É preconceito quando, antes de dizer o nome ou qualquer outra referência sobre uma pessoa, tu dizes aquele negro, aquela bicha... Sim, é preconceito! Quando uma pessoa tem mal caráter isto não se dá por ela ser gay, negra, tatuada ou mulher. E distingui-la pelo gênero, a raça ou orientação sexual é sim uma demonstração de preconceito.
Não bastasse o conhecido racismo velado que faz parte do dia-a-dia do nosso país ainda temos líderes religiosos e políticos que usam da sua influência para insuflar o preconceito, sempre de forma velada, sempre como se fosse algo que eles dizem "pelo bem".
O deputado Jair Bolsonaro, que não compreendo como consegue se eleger, já é bem conhecido pelas suas polêmicas e atitudes preconceituosas. Agora temos o "bispo" Edir Macedo passando uma orientação para "os homens de Deus" quanto a idade e a cor das suas esposas. É sempre bom lembrar que ele já orientou os pastores como agir para tirar dinheiro dos fiéis.
Eu adoro a famosa frase "não é que tenhamos preconceito, mas os outros tem e como serão tratados os filhos de um casal miscigenado?". Não, óbvio que não é preconceito. Preconceituosos são os outros, a sociedade, o meio em que vivemos. Peraí, se nós não somos preconceituosos, porque todo este cuidado?
Se eu não tenho preconceito ou discrimino as pessoas, porque me importo tanto com o que os outros fazem na sua intimidade?
Parece-me uma demonstração clara de preconceito dizer que o "homem de Deus" não deve se casar com uma mulher mais velha ou com uma mulher de raça diferente. Ainda que o argumento seja proteger seus futuros filhos do preconceito cruel do mundo e da sociedade em que vivemos. O meio religioso é uma célula da sociedade e pelo que vemos na mídia no congresso e em outros locais aonde deveria prevalecer a liberdade de credo e crença, o preconceito embasado em questões "Bíblicas" é muito grande. Religiosos e "Crentes" (como eles mesmos se denominam) usam a tribuna para incitar o preconceito dentro da família. Escarram na cara da sociedade coisas a homofobia, dizendo que ser gay é ser doente, que na igreja eles curam. Curam de um tudo por lá! Tiram demônios e sabe-se-lá- mais quais impropérios. E eu sempre me pergunto, que bíblia eles leêm? A que Jesus eles seguem? Como podem seguir Jesus se amam o dinheiro? Se não praticam caridade porque não receberão nada de volta? O JC que eu conheço expulsou os vendilhões do templo, condenou a cobrança de dízimo, pregou o amor e a caridade.
Basta olhar pra ver que o discurso é um e as atitudes são outras. É bem raro ver lógica em discursos evangélicos que falam em Jesus e constróem templos gigantes e luxuosos em meio a países que sofrem de miséria e fome. Fazer um discurso preconceituoso dizendo que o objetivo é proteger as pessoas do preconceito é só mais uma contradição!
Esta página é para quem acredita que um mundo melhor é possível e que o jornalismo deve ser livre, íntegro, revolucionário, questionador e formador de opiniões, ou pelo menos fazer com que a gente pense. Segundo Millôr Fernandes "a função do Jornalista é trabalhar para ser demitido". Eu já estou no 3 a zero. "Livre pensar é só pensar" Millôr Fernandes
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terça-feira, julho 17, 2012
segunda-feira, junho 27, 2011
terça-feira, junho 14, 2011
PLC 122, kit, religiosidade e outras dúvidas
Passei bastante tempo relutando em escrever sobre o assunto da PLC 122, porque, na minha modesta opinião, não há nada de errado em garantir o direito das pessoas, principalmente se este direito diz respeito a sua vida privada, sua liberdade e seu bem estar. No entanto, vejo tanta gente equivocada em relação a esta lei, a grande maioria informada pela televisão, que tenho que também fazer alguns questionamentos. Começando pela questão da lei em si, que defende e criminaliza SIM a homofobia, bem como o preconceito com idosos, deficientes físicos, entre outros. Até aonde eu entendi (e por favor pessoal se eu estiver errada me corrijam) este Projeto de Lei da Câmara n° 122 nada tem a ver com a união civil de homoafetivos. Embora tenha relação entre uma e outra. É muito importante o reconhecimento legal da união de gays, o que me parece que as pessoas não entendem é que, diferentemente de um casal hetero que vai morar junto e constrói uma casa, compra bens, um casal homossexual quando um deles morre não tinha os mesmos direitos que os heterossexuais. Ou seja, se uma mulher, por exemplo, vive com um cara e, por uma infelicidade, este vem a falecer ela tem direito a pensão e a parte dos bens, tal qual fosse casada no cartório. Já no caso de casais homoafetivos... não era bem assim. Mesmo comprovando a união e mesmo a colaboração igualitária ao adquirir os bens.
