestão anterior e deixar por isto mesmo?
O secretário me pareceu muito desinteressado de tudo. A fala dele me pareceu, traduzindo algo como, a população pode falar o que quiser, afinal estamos numa democracia, mas se algo irá mudar ou se vamos (no caso ele e a prefeitura) nos interessar pelo que ele diz... isto é outra coisa.
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