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sexta-feira, outubro 26, 2012

Lições básicas do que é ter preconceito

Algumas pessoas, ainda que diga coisas carregadas de preconceito, diz que não o tem. Pode ser que tu realmente estejas no caminho de extirpar o preconceito do teu modo de ser, no entanto, utilizar estas expressões preconceituosas em momentos de fúria e raiva demonstram que há raízes internas ainda vivas. É simples de saber se somos ou não gente com algum tipo de preconceito.
Vejamos um exemplo:
Tu vens no teu carro e um outro carro corta a tua frente. Qual teu primeiro pensamento em relação ao outro motorista se ele for: branco, homem-hétero, magro? Geralmente é: corno, filho da puta, viado, depois vem: cretino, barbeiro, etc, etc. Não sei ao certo, mas acho que pra um homem hétero ser corno é a pior coisa, pois é o primeiro xingamento que lhe atribuem.
Mudemos o motorista para uma mulher. Qual é a primeira expressão que vem a cabeça? "Tinha que ser mulher", "ô dona Maria volta pro tanque ou pro fogão", mulher é bucha e depois ainda querem nos chamar de machista?
Troquemos mais uma vez o condutor que corta tua frente, agora é um homem ou uma mulher gordo. O xingamento começa por gordo cretino?
Agora quem conduz o veículo que corta tua frente é negro, tua reação ao xingar é "criolo barbeiro", ou "negro imbecil"?
Faça o exercício mudando o condutor para a minoria/etnia/religião para com a qual tu imaginas não ter ou ter preconceito. É simples. Porque não é a cor da pessoa que a fará um bom ou um mau motorista. Se o xingamento começa pela etnia abra seu olho, é preconceito.
Relacionar pessoas más com sua religião, cor, gênero ou orientação sexual é demonstração de preconceito sim. Por que ser mau caráter não tem a ver com a cor da pele ou do olho, tem a ver só com o caráter mesmo. E mau caráter tem em todos os seguimentos.
Não é a religião, por exemplo, que é ruim e faz as pessoas fazerem coisas ruins, são pessoas não tão boas que estão naquela religião interpretando ou induzindo ao mal. E ao contrário do que alguns de nós, já descrentes pensa, não são maioria não.
Há dias penso neste tema, porque me choca muito saber que ainda tem gente que ofende e agride os outros e depois se desculpa dizendo "não sou preconceituoso tenho amigos negros"! Pra coisa ficar mais bizarra só falta completar dizendo "são tão boa gente que nem parecem negros"! Custa-me e dói muito saber que num país miscigenado como o nosso tenha quem crê ser mais "puro" que os outros. Como já disse, desvio de caráter existe bastante, mas não é porque dentro de uma etnia tem um mau caráter que todos sejam. Não é porque tem alguém que age fora da lei na tua família que tu também és um criminoso.
Reveja teus conceitos, a mudança começa por nós, em nós mesmos!

domingo, março 27, 2011

"Moreno escuro"

O Brasil se declara um país não racista. Mas eu não vejo assim. Somos um país miscigenado, misturado, no entanto ainda tem muita gente que acredita que a cor da pele determina caráter e, mesmo que sobe tortura neguem o racismo, acabam dando preferência para as peles brancas. Uma das coisas que mais me incomoda neste falso politicamente correto é a troca da palavra negro pela moreno. O que demonstra o racismo, além das palavras e atitudes, é a forma de falar a respeito das pessoas.
Um deputado chamou o juiz Joaquim Barbosa de "moreno escuro" e isto foi muitíssimo racista. É óbvio que não seria menos racista se ele o chamasse de negro, negrão, "escurinho" porque a maneira como ele estava falando e o tom era carregado de racismo! Eu sei que não sou a pessoa mais indicada para falar a melhor maneira de alguém defender uma ideia, porque quando argumento oralmente sou ríspida, apaixonada, exaltada e agressiva. Quero muito mudar e tornar-me mais ponderada e defender minhas ideias em um tom que não agrida tanto. Mas ainda não cheguei lá! Aliás, creio estar longe disto...
Só que aprendi com o tempo que, quando discutimos uma ideia ou trabalho com  alguém, envolver suas questões pessoais é errado, é irrelevante. A resposta de Joaquim Barbosa foi ótima na minha opinião!

Mas não encerra a questão do racismo, porque assim como a violência contra mulher, o preconceito não deixa de acontecer porque a vítima tem grana! Aconteceu com o ministro do STF, Joaquim Barbosa que veio de família humilde e aconteceu com um jovem baiano também de família simples, talvez o único a obter a formação universitária em sua família. Aliás, isto seria o que ele conseguiria não fossem as ameaças e a perseguição que o fizeram pedir proteção e abandonar seus estudos em Jaguarão.
Hipocritamente dizemos que no Brasil não tem racismo. Os fatos demonstram o contrário!