Já ouvi gente dizendo que é frescura tudo isto e que os gays estão abusando, querendo demais. Mas uma coisa eu percebi, é fácil defender ou atacar quando não se está na pele da vítima de preconceito. É por isto que generalizar é tão ruim. Recuso-me terminantemente a falar sobre aqueles que atacam de forma raivosa o projeto de lei e os homossexuais, tais como o deputado Bolsonaro, ou sobre suas ideias e discursos.
Basta um pouco de compaixão e empatia para perceber o quão injusto é tratar as pessoas com preconceito. E são com estes dois sentimentos que precisamos agir para defender a igualdade de todos. Antes que digam que isto é anticristão, já replico logo, Jesus veio pregar o amor, seu primeiro e maior mandamento foi "amai-vos uns aos outros como eu vos amei" ou "ame Deus sob todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo". Por isto...
Compreendo a religiosidade como algo bom, desde que leve as pessoas a fazer o bem. Já as instituições e os fanáticos... Primeiro, as instituições, as religiões são formadas e criadas por pessoas e utilizam do seu carisma e da "palavra de Deus" para arrebanhar fiéis. Usar a fé das gentes em benefício próprio deveria estar incluso na PLC122, pois é um crime! As religiões e as diferentes igrejas e tais são criadas e mantidas pelos homens, ditos seres humanos, é comum que uma lá que outra (lembrem, generalizar não é legal!) metam os pés pelas mãos e façam tudo o que não deveriam fazer.
Quanto aos fanáticos... é difícil falar, pois é uma ideia fixa que os prejudica tanto quanto aqueles contra quem sua ira é voltada. Temos tantos exemplos do que faz o fanatismo mundo a fora que fica difícil falar qualquer coisa.
Embazada em questões religiosas, políticas e humanas tento ver as coisas de forma que tudo seja bom para todos. Não é possível que pessoas como nós, iguais, formadas da mesma matéria, mas que são únicas, como nós também somos, sejam relegados, sejam colocados a margem por nós como se fôssemos melhores (o que sabemos bem NÃO SOMOS, pois SOMOS APENAS DIFERENTES).
No entanto, apesar de compreender ou tentar, uma dúvida me deixa muito encucada que é a polêmica do Kit antihomofobia, que foi apelidado de Kit Gay. A polêmica começou sendo provocada por um servidor do Ministério da Educação que idiotamente fez uma piada sobre o beijo de duas gurias lésbicas em um dos vídeos. Depois as bancadas evangélica e conservadora (coisa que acho horrível, pois cada um destes deputados e senadores foram eleitos através de um sistema democrático representativo, no qual a maioria dos votos elege, sendo assim eles DEVERIAM ser representantes daqueles que votaram diretamente neles e dos outros que não votaram!) começaram a insuflar tanto na midia como em debates públicos em diversos lugares a discórdia e a distorção sobre o kit, a lei e tudo mais que envolvia a coisa toda. Imagens dos videos vazaram, partes, pedaços e mais uma pá de coisas fragmentadas passaram a ser mostrados em tudo que é telejornal e complementados com argumentos de um lado só. O golpe final foi a apresentação, segundo o deputado federal Jean Wylys do PSol, de um kit que não era o destinado às escolas, mas sim um preparado para grupos de profissionais do sexo atendidos pelos Programa Nacional de Redução de Danos a presidente Dilma Rousseff. Foi depois de assistir o material que ela vetou o projeto dizendo que o governo não faria propaganda de opções sexuais a quem quer que fosse.
