Proponho que façamos um breve levantamento próximo de nós. Vamos fazer uma análise rápida da vida das mulheres que estão próximas de nós. Não vamos levar para esta análise nenhuma ideia ou juízo de valor, vamos apenas observar quem são estas mulheres, como vivem e como são analisadas por nós e pela sociedade. Sim, comece pela vizinha chamada de periguete, faça de conta que não tem nenhum sentimento em relação a ela. Como ela vive, sozinha, com a família? Ela trabalha? O que faz as pessoas a julgarem uma periguete as roupas que usa, sua liberdade de se relacionar sexualmente, ou é sua coragem de ser quem realmente é sem submeter aos padrões impostos pela sociedade?
A mim também parecia absurdo mulheres se submetendo a toda sorte de violência por medo. Calar pra mim nunca foi estratégia de defesa. E tenho que pagar o preço muitas vezes. Porque "quando uma mulher avança nenhum homem retrocede". No entanto, conheço muitas mulheres que se sentem envergonhadas pela violência que sofrem e sabendo que serão colocadas como culpadas ao invés de vítimas preferem calar para não serem ainda mais humilhadas. No meu ciclo de amizade sei de pelo menos três mulheres que sofreram algum tipo de violência, da agressão física a psicológica. Tenho uma amiga que terminou um namoro e era seguida pelo ex, chegou a ameaça-la e só ficou livre dele quando o pai dela interviu no mesmo tom de ameaça, lembrando ao agressor que ele também tinha família.
Outra por pouco não perde o bebê que esperava devido a agressão sofrida enquanto estava grávida. O nenê nasceu prematuro e pode ter sequelas. Uma outra sofre pressão psicológica e agressão verbal, xingamentos de todo o tipo.
Nossa luta não se tornou obsoleta. O machismo está aí batendo na nossa cara todo dia, através daqueles machões que acham que dizer piadinha para uma mulher sozinha a noite não é violência, é só um elogio, é só uma brincadeira. Pr'aqueles que acham que se esfregar numa mulher no ônibus é só uma consequência do péssimo transporte público e já que temos que usá-lo "vamos aproveitar pra tirar uma casquinha"! Estas coisas continuam acontecendo, com todas as mulheres. Acontece com a periguete e com a crente.
É por isto que o dia 08 de março é um dia de comemorar, mas também é um dia de luta, de lembrar que precisamos e exigimos respeito todos os dias, pois somos mulheres todos os dias!
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