Sei bem que as minorias tem que cavar espaços para os seus movimentos a unhas e dentes. Visto que além de marginalizados que são, muitas vezes as reivindicações são distorcidas pelas mídias país a fora tal qual a velha brincadeira infantil do telefone sem fio. Não raro as notícias vem tão distorcidas e fragmentadas que mal se sabe afinal de contas qual é a verdade ou pelo menos as versões mais próximas desta. Mas... eu cursei a faculdade de Comunicação Social, pesquiso bastante história, sociologia e política, consigo ver de outra forma a tal janela do mundo que fica localizada na sala da minha casa e de tantos outros lares país a fora. A questão é que, a grande maioria da população não tem este conhecimento que eu, e provavelmente tu que estas aqui lendo este blog, tem de obter informações através de inúmeros sites na internet, em jornais e meios alternativos. Há quem diga que um beijo lesbo na novela e a aparição de casais homossexuais na trama dos folhetins da maior emissora de televisão do país é ou foi o start para que as pessoas "decidissem" se tornar gays. Como se fosse assim, eu decido me tornar gay e pronto, viro gay, assim... É praticamente impossível pra mim conceber que as pessoas pensem assim, homossexualidade é algo biológico, já vem com a pessoa, como a cor da pele, dos cabelos e dos olhos.
Sabendo de todas as dificuldades de entrar na grande mídia, ainda assim não consigo compreender porque não foi apresentada nenhuma versão real do kit. Ok, não tiveram espaços, mas quanto blog estaria disposto a divulgar o material? Eu divulgaria, eu mostraria a meus familiares e amigos e, mesmo sem a mesma repercussão e força das redes de televisão a versão dos grupos LGBTs e o objetivo verdadeiro do kit chegaria a parte da população. Eu sei que o objetivo do kit era previnir o bulling nas escolas e que o material só seria enviado para os colégios e os professores que solicitassem e já disse isto há várias pessoas. Só que a negativa da presidenta ao material e seus argumentos calam qualquer argumentação que eu faço e eu me sinto impotente diante disto. E a minha maior dúvida quanto a tudo é exatamente esta, porque não pegaram o kit falso e o verdadeiro e não apresentaram em praça pública, nos blogs, no twitter, no facebook, no orkut? Porque não foram feitos panfletos mimiografados? Porque não foram enviados emails de corrente pra todo lado e todas as listas possíveis?
Sinceramente, eu penso, penso, penso e não entendo. Creio que se algo do tipo tivesse sido feito já teria chegado a mim, sei lá, ia aparecer. Não que eu seja grande agente popular ou midiático, não sou, mas sou cidadã e me sinto mal informada nesta questão. E penso que se desta forma o material teria chegado a mim também chegaria a outras pessoas. Eu apóio a aprovação da #PLC122, estou do lado dos ativistas. É preciso reação, pessoas seguem morrendo todo dia pela intolerância, pelo ódio, pela homofobia. Somos pessoas, viemos ao mundo para exercer o amor, tá na hora de começar!
Já ouvi gente dizendo que é frescura tudo isto e que os gays estão abusando, querendo demais. Mas uma coisa eu percebi, é fácil defender ou atacar quando não se está na pele da vítima de preconceito. É por isto que generalizar é tão ruim. Recuso-me terminantemente a falar sobre aqueles que atacam de forma raivosa o projeto de lei e os homossexuais, tais como o deputado Bolsonaro, ou sobre suas ideias e discursos.
Basta um pouco de compaixão e empatia para perceber o quão injusto é tratar as pessoas com preconceito. E são com estes dois sentimentos que precisamos agir para defender a igualdade de todos. Antes que digam que isto é anticristão, já replico logo, Jesus veio pregar o amor, seu primeiro e maior mandamento foi "amai-vos uns aos outros como eu vos amei" ou "ame Deus sob todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo". Por isto...
Compreendo a religiosidade como algo bom, desde que leve as pessoas a fazer o bem. Já as instituições e os fanáticos... Primeiro, as instituições, as religiões são formadas e criadas por pessoas e utilizam do seu carisma e da "palavra de Deus" para arrebanhar fiéis. Usar a fé das gentes em benefício próprio deveria estar incluso na PLC122, pois é um crime! As religiões e as diferentes igrejas e tais são criadas e mantidas pelos homens, ditos seres humanos, é comum que uma lá que outra (lembrem, generalizar não é legal!) metam os pés pelas mãos e façam tudo o que não deveriam fazer.
Quanto aos fanáticos... é difícil falar, pois é uma ideia fixa que os prejudica tanto quanto aqueles contra quem sua ira é voltada. Temos tantos exemplos do que faz o fanatismo mundo a fora que fica difícil falar qualquer coisa.
Embazada em questões religiosas, políticas e humanas tento ver as coisas de forma que tudo seja bom para todos. Não é possível que pessoas como nós, iguais, formadas da mesma matéria, mas que são únicas, como nós também somos, sejam relegados, sejam colocados a margem por nós como se fôssemos melhores (o que sabemos bem NÃO SOMOS, pois SOMOS APENAS DIFERENTES).
No entanto, apesar de compreender ou tentar, uma dúvida me deixa muito encucada que é a polêmica do Kit antihomofobia, que foi apelidado de Kit Gay. A polêmica começou sendo provocada por um servidor do Ministério da Educação que idiotamente fez uma piada sobre o beijo de duas gurias lésbicas em um dos vídeos. Depois as bancadas evangélica e conservadora (coisa que acho horrível, pois cada um destes deputados e senadores foram eleitos através de um sistema democrático representativo, no qual a maioria dos votos elege, sendo assim eles DEVERIAM ser representantes daqueles que votaram diretamente neles e dos outros que não votaram!) começaram a insuflar tanto na midia como em debates públicos em diversos lugares a discórdia e a distorção sobre o kit, a lei e tudo mais que envolvia a coisa toda. Imagens dos videos vazaram, partes, pedaços e mais uma pá de coisas fragmentadas passaram a ser mostrados em tudo que é telejornal e complementados com argumentos de um lado só. O golpe final foi a apresentação, segundo o deputado federal Jean Wylys do PSol, de um kit que não era o destinado às escolas, mas sim um preparado para grupos de profissionais do sexo atendidos pelos Programa Nacional de Redução de Danos a presidente Dilma Rousseff. Foi depois de assistir o material que ela vetou o projeto dizendo que o governo não faria propaganda de opções sexuais a quem quer que fosse.
Sei bem que as minorias tem que cavar espaços para os seus movimentos a unhas e dentes. Visto que além de marginalizados que são, muitas vezes as reivindicações são distorcidas pelas mídias país a fora tal qual a velha brincadeira infantil do telefone sem fio. Não raro as notícias vem tão distorcidas e fragmentadas que mal se sabe afinal de contas qual é a verdade ou pelo menos as versões mais próximas desta. Mas... eu cursei a faculdade de Comunicação Social, pesquiso bastante história, sociologia e política, consigo ver de outra forma a tal janela do mundo que fica localizada na sala da minha casa e de tantos outros lares país a fora. A questão é que, a grande maioria da população não tem este conhecimento que eu, e provavelmente tu que estas aqui lendo este blog, tem de obter informações através de inúmeros sites na internet, em jornais e meios alternativos. Há quem diga que um beijo lesbo na novela e a aparição de casais homossexuais na trama dos folhetins da maior emissora de televisão do país é ou foi o start para que as pessoas "decidissem" se tornar gays. Como se fosse assim, eu decido me tornar gay e pronto, viro gay, assim... É praticamente impossível pra mim conceber que as pessoas pensem assim, homossexualidade é algo biológico, já vem com a pessoa, como a cor da pele, dos cabelos e dos olhos.
Sabendo de todas as dificuldades de entrar na grande mídia, ainda assim não consigo compreender porque não foi apresentada nenhuma versão real do kit. Ok, não tiveram espaços, mas quanto blog estaria disposto a divulgar o material? Eu divulgaria, eu mostraria a meus familiares e amigos e, mesmo sem a mesma repercussão e força das redes de televisão a versão dos grupos LGBTs e o objetivo verdadeiro do kit chegaria a parte da população. Eu sei que o objetivo do kit era previnir o bulling nas escolas e que o material só seria enviado para os colégios e os professores que solicitassem e já disse isto há várias pessoas. Só que a negativa da presidenta ao material e seus argumentos calam qualquer argumentação que eu faço e eu me sinto impotente diante disto. E a minha maior dúvida quanto a tudo é exatamente esta, porque não pegaram o kit falso e o verdadeiro e não apresentaram em praça pública, nos blogs, no twitter, no facebook, no orkut? Porque não foram feitos panfletos mimiografados? Porque não foram enviados emails de corrente pra todo lado e todas as listas possíveis?
Sinceramente, eu penso, penso, penso e não entendo. Creio que se algo do tipo tivesse sido feito já teria chegado a mim, sei lá, ia aparecer. Não que eu seja grande agente popular ou midiático, não sou, mas sou cidadã e me sinto mal informada nesta questão. E penso que se desta forma o material teria chegado a mim também chegaria a outras pessoas. Eu apóio a aprovação da #PLC122, estou do lado dos ativistas. É preciso reação, pessoas seguem morrendo todo dia pela intolerância, pelo ódio, pela homofobia. Somos pessoas, viemos ao mundo para exercer o amor, tá na hora de começar!
terça-feira, abril 12, 2011
#EUSOUGAY
Sejamos Gays. Juntos.
abril 12, 2011
Adriele Camacho de Almeida, 16 anos, foi encontrada morta na pequena cidade de Itarumã, Goiás, no último dia 6. O fazendeiro Cláudio Roberto de Assis, 36 anos, e seus dois filhos, um de 17 e outro de 13 anos, estão detidos e são acusados do assassinato. Segundo o delegado, o crime é de homofobia. Adriele era namorada da filha do fazendeiro que nunca admitiu o relacionamento das duas. E ainda que essa suspeita não se prove verdade, é preciso dizer algo.
Eu conhecia Adriele Camacho de Almeida. E você conhecia também. Porque Adriele somos nós. Assim, com sua morte, morremos um pouco. A menina que aos 16 anos foi, segundo testemunhas, ameaçada de morte e assassinada por namorar uma outra menina, é aquela carta de amor que você teve vergonha de entregar, é o sorriso discreto que veio depois daquele olhar cruzado, é o telefonema que não queríamos desligar. É cada vez mais difícil acreditar, mas tudo indica que Adriele foi vítima de um crime de ódio porque, vulnerável como todos nós, estava amando.
Sem conseguir entender mais nada depois de uma semana de “Bolsonaros”, me perguntei o que era possível ser feito. O que, se Adriele e tantos outros já morreram? Sim, porque estamos falando de um país que acaba de registrar um aumento de mais de 30% em assassinatos de homossexuais, entre gays, lésbicas e travestis.
E me ocorreu que, nessa ideia de que também morremos um pouco quando os nossos se vão, todos, eu, você, pais, filhos e amigos podemos e devemos ser gays. Porque a afirmação de ser gay já deixou de ser uma questão de orientação sexual.
Ser gay é uma questão de posicionamento e atitude diante desse mundo tão miseravelmente cheio de raiva.
Ser gay é ter o seu direito negado. É ser interrompido. Quantos de nós não nos reconhecemos assim?
Quero então compartilhar essa ideia com todos.
Sejamos gays.
Independente de idade, sexo, cor, religião e, sobretudo, independente de orientação sexual, é hora de passar a seguinte mensagem pra fora da janela: #EUSOUGAY
Para que sejamos vistos e ouvidos é simples:
1) Basta que cada um de vocês, sozinhos ou acompanhados da família, namorado, namorada, marido, mulher, amigo, amiga, presidente, presidenta, tirem uma foto com um cartaz, folha, post-it, o que for mais conveniente, com a seguinte mensagem estampada: #EUSOUGAY
2) Enviar essa foto para o mail projetoeusougay@gmail.com
3) E só :-)
Todas essas imagens serão usadas em uma vídeo-montagem será divulgada pelo You Tube e, se tudo der certo, por festivais, fóruns, palestras, mesas-redondas e no monitor de várias pessoas que tomam a todos nós que amamos por seres invisíveis.
A edição desse vídeo será feita pelo Daniel Ribeiro, diretor de curtas que, além de lindos de morrer, são super premiados: Café com Leite e Eu Não Quero Voltar Sozinho.
Quanto à minha pessoa, me chamo Carol Almeida, sou jornalista e espero por um mundo melhor, sempre.
As fotos podem ser enviadas até o dia 1º de maio.
Como diria uma canção de ninar da banda Belle & Sebastian: ”Faça algo bonito enquanto você pode. Não adormeça.” Não vamos adormecer. Vamos acordar. Acordar Adriele.
http://projetoeusougay.wordpress.com/2011/04/12/sejamos-gays-juntos/
abril 12, 2011
Adriele Camacho de Almeida, 16 anos, foi encontrada morta na pequena cidade de Itarumã, Goiás, no último dia 6. O fazendeiro Cláudio Roberto de Assis, 36 anos, e seus dois filhos, um de 17 e outro de 13 anos, estão detidos e são acusados do assassinato. Segundo o delegado, o crime é de homofobia. Adriele era namorada da filha do fazendeiro que nunca admitiu o relacionamento das duas. E ainda que essa suspeita não se prove verdade, é preciso dizer algo.
Eu conhecia Adriele Camacho de Almeida. E você conhecia também. Porque Adriele somos nós. Assim, com sua morte, morremos um pouco. A menina que aos 16 anos foi, segundo testemunhas, ameaçada de morte e assassinada por namorar uma outra menina, é aquela carta de amor que você teve vergonha de entregar, é o sorriso discreto que veio depois daquele olhar cruzado, é o telefonema que não queríamos desligar. É cada vez mais difícil acreditar, mas tudo indica que Adriele foi vítima de um crime de ódio porque, vulnerável como todos nós, estava amando.
Sem conseguir entender mais nada depois de uma semana de “Bolsonaros”, me perguntei o que era possível ser feito. O que, se Adriele e tantos outros já morreram? Sim, porque estamos falando de um país que acaba de registrar um aumento de mais de 30% em assassinatos de homossexuais, entre gays, lésbicas e travestis.
E me ocorreu que, nessa ideia de que também morremos um pouco quando os nossos se vão, todos, eu, você, pais, filhos e amigos podemos e devemos ser gays. Porque a afirmação de ser gay já deixou de ser uma questão de orientação sexual.
Ser gay é uma questão de posicionamento e atitude diante desse mundo tão miseravelmente cheio de raiva.
Ser gay é ter o seu direito negado. É ser interrompido. Quantos de nós não nos reconhecemos assim?
Quero então compartilhar essa ideia com todos.
Sejamos gays.
Independente de idade, sexo, cor, religião e, sobretudo, independente de orientação sexual, é hora de passar a seguinte mensagem pra fora da janela: #EUSOUGAY
Para que sejamos vistos e ouvidos é simples:
1) Basta que cada um de vocês, sozinhos ou acompanhados da família, namorado, namorada, marido, mulher, amigo, amiga, presidente, presidenta, tirem uma foto com um cartaz, folha, post-it, o que for mais conveniente, com a seguinte mensagem estampada: #EUSOUGAY
2) Enviar essa foto para o mail projetoeusougay@gmail.com
3) E só :-)
Todas essas imagens serão usadas em uma vídeo-montagem será divulgada pelo You Tube e, se tudo der certo, por festivais, fóruns, palestras, mesas-redondas e no monitor de várias pessoas que tomam a todos nós que amamos por seres invisíveis.
A edição desse vídeo será feita pelo Daniel Ribeiro, diretor de curtas que, além de lindos de morrer, são super premiados: Café com Leite e Eu Não Quero Voltar Sozinho.
Quanto à minha pessoa, me chamo Carol Almeida, sou jornalista e espero por um mundo melhor, sempre.
As fotos podem ser enviadas até o dia 1º de maio.
Como diria uma canção de ninar da banda Belle & Sebastian: ”Faça algo bonito enquanto você pode. Não adormeça.” Não vamos adormecer. Vamos acordar. Acordar Adriele.
http://projetoeusougay.wordpress.com/2011/04/12/sejamos-gays-juntos/